Apóio inteiramente a iniciativa da AI e Carlos Lungarzo. Pessoalmente, sou contra a pena de morte. Sou inclusive meio radical, quase ridiculamente radical, nesse ponto. Sou contra qualquer tipo de encarceramento, em casos naturalmente que o indivíduo não represente um perigo imediato e explícito à comunidade. Não sou jurista, nem grande estudioso de assuntos jurídicos, apenas um diletante, um filósofo amador, um blogueiro (como quase todos) convencido e presunçoso. Mas acho, na minha simplicidade, que nenhum ser humano merece a tortura de ser fechado, como um animal, atrás de grades. Que se mandem todos para uma ilha onde possam trabalhar. Mas não se prendam pessoas em celas. Não suporto que façam isso com bichos, quanto mais com gente.
Mas como sempre estou perdendo o foco (já me criticaram por isso várias vezes). Falava do Irã. As informações que nos chegam do Irã são sempre truncadas, exageradas, e invariavelmente culpam o governo do país por tudo de ruim. Permitam-me algumas considerações, portanto, sobre esta nova campanha anti-iraniana:
- Em primeiro lugar, é preciso entender que o apedrejamento de mulheres não integra a Constituição do Irã. Faz parte de leis tribais usadas em alguma regiões e, nos últimos anos, tem sido uma tradição quase extinta. A pressão internacional é sempre importante para que o parlamento iraniano e, sobretudo, a igreja, dêem fim a leis macabras como essa. A coisa é feia, eu sei, visto que o Supremo Tribunal Islâmico do país, que é o similar ao nosso Supremo Tribunal Federal (STF), tem aprovado alguns desses apedrejamentos. Mas deve-se tomar cuidado para não culpar o Governo Iraniano por algo sobre o qual ele não tem controle. A culpa disso é do Supremo Tribunal Islâmico, do parlamento, e sobretudo de chefes tribais que permitem essa barbaridade. Não é do governo executivo. A chamada, portanto, PAREM O GOVERNO ASSASSINO DO IRÃ, embute conotações políticas que podem se confundir com a campanha orquestrada pelos Estados Unidos para promover um golpe de Estado que alce ao poder aliados políticos que lhes vendam petróleo a preço baixo.
- Por outro lado, entendo que, jogando a culpa no governo, consegue-se uma mobilização mais efetiva por parte das autoridades iranianas, visto que o governo é a instituição pública, por incrível que pareça, mais progressista e dinâmica do Irã. As autoridades religiosas são reacionárias. O parlamento é engessado por tabus religiosos & eleitorais. As autoridades locais são dominadas pelos poderes tribais. Resta somente apelar, portanto, ao governo.
- No entanto, é preciso cuidado para não transformar uma denúncia autêntica de violação dos direitos humanos numa ingerência política em prol de um eventual golpe de Estado ou mesmo de uma guerra, que, em última instância, provocará muito mais danos aos direitos humanos do que um apedrejamento. O Iraque é a prova disso.
- A Anistia Internacional às vezes vacila nessas questões mais políticas.
Como ela vive de doações principalmente de governos ocidentais e grandes corporações,(Lungarzo disse que a AI não recebe dinheiro de lugar nenhum) A AI tem essa tendência meio ianque em seu DNA, de estar sempre ao lado das bandeiras da moda do New York Times. - Recentemente, soubemos que uma garota menor de idade ficou presa numa cela do Pará com mais de 20 homens por meses, e que foi sistematicamente estuprada no período. E que uma juíza federal, ciente do caso, não tirou-a de lá. Que diríamos se a Anistia Internacional divulgasse um texto intitulado: PAREM O GOVERNO ESTUPRADOR DO BRASIL!
- O Brasil mata muito mais mulheres do que o Irã. O assassinato e o espancamento de mulheres no Brasil registra números muito superiores aos do Irã. Lá, ocorrem essas barbaridades tribais, em nome de leis obsoletas, resquícios de uma Ásia atrasada, cruel e totalitária. Mas temos de ter isso em mente. A violência privada no Brasil é muito maior do que no Irã. Eles tem uma sociedade que transferiu a sua violência para o Estado. Não sei se isso é um avanço. Neste caso do apedrejamento, claro que não é. Mas antes de olhar o rabo dos outros, não nos esqueçamos de que, dias atrás, ficamos sabendo que o goleiro do Flamengo mandou espancar e matar sua mulher e lançou o corpo para ser devorado por cães Rottweiller. Claro, é diferente. Um é um crime chancelado pela tribo e pelo Estado. Outro é um crime mesmo, duramente perseguido pelo Estado. Mas as mulheres morrem do mesmo jeito.
Conclusão: Acho válido e importante que a Anistia Internacional pressione a comunidade internacional a denunciar crimes contra os direitos humanos em todo o mundo. Mas isso não justifica a perda do equilíbrio diplomático e da correção política. Sempre que há qualquer problema no Irã, as pessoas perdem completamente o respeito pelo governo do país. Seu presidente é tratado como ditador mesmo que haja eleições. A propaganda em torno da "fraude", aliás, cumpriu seu papel: não fosse a campanha mundial, patrocinada pelas potências ocidentais (sobretudo os EUA), para vender as denúncias de fraude, seria mais difícil chamar o Irã de "ditadura", já que eles escolheram seu presidente através de um sufrágio livre e universal.
O Irã tem parlamento, tem eleições livres, tem alternância de poder. Os aiatolás detêm o poder real do país? Sim, mas também aí devemos lembrar de como isso aconteceu. O Irã era uma república relativamente liberal (embora monárquica, mas quase toda a Europa também ainda é monárquica) desde o início do século XX, até que, durante a II Guerra, Reino Unido e União Soviética invadiram o país, de olho em suas jazidas de petróleo. A partir daí, o Irã será vítima de suas próprias riquezas. A lutas políticas domésticas no Irã sempre sofrerão ingerência externa por causa do petróleo. As forças políticas iranianas dispostas a ceder a riqueza para companhias estrangeiras receberão subsídios. Outras forças, mais comprometidas com os interesses nacionais, serão combatidas e serão alvo da propaganda ocidental. Os conflitos se desenvolvem, com altos e baixos, até que a balança pende para os nacionalistas, que promovem uma nacionalização das empresas de petróleo do país e decretam o monopólio mineral em favor do governo. O ocidente então patrocina um golpe de Estado, e instaura-se, aí sim, uma ditadura sanguinária. Os nacionalistas e a esquerda iraniana são dizimados. Restam só os clérigos, poupados porque a única forma de manter um mínimo de apoio popular, era incentivar o fanatismo e usar o poder dos aiatolás em favor do governo. Até que os clérigos percebem que o governo só se mantinha de pé em função do apoio que recebia da igreja. Ciente do poder que detinham, resolvem assumir as rédeas da nação e promover outro golpe de Estado. Começa aí a "autocracia islâmica" do Irã e a mistura entre política e religião.
Desde então, o conflito entre o Irã e o Ocidente não terminou. Enquanto existirem, sob o Irã, as maiores jazidas de petróleo do planeta, e petróleo finíssimo, de custo baixo de exploração (não é nenhum pré-sal a mais de 7 mil metros de profundidade, em alto mar), os conflitos políticos domésticos do país serão sempre contaminados pela ingerência externa.
As pessoas que lutam pelos direitos humanos tem obrigação de conhecer mais profundamente a história do Irã, e se posicionar de uma maneira imparcial e justa em relação ao país. Caso contrário, estarão ajudando aqueles que mais maltratam os direitos humanos no mundo: a indústria bélica, corporações corruptas, e políticos extremistas de ultradireita. Estarão, enfim, incorporando a versão em negativo de Mefistófeles, o diabo de Fausto que "fazendo o mal, engendrava o bem". Sem um bom fundamento político, as boas intenções da AI podem até estar buscando o bem, mas estarão engendrando o mal futuro dos persas, do oriente médio e de toda a humanidade.
As pessoas que lutam pelos direitos humanos tem obrigação de conhecer mais profundamente a história do Irã, e se posicionar de uma maneira imparcial e justa em relação ao país. Caso contrário, estarão ajudando aqueles que mais maltratam os direitos humanos no mundo: a indústria bélica, corporações corruptas, e políticos extremistas de ultradireita. Estarão, enfim, incorporando a versão em negativo de Mefistófeles, o diabo de Fausto que "fazendo o mal, engendrava o bem". Sem um bom fundamento político, as boas intenções da AI podem até estar buscando o bem, mas estarão engendrando o mal futuro dos persas, do oriente médio e de toda a humanidade.
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Outra confusão: a carta de Lungarzo fala em duas mulheres, mas o documento da AI, assinado por Michael O'Reilly fala de apenas uma mulher. Esta mulher ainda não foi apedrejada e o governo iraniano, aparentemente, conseguiu paralisar o processo. Não se sabe até que ponto, por outro lado, o processo foi paralisado por pressões da própria sociedade persa, cujo nível de desenvolvimento cultural e científico está anos-luz à frente de episódios isolados como esse, ou da pressão internacional.
Quanto às imagens divulgadas por um "jornalista" anônimo, membro da "resistência" iraniana, mostrando uma mulher sendo apedrejada, também devemos ter muito cuidado para não sermos vítimas de uma campanha osquestrada, já que pode se tratar de um vídeo antigo, ou mesmo de uma montagem. Acho sempre incrível como a propaganda consegue dirigir a "indignação" da opinião pública mundial para onde lhe convém. Zuenir Ventura escreveu, certa feita, numa coluna, que assistiu várias vezes um vídeo no youtube mostrando uma iraniana que morreu com um tiro na cabeça. Coisa macabra. Mas ninguém no Globo parece se comover com o assassinato sistemático de jornalistas em Honduras, tanto antes como depois do golpe de Estado, e inclusive agora, durante o governo "democrático". Jornalistas de esquerda, sindicalistas, ativistas sociais, morrem às pencas na Colômbia e América Central, há décadas, mas esses crimes nunca comoveram muito a mídia mundial.
Na minha humilde opinião, eu acho que o Irã é um país com recursos econômicos e culturais suficientes para resolver esses problemas por conta própria. Vale sempre fazer pressão, mas com respeito ao governo constituído do país. Um país sem governo, ou em que as pessoas não respeitam seus governos (como é o caso do Brasil), costumam registrar uma quantidade de violência contra os direitos humanos muito maior. Não consta, por exemplo, que no Irã haja chacinas constantes de inocentes, como as há no Brasil, nem que as autoridades do país tenham ordenado a execução sumária de 111 presos, mortos como cães, sem o mínimo processo, sem a mínima discriminação entre diferentes condenações, como aconteceu em Carandiru. Sempre que leio alguém criticar o Irã, a mesma frase volta à minha cabeça: macaco, olha teu rabo!
Quanto às imagens divulgadas por um "jornalista" anônimo, membro da "resistência" iraniana, mostrando uma mulher sendo apedrejada, também devemos ter muito cuidado para não sermos vítimas de uma campanha osquestrada, já que pode se tratar de um vídeo antigo, ou mesmo de uma montagem. Acho sempre incrível como a propaganda consegue dirigir a "indignação" da opinião pública mundial para onde lhe convém. Zuenir Ventura escreveu, certa feita, numa coluna, que assistiu várias vezes um vídeo no youtube mostrando uma iraniana que morreu com um tiro na cabeça. Coisa macabra. Mas ninguém no Globo parece se comover com o assassinato sistemático de jornalistas em Honduras, tanto antes como depois do golpe de Estado, e inclusive agora, durante o governo "democrático". Jornalistas de esquerda, sindicalistas, ativistas sociais, morrem às pencas na Colômbia e América Central, há décadas, mas esses crimes nunca comoveram muito a mídia mundial.
Na minha humilde opinião, eu acho que o Irã é um país com recursos econômicos e culturais suficientes para resolver esses problemas por conta própria. Vale sempre fazer pressão, mas com respeito ao governo constituído do país. Um país sem governo, ou em que as pessoas não respeitam seus governos (como é o caso do Brasil), costumam registrar uma quantidade de violência contra os direitos humanos muito maior. Não consta, por exemplo, que no Irã haja chacinas constantes de inocentes, como as há no Brasil, nem que as autoridades do país tenham ordenado a execução sumária de 111 presos, mortos como cães, sem o mínimo processo, sem a mínima discriminação entre diferentes condenações, como aconteceu em Carandiru. Sempre que leio alguém criticar o Irã, a mesma frase volta à minha cabeça: macaco, olha teu rabo!
Tem um erro no título.
Valeu, Marcio. A tecla N tá meio dura.
Tô corrigindo outros erros. Assim que publico, eu começo a corrigir febrilmente. Por isso, os posts mais antigos, assim como o vinho, são melhor trabalhados, visto que eu corrijo às vezes textos escritos e publicados há meses ou mesmo anos.
Não precisava publicar...rs
da próxima vez (espero que não aconteça mais) em envio um e-mail.
Abraçao, Miguelito.
Sou seu fã.
Não, Márcio. É melhor apontar o erro por aqui mesmo no comentário. Não tem problema. Não tenho assistentes, então qualquer ajuda neste sentido é importante. Abraço e obrigado.
Prezado Miguel:
Agradeço muito a atenção que você dá a meu comentário, bem como a adessão que você mostrou com nossa defensa do caso Battisti.
Entendo que você está certo em alguns aspectos. Quero dizer, não como excusa, mas como explicação legítima, que redigi este texto logo que recebi informações de Londres, e na madrigada do domingo. Portanto, há algumas exatitudes. Ao dizer "governo", quis me referir ao establishment em seu conjunto. Não estou colocando a culpa especificamente no Preisdente. Sei que o apedrejamento não está na Cosntituição de Irã, mas foi validade pelo Tribunal Islâmico. Entretanto, não podem ser desoneradas as autoridades que possuem o poder no país, das quais os presidentes são simples mandatários. Por exemplo, apesar de que a propaganda americana sem dúvida exagera os fatos, há consenso universal de que a oposição a o presidente atual teria ganho as eleições, e isso não aconteceu por causa do apóio dos ayatolhas.
As tradições de lapidação não são únicas de Irã, eu não disse isso. São, com efeito, praxes tribais que aliás tem sua origem nas comundiades hebraicas de ca. -10.000 AC. No entanto, ao ser reconhecidas pelo STI ficam valendo para a totalidade do Irã.
Outra coisa: não podemos denunciar simultaneamente a todo o mundo. O fazemos quando se apresenta o ensejo. Por exemplo, repudiamos a lapidação como se pratica em parte da Nigéria, e a queima de viuvas na India, mas não posso incluir tudo isso num único artigo para evitar a pêcha de ser parcial contra Irã.
Por outro lado, Miguel, eu entendo que eu uma tendência natural de todos nós, um hábito talvez social, talvez psíquico, comparar uma situação denunciada com outra que está sendo omitida. Acontece comigo. Quando os americanos criticam a falta de liberdade de imprensa em Cuba, eu penso: "E vocês não reparam em que vários jornalistas têm sido presos por denunciar agentes da CIA, inclusive uma do NYT?"
Mas, apesar dessa tentação. Não é um argumento válido. Brasil mata mais mulheres que Irã, concordo! Mas isso não é um argumento em favor de Irã, mas CONTRA O BRASIL.
Pelo mesurado e racional de suas observações, sei que vc reconhece que não somos lenientes com ninguém. Continuamente publicamos denúncias contra Brasil, Colômbia, Argentina, e outros países por violência contra mulher, tortura, pena de morte, trabalho escravo, e assim em diante!
Quero terminar dizendo que agradeço realmente seu comentário. AI pode parecer às vezes uma organização um pouco arrogante. Lamentavelmente, por causa do tamanho dos inimigos dos direitos humanos geralmente agimos com muita força, mas não somos dogmáticos, nem acreditamos ter a verdade. As observações de pessoas bem intencionadas como vocês, servirão para tornar nossa tarefa mais objetiva.
Abraços
CARLOS LUNGARZO
Continuo com o ponto 4 de sua carta
Bom após ter dito o que eu acho certo e agradeço em sua informação, quero dizer que achei raro uma observação sua.
Anistia Internacional NÃO RECEBE DOAÇÕES DE GOVERNO NENHUM, e caso você saiba de alguma seção que cometa essa fraude, eu e nosso secretariado internacional,GOSTARIAMOS DE SABER.
Não sei se você leu em alguns trabalhos meus, âlgumas referências colaterais,relativas ao que fora a seção brasileira de AI (Faz tempo que estou preparando uma matéria exatamente sobre isso, mas é tão complexa que nunca termino).
Bom, fazendo breve, Ai do Brasil foi fundada em 1986 por um jornalista defensor dos DH, uma pessoa muito legal. Mas, rapidamente foi usurpada por um número de empresários e manipulada em sentido econõmico e jurídico. Nossa central em Londres decidiu dissolver-la imediatamente, mas só foi possível em 2001, porque a justiça brasileira, entrometida num problema administrativo e não jurídico, APOIOU a esse grupo corrupto que tinha ocupado nossa ORG.
Por tanto, se você possui alguma prova de algum grupo de AI (há 7 neste momento na América Latina), que receba dinheiro de algum governo ou empresa, ou, ainda SE VOCê POSSUI ALGUMA INFORMAÇÃO NÃO CONFIDENCIAL QUE POSSA SER MOSTRADA, lhe agradecerei que me envie um e-mail com os dados, e eu tentarei apurar o farei a denúncia correspondente.
carlos.lungarzo@gmail.com
Quanto a possuirmos DNA americano, acredito seja uma metáfora. Não há DNA ideológico. Mas, talvez porque você não tenha tempo, sem dúvida não está a par de nossos permanentes conflitos com o governo americano, até com o próprio Obama, que é o menos oposto as nossas atividades dos últimos 29 anos.
Em fim, isto não tira sua imagem de pessoa bem intencionada. Mas, é delicado criar imagens negativas de instituições que não merecem.
Abraços
Carlos
Não é verdade que "há consenso universal de que a oposição ao presidente atual teria ganho as eleições". A menos que se reduza a "comunidade internacional" aos EUA, Israel e seus aliados na Europa.
No atual contexto, a AI age com uma irresponsabilidade ímpar ao clamar, em letras garrafais, que PAREMOS O GOVERNO ASSASSINO DO IRÃ. Mas como? A única forma de fazê-lo é promovendo um golpe de Estado ou uma guerra.
Lungarzo, desculpe a referência às doações. Eu cai no preconceito porque a maioria das ONGs tem esse perfil. Irei mais tarde consertar o post nesse ponto. De qualquer forma, não acho errado receber doação de empresas ou governos. Tem mais é que receber mesmo. Minha crítica foi no sentido de deixar isso criar uma influência sobre a linha das denúncias.
Miguel, concordo em muito com você, mas me permita fazer algumas considerações. O governo tem sim sua parcela de responsabilidade. Afinal, a pena é prevista no Código Penal feito pelos legisladores e aprovado pelo chefe do executivo. E poderia ser do executivo a iniciativa de propor uma alteração quanto a isso, bem como afastar as influências tribais. Outro ponto, é de responsabilidade do executivo os presídios, a polícia, etc… Cabe ao governo dirigir e controlar seus órgãos de repressão.
Prezado Miguel
Lí várias coisas de você após que eu me encontrei citado no seu blog, e percebo que você é uma pessoa muito inteligente. Portanto, desejo manter nosso diálogo num nível de absoluta seriedade.
Veja, afirmações como que uma agrupação ou um partido ou o que seja tem sangue "ianque" é uma ironia muito usada. Você é uma pessoa muito interessada em direitos humanos e parece conhecer bem alguns assuntos. Assim sendo, não podia passar em branco o fato de que AI não recebe dinheiro salvo de doadores individuais, ou de fundações.
Se assim não fosse, você veria anúncios como este
"Adidas recomenda: colabore com AI", ou um anúncio da BR: "Petróleo com DH", e assim em diante
Empresas, nacionais ou estrangeiras, não fazem doações se não tiver algum retorno, por exemplo, a aparição pública. Pode não ser uma ato de troca comercial, mas sim um patrocínio. Vi em seu orkut que vc é muito comprometido politicamente; assim sendo, não pode desconhecer que as pessoas, partidos ou o que for que recebem dinheiro de empresas, mesmo a fundo perdido, precisam honrar esses favores no futuro, de maneiras que nem sempre são claras.
Isto acontece no mundo todo, e, para colocar um alvo que é o favorito atualmente, nos Estados Unidos, os presidentes americanos recebem enormes doações, mas também precisam devolver com favores políticos. Obama não vai ser talvez garoto propaganda da Ford, mas não poderá exigir que essa fábrica reduza o consumo de seus motores.
Na história americana, o único indíviduo que era rico o suficiente para pagar sua própria campanha foi Kennedy. Foi por isso que eles se opôs à máfia, e eles não puderam pressionar economicamente. Então o fizeram de outra maneira.
AI não recebe doações que não sejam absolutamente incondicionais, e em geral provém de pessoas de classe média ou média-alta, cujo valor-médio anual está entre 50 e 900 Euros.
Como todos nossos 2.3 mi associados são voluntários, só gastamos em salário de funcionários. Esse dinhero, que deve dar uns 100 mi de euros por ano é suficiente. Muitos de nós pagamos nossas próprias viagens.
Nossos funcionários (são menos de 300 no mundo todo) são pagos com regalias da venda de livros ou discos e filmes produzidos por nós, e pelo rendimento de alguns terrenos que foram doados faz tempo na periferia de Londres.
Por outro lado, você é um blogger que cultua, e com sucesso, uma imagem séria, e percebo que está bem informado em vários aspectos.
Portanto, não pode agir como fazem os blogueiros da Veja, ou de outros PIG's.
Entendo que Veja invente dados: não poderia viver se dizesse a verdade, porque toda sua atuação está baseada na mentira. Mas, vc deve manter sua imagem de pessoa séria, e não falar de coisas que desconhece.
Não há nada de grave nisto. Apenas lhe mostro como se vêem as coisas desde uma perspectiva objetiva. Atualmente o Irã se tornou moda, não entre a esquerda (realmente, como antigo militante me recuso a chamar esquerda esta forma de nacionalismo), mas em grupos que querem promover alianças que permitam sair do controle dos EEUU.
Eu acho que não foram bem aprendidas as lições da Guerra Fria. Quantos nacionalistas do mundo emergente se venderam aos americanos? Por exemplo, Índia, e, mais ainda, Saddam Hussein. Os americanos financiaram Bin LAdem para criar Al-Qaeda e combater os soviéticos.
Em resumo: minha impressão é que a paquera oportunista do governo com irã e outros governos "não convencionais" (não disse ditaduras), não vai produzir os frutos que se esperam.
Se Irã e EEUU fossem tão inimigos, os iranianos não teriam boas relações com vários países da Nato.
Não se incomode em retificar sua notícia sobre o caráter mercenário de AI. Não nos incomoda. Se escrevi aqui é porque não sei seu e-mail. Acredite: sou contrário a fazer escândalo.
Abraços
Carlos
"Não é verdade que "há consenso universal de que a oposição ao presidente atual teria ganho as eleições". A menos que se reduza a "comunidade internacional" aos EUA, Israel e seus aliados na Europa." [2]
Aquela oposição financiada pelos EEUU [fato], só ganha na base de golpe de estado mesmo, que é como o "tutor" deles prefere...
No link que segue,há um vídeo que modificou de certa forma a minha análise crítica sobre determinados assuntos. Ler o seu texto e assistir ao vídeo mudará a forma de análise de muito mais pessoas.
Fonte da matéria:
http://www.tijolaco.com/?p=18666
Vídeo:
http://www.ted.com/talks/view/id/652
Sugiro que o AI se preocupe menos com o Ira e mais com o Iraque,o Afeganistao,a Palestina,a Colombia,cidade Juarez,enfim,tanto lugares onde ela pode se refestelar..Ah,ms sera que ela pode denunciar os crimes praticados pelos norte americanos??
Falou Lungarzo, gostei da aula sobre a AI. Só não gostei do "paquera oportunista". Eu sou parcial demais. De tanto a mídia nacional demonizar o Irã, eu me sinto na obrigação de ser simpático ao Irã.
Desculpe qualquer coisa.
Abraço.
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