9 de julho de 2010

Fala, mestre!

Só há uma forma precisa de exercer-se o controle social dos meios de comunicação: o juízo crítico dos leitores, ouvintes e telespectadores, que constituem a sociedade nacional. Esse juízo será possível mediante educação de qualidade, que permita aos cidadãos formar sua inteligência do mundo com autonomia. Quando isso ocorre, eles podem avaliar as informações recebidas e delas retirar suas próprias conclusões. Sempre que se fala em controle, social, ou não, da imprensa, a democracia corre perigo.

De Mauro Santayana, em sua coluna de hoje no Jornal do Brasil

Eu desenvolveria o pensamento de Santayana com alguns acréscimos: criação, como já se faz na França e na Venezuela, de aulas de leitura midiática, para ensinar crianças e adolescentes a exercerem uma leitura crítica de jornais e revistas. Com isso, estarão menos vulneráveis às influências perniciosas (do ponto-de-vista político) da grande imprensa, que não trabalha para permitir que o leitor pense por si mesmo, mas tenta incutir-lhe, à fórceps, sua própria visão de mundo, em geral conservadora e tendenciosa.

12 comentarios

João Novello disse...

Miguel, ontem e hoje você esteve e está magistral. Parabéns !

Para não deixar dúvidas sobre o que eu quero dizer..
magistral
adj.adj.
1. Próprio de mestre.
2. Fig. Perfeito; completo; exímio; exemplar.

Eduardo Sejanes Cezimbra disse...

Caro Miguel, este é uma rara excecção em que a emenda ficou melhor que o soneto.Ainda ontem estava matutando sobre isto...Grato,ABC (Abraço e Beijo do Cezimbra), Cidadão Planetário, membro do Conselho Mundial de Cidadania Planetária

Miguel do Rosário disse...

Obrigado, amigos. Abraço.

Luiz Monteiro de Barros disse...

Lula, comendo pela beirada, conseguiu a maior diminuição nos últimos 30 anos na desigualdade de renda das famílias. Outra foi o Prouni e o de ter aumentado em 1,71 vezes mais o numero de escolas técnicas desde a primeira em 1909.
Um milagre revolucionário pois que para tal é preciso que os pobres se apropriem de uma parcela maior do crescimento econômico e pelo trabalho mais qualificado pela educação possa ascender pelo mérito na escala social. Mérito tão apregoado pelo mercado que nunca o proporcionou pois critica o “peixe” sem nunca dar a “vara”
Portanto Dilma representa aprofundar essa realidade que já impacta o imaginário popular (ricos inclusive) e Serra tenta esconder o fracasso do modelo anterior com mentiras sobre os feitos.
A grosso modo A invenção da mentira tenta prevalecer sobre a verdade real. Pela lógica é impossível.
Então a forma da população ter consciência sobre a ditadura midiatica em que vive e que a leve a “exigir” um real “controle social” das comunicações é pela educação e a internet, banda larga representa muito. Sem grandes teorias revolucionarias, acadêmicas, etc.
É Dilma ir fazendo “quietinha” pelo poder que terá em mãos. Não precisa “errar” enfatizando. A mídia sabe ser isso inexorável. Não tem como evitar, daí que tenta vender Serra para adiar.
Então pode ser que novas analises históricas possam ser feitas para alem do estudo
http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?edt=41&id=114560

Hugo Albuquerque disse...

Miguel,

Mauro Santayana é um dos grandes analistas políticos brasileiros - um dos poucos ainda vivo, seja pela qualidade do seu texto ou pela perspicácia ímpar, diferentemente dessa geração autômatos-redatores presunçosos que só sabem passar para o papel, mal e porcamente, as teses que são construídas nas direções dos jornais e revistas.

Ainda assim, eu discordo dele nesse ponto. Pela natureza do serviço de informação, penso que ele deva estar sim submetido ao juízo de uma corte administrativa para questões midiáticas. Seria interessante uma corte administrativa formada por profissionais da área e membros da sociedade civil, independentes em relação ao Governo e autônomos em relação aos Estado, avaliando certos deslizes.

A Constituição Brasileira só prevê como exceção à regra de poder recorrer ao Judiciário em caso de lesão ou ameaça a direito nos casos de contendas desportivas, onde o juízo dos tribunais desportivos ( que são cortes administrativos) deve anteceder qualquer ação judicial; não seria, necessariamente, o caso de criar uma nova exceção - o que demandaria uma Emenda à Constituição -, mas não deixa de ser uma possibilidade - agora, creio que, pelo menos, termos uma corte administrativa para tratar de questão midiáticas, seria não só interessante como fundamental nesse momento, tenha ela primazia para julgar antes do judiciário (se for necessário tal espécie de ação) ou não.

um abraço

Miguel do Rosário disse...

Hugo, eu acho que isso (que voce falou) deveria valer para questões de saúde. De qualquer forma, isso não pode ser programa de governo. Tem que ser uma iniciativa do Legislativo. E fruto de muito debate no Congresso Nacional, no Senado, e na opinião pública.

IV Avatar disse...

Há coisas que podem ser feitas, como por exemplo a reativação da banda larga para a inclusão digital, a pulverização das verbas de publicidade de forma a não concentrar tudo numa emissora, .,,,o que mais,,,abertura das empresas de comunicação ao capital estrangeiro

IV Avatar do Rio Meia Ponte disse...

Também o incentivo às TV públicas

IV Avatar disse...

Este texto de Emir Sader vai neste sentido:

Um Brasil sem analfabetos

O Brasil teve uma expansão significativa dos direitos sociais da grande maioria da sua população nos últimos anos, extensão do sistema educacional, porém persistem entre 10 e 13 milhões de analfabetos – sobretudo de terceira idade – e grande quantidade de analfabetos funcionais – que aprenderam a ler mas que, sem prática posterior, são incapazes de ler e responder uma carta.

E, ao mesmo tempo, dispomos do melhor método de alfabetização – o método Paulo Freire - que, ao mesmo tempo que permite o aprendizado da leitura e da escrita, favorece a consciência social das pessoas.

Até mesmo países de nível de renda muito mais baixo do que o nosso, como a Bolívia, valendo-se de um método muito eficaz, mas menos elaborado, como o método cubano, terminaram com o analfabetismo, segundo constatação da Unesco. A Bolívia, que tem uma grande complexidade cultural e lingüística, porque a massa da população fala aymara, quéchua, guarani, castelhano e outros muitos dialetos.

Não podemos permitir que milhões de brasileiros não saibam ler e, não apenas, estejam impedidos de orientar-se minimamente como um cidadão deve fazê-lo para informações básicas, mas também impedidos de conhecer a cultura brasileira – aquilo que o Brasil produz de melhor. Impedidos de conhecer Jorge Amado, Graciliano Ramos, Machado de Assis, Lima Barreto, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Morais, Guimarães Rosa – apenas para citar alguns. Todos têm todo o direito de não gostar de autores, mas devem ter todo o direito de conhecer, de ter acesso ao que de melhor o Brasil produz.

Um mutirão, organizado pelo Ministério da Educação, de que participem ativamente as entidades estudantis, as centrais sindicais, os movimentos sociais e culturais, que comece pela elaboração de método adequado aos da terceira idade e que mobilize centenas de milhares de jovens e militantes de todos os setores da população, poderá elevar o Brasil nos próximos quatro a anos a “país livre do analfabetismo”. Seremos um pouco mais democráticos, menos injustos, mais cultos. Além de preparar-nos melhor para produzir uma cultura muito mais plural, diversificada, reflexo da sociedade brasileira realmente existente e não produto do país que as elites gostariam que o Brasil continuasse sendo. Um Brasil para todos significa um Brasil sem analfabetismo.
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=501

José Carlos Lima disse...

Este texto de Emir Sader vai neste sentido:

Um Brasil sem analfabetos

O Brasil teve uma expansão significativa dos direitos sociais da grande maioria da sua população nos últimos anos, extensão do sistema educacional, porém persistem entre 10 e 13 milhões de analfabetos – sobretudo de terceira idade – e grande quantidade de analfabetos funcionais – que aprenderam a ler mas que, sem prática posterior, são incapazes de ler e responder uma carta.

E, ao mesmo tempo, dispomos do melhor método de alfabetização – o método Paulo Freire - que, ao mesmo tempo que permite o aprendizado da leitura e da escrita, favorece a consciência social das pessoas.

Até mesmo países de nível de renda muito mais baixo do que o nosso, como a Bolívia, valendo-se de um método muito eficaz, mas menos elaborado, como o método cubano, terminaram com o analfabetismo, segundo constatação da Unesco. A Bolívia, que tem uma grande complexidade cultural e lingüística, porque a massa da população fala aymara, quéchua, guarani, castelhano e outros muitos dialetos.
Na integra:
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=501

Hugo Albuquerque disse...

Miguel,

Sim, naturalmente, como eu falei, isso dependeria de uma Emenda Constitucional e uma Lei ordinária - apenas da última, se essa corte viesse a ser como um contencioso administrativo como os que existem em regra. Enfim, não propus que seja programa de Governo porque isso até porque um órgão como esse não se institui nem por ato de governo ou por por ato administrativo - o que eu questionei foi a afirmação do Santayana de que isso é uma ameaça à democracia. Não é. Pode ser exatamente o contrário: Uma forma de mediar o princípio da Liberdade de Imprensa com o da integridade moral.

um abraço

Anônimo disse...

Olha, francamente, me animei c/ todo esse trololó desses filhos da puta.

Todos, todos, todos sao filhos de puta, e a puta q os pariu, é apartidária, isenta, ética, democrática, cansada, enfim ... pode mais.

E, se posso fazer-lhes 1 brinde, os brindo como os maiores filhos de puta q jamais se encontra por aí!

Ao caralho c/ todos.

Inté,
Murilo

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