6 de julho de 2010

É o dinheiro, estúpido



Muita gente ainda se pergunta porque o PSDB engoliu o nome de Serra para disputar a presidência, quando poderia contar com Aécio Neves, que agregaria muito mais apoios politicos. Questionam também a forma agressiva e sedenta com que Serra se autoimpôs. Quando vemos as verbas de campanha, porém, tudo fica mais claro. Para Serra, não importa tanto ganhar as eleições como ter o controle sobre os 180 milhões de reais de contribuições do setor privado, mais os valores do fundo partidário, mais o tempo de TV. Sem falar no Caixa 2.

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Perguntaram-me o que eu penso de trabalhar de graça para campanhas tão absurdamente caras. De fato, nesse momento de campanha, sinto-me um pouco usado. A melhor resposta que eu posso dar, porém, é que as campanhas passam, as estruturas de campanha são desmanteladas, e o meu blog continuará, firme e forte. Passada a eleição, não faltará assunto para o blogueiro, como não tem faltado nos últimos seis anos, desde que comecei a escrever por aqui. Além do mais, as pessoas tem me ajudado, assinando a Carta Diária ou fazendo doações. Ainda é muito pouco, mas tenho esperança de que, na medida em que a população tenha mais acesso a internet, meu blog ganhe um número maior de assinantes.

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(Capa do Globo desta terça-feira)

Por alguma razão que foge a minha compreensão, O Globo vem tentando, nas últimas semanas, impor uma interpretação apocaliptica da realidade econômica brasileira. Isso não é novidade. Mas é curioso que esta opção editorial tenha se radicalizado justamente no momento mais eufórico da economia nacional. A estratégia, de qualquer forma, é débil, destinada a iludir apenas os leitores de primeiras páginas. Quando se lê a matéria, encontra-se um conteúdo muitas vezes contrário ao que se estampou em manchetes garrafais. É o caso agora. Depois de ameaçar o Brasil com um calote generalizado da nova plebe consumista, a matéria conclui com as seguintes declarações:

Até março, os balanços publicados apresentaram resultados positivos, com queda da inadimplência e das chamadas provisões para devedores duvidosos.

O economista-chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, porém, acredita que a inadimplência no setor só subirá em caso de estagnação econômica.

- Não é isso que vejo no nosso horizonte hoje. Ao contrário, existe até a preocupação se haveria um superaquecimento da economia.

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Não tive tempo de falar de outra matéria de capa recente do Globo, tentando transformar o positivo aumento das importações, consequência natural do aquecimento da economia e da elevação do poder aquisitivo da população, num desastre anunciado. Deixo aqui apenas o registro. Falarei mais disso posteriormente, trazendo dados, estatísticas e raciocínio lógico, para mostrar que importar também pode ser bom, desde que sem exagero ou puerilidade.

2 comentarios

Anônimo disse...

Miguel, sou militante petista desde 1985. Nunca recebi um centavo por qualquer ação que faço em favor dos candidatos que escolho, mas faço por prazer; por entender que há algo que precisa ser superado. Essa imprensa deturpadora, manipuladora, por exemplo. Ainda não encontramos um meio de colocá-la no seu devido lugar, mas não perco a esperança.

Jorge Santos disse...

Olá Miguel,

Tem um Vamp de curitiba que está pregando (fisoloficamente) a idéia de separatismo do Sul do país.

Dê uma olhada:

http://blogdovampirodecuritiba.blogspot.com/2010/07/separar-o-sul.html

O que será que o Sr. Cloaca acha disso?

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