Entraram muitas assinaturas e já consegui pagar minhas pendências. Posso voltar ao batente com tranquilidade e deixar o pessimismo para trás e trabalhar.
Definitivamente, não posso reclamar dos meus leitores e da blogosfera. Agora preciso de algumas horas para botar as leituras em dia. Há uns dois dias que não leio jornais e com isso estou me sentindo realmente muito melhor. Acho que tive uma espécie de overdose ou infecção generalizada de imprensa tucana e quase morri. Anteontem acordei lendo sonetos de Petrarca, hoje li mais alguns trechos de Heródoto. Agora o dever me chama e tenho que mergulhar outra vez no rio Tietê da mídia nacional.
Deixo aqui algumas observações pertinentes. São coisas meio óbvias, mas enfim... às vezes mesmo o óbvio deve ser falado:
- Tem muita gente insistindo na necessidade da campanha ir pra rua. Concordo, mas lembrem-se que a internet é um campo vital neste segundo turno, onde está em jogo principalmente a classe média urbana. As pessoas que são feras em internet devem agir na internet. Não adianta botar um "geek" (espécie de nerd astuto) para liderar passeatas na periferia. O que deveria ser corrigido, a meu ver, é a circularidade fechada, o falar somente para os seus. A guerra agora é aberta e devemos invadir, literalmente, os espaços neutros ou mesmo adversários e procurar, se não convencer, ao menos criar um debate, sem medo de trolls ou hackers. Aliás, é hora de perder o medo. Faça um backup de seu computador. Faça um backup de seu blog e vamos à luta. Se quiser, fique anônimo, mas de preferência, sem excessos de logos de Dilma. A luta é para conquistar o coração e a mente do eleitor de Marina Silva, o qual deve ter alguma implicância tola com Dilma. É preciso mostrar que ele deve escolher o melhor projeto político e não o rostinho que mais lhe agrada ou desagrada menos.
- A eleição de José Serra levará ao poder, montados em sua garupa, todos os grupos de extrema-direita, incluindo os mais execráveis, como TFP, neonazistas, Opus Dei, fanáticos religiosos. Mas depois falamos disso.
- Volto a me dirigir agora aos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff: onde estão os projetos para a banda larga no Brasil? Como vocês pensam em conquistar o voto do jovem que votou em Marina sem que um dos temas mais importantes de sua vida seja discutido? A internet é absurdamente cara no Brasil e quem mais sofre com isso, naturalmente, é o jovem, que hoje precisa da internet para sobreviver. O jovem de hoje não consegue bolsas de estudo, emprego, namorada, não consegue se informar ou estudar, sem uma boa internet banda larga, e esta é cara e ruim. Por que a campanha de Dilma não aborda este tema e não diz, objetivamente, concretamente, sem usar a expressão "no que se refere", o que fará para melhorar o acesso da internet ao jovem? Por que não incorpora, ousadamente, a chamada PEC da banda larga, pela qual a internet será encarada com questão de Estado e distribuída gratuitamente para todo o povo brasileiro? O sinal de TV não é público e gratuito? O sinal de rádio não é público e gratuito. Por que a internet, que é muito mais importante que a TV, não pode ter um sinal público e gratuito? As pessoas poderão estudar à distância pela internet. O problema de formação de mão-obra poderá ser resolvido com cursos de longa distância via internet. Alguns casos médicos poderão ser tratados sem a presença física do paciente, apenas pela rede, sobretudo aqueles que implicam apenas em troca de informações sobre sintomas, etc. A banda larga gratuita para todos os brasileiros seria o golpe de misericórdia em Serra e nos jornais que o apóiam. O custo disso não é tão elevado, considerando os enormes benefícios que adviriam, a começar pelo espetacular aumento da produtividade em todo país.
Vou lá tomar um café, pagar umas contas, ler uns jornais, e pensar no que mais podemos fazer. Daqui a pouco eu volto.
Concordando com tudo o quanto foi colocado, ressalto dois pontos: a) A questão da banda larga gratuita, já deveria ter entrado na campanha. Ainda mais que o seu serra é contra; b) Esse conceito de "rua" esta um pouco fora de lugar. Nós somos e fazemos a rua, na medida que discutamos, com aqueles que nos rodeia(panfletagerm pessoal), o que está em jogo nestas eleições. Quem deveria "tomar" as ruas são aqueles, com SEUS CARROS DE SOM, que estão "esperando" o verão chegar, que é o PT e PMDB idem. (H.Pires)
apaguei um comentário de um troll que está me enchendo o saco aqui. seu trouxa, você não tem idéia do que seja fazer um blog de qualidade, então vá pentear os macacos da fazenda de seu avô.
Miguel, no debate da Band, o Serra defendendo a privatização das teles disse que sem ela, o Brasil seria hoje o país do orelhão. Dilma, ao se defender, frisou que o Brasil dela será o da banda larga. Sem querer, o tucano deu uma boa deixa para ela frisar este ponto crucial da campanha.
Outra coisa, está muito divertido andar especialmente chique pelas ruas de São Paulo com o adesivo da Dilma no meu blaser preto.
Miguel, esquenta não. Os trolls serão extintos dia 31 de outubro.
Até parece que a campanha da Dilma esquece dos trilhões de reais que sairão do pre-sal, o que dava para fazer propostas ousadas
"o que por si só é algo surpreendente e negativo para o campo da esquerda,"
Opa! Não só para a esquerda e sim para o campo democrático e popular. A vitória de Dilma contras as forças das trevas se tornou uma questão suprapartidária pelo Brasil
Não sei se adianta. Mesmo não sendo filiado e não tendo a internet como ganha-pão, procuro contribuir. Mesmo em horário de expediente em meu trabalho, estou sempre entrando em sites de notícias e similares postando comentários, mostrando o quanto a imprensa é tendenciosa e o quanto o Brasil vai perder se Serra/FHC voltarem. E tentando desmentir factoides, é claro. Vejo muita gente como eu inclusive em sites conservadores, como Estadão e Folha. Mas sinceramente não sei se isso adianta. Me parece que o público da internet é um público já com sua consciência política (ou falta de) consolidada. Mas não sou especialista. E claro que minha contribuição é minúscula. Espero estar enganado quanto à eficácia destas ações. Abraço.
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