Outro tema que devo tratar neste blog é sobre a exoneração de Paulo Lacerda do cargo de diretor da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin. Como vocês sabem, ele foi afastado do cargo depois do ataque furibundo do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que havia acusado a Abin de ser a responsável pelo suposto (e bota suposto nisso) grampo de uma conversa de Mendes com o senador Demóstenes Torres.
A PF encerrou a investigação sobre o grampo concluindo que não havia sido a Abin. Mesmo assim, Lacerda, há poucos dias, foi exonerado. Analistas alegaram que faltaram condições políticas para a recondução de Lacerda ao cargo. Talvez Lula entendesse ser improdutivo comprar briga com Gilmar Mendes. Um chefe do serviço secreto nunca poderá ser o pivô da disputa política, e é nisso que Lacerda havia se tornado.
Como não podia deixar de ser, a legião dos "decepcionados com Lula e PT" alevantou-se com força total. Nisso, o Paulo Henrique Amorim, que se tornou uma espécie de Psolista radical da imprensa brasileira, tem colaborado. Mas Amorim e a legião de decepcionados deveriam entender que, se querem realmente dar as ordens em Brasília e saber o que acontece nos bastidores, não há outra saída senão se filiar a algum partido e tentarem se eleger à presidência da república.
Lacerda é um grande policial. Ganha uns 20 mil reais de aposentadoria e não depende, portanto, do Lula para nada. Se houvesse qualquer coisa errado, ele simplesmente poderia convocar uma entrevista e contar tudo. A sua nomeação para um posto nobre de adido policial em Portugal, a meu ver, visa proteger a sua imagem, fortemente abalada em função dos ataques midiáticos que sofreu em 2008. E quiçá a missão de Lacerda na Europa seja a de chefiar o serviço secreto do governo brasileiro no exterior.
O fato é que estamos falando da Abin, de um serviço secreto. E o governo não irá nomear ou desnomear seus diretores de acordo com as briguinhas da blogosfera contra grande imprensa. Seus agentes precisam ser protegidos com uma aura de discreção e sigilo, e o nome de Lacerda, posto no centro da luta política brasileira, tendo Gilmar Mendes à frente da oposição, não era mais conveniente. A sociedade brasileira não tem informações sobre o que acontece na Abin, e neste caso, nem deve ter, sob o risco de ridicularizar ainda mais o que vem tentando ser uma agência SECRETA séria.
2 de janeiro de 2009
O assunto Paulo Lacerda
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Se você passar os olhos pelo Consultor Jurídico e pela Folha, vai ver que os caras estão furiosos com essa "promoção" de Paulo Lacerda. A cada dia a coisa vai ficando mais clara.
Realmente, esses desiludidos com o Lula fazem um drama danado. Li no blog do Nassif alguns dizendo que o governo acabou. Uma coisa meio "meu mundo caiu" da Maysa, que era cantora de fossa. Como será que eles ficaram quando souberam que não existia Papai Noel?
"Como não podia deixar de ser, a legião dos "decepcionados com Lula e PT" alevantou-se com força total. Nisso, o Paulo Henrique Amorim, que se tornou uma espécie de Psolista radical da imprensa brasileira, tem colaborado. Mas Amorim e a legião de decepcionados deveriam entender que, se querem realmente dar as ordens em Brasília e saber o que acontece nos bastidores, não há outra saída senão se filiar a algum partido e tentarem se eleger à presidência da república."
Ahh..fala sério! Tenho certeza que você consegue ser mais qualificado em suas críticas, certo? Mas desse jeito, não há debate que sobreviva.
Acho que o companheiro que comentou antes, o Juliano, termina caindo no mesmo erro.
Caro Aristóteles, o que ambas as nossas críticas colocam, minha e do Miguel, é que política é um jogo complexo. Vários desiludidos, apesar de bem intencionados, por não entenderem isso, banalizam o debate político. Essa história de que o Lula ficou do lado do vilão, o Dantas contra o Protógenes e o Lacerda, que são os mocinhos, é muito simplório. Política é coisa para gente grande. Não há lugar para ingênuos. E é onde mais vale a máxima de que de boas intenções, o inferno está cheio. O seu xará grego já sabia disso desde aquela época
Certo. Compreendi melhor.
De qualquer maneira, eu acho que não dá pra ficar chamando de "psolista radical" ou que seria um "drama danado" a qualquer critica direcionada a Lula. Acredito, aliás, que esta defesa incondicional ao Luiz Inácio, por ele ter representado a meta-síntese da esquerda brasileira nos últimos 20 anos, não leva a canto nenhum.
Sobre o caso, acho que o blogueiro tem sua razão, mas o fato não deixa de representar um recuo do governo perante o suposto embate com o Gilmar Mendes.
Abraços fraternos!
Ano novo, mídia velha - se nao encontram pelo em ovo, enfiam o dito no cú da crasse mérdia. Q ainda acha isso chiqe.
Inté,
Murilo
Ano novo, mídia velha - se nao encontram pelo em ovo, enfiam o dito no cú da crasse mérdia. Q ainda acha isso chiqe.
Inté,
Murilo
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