24 de março de 2010

Rembrandt e o lixeiro



Tenho um trabalho delicado a fazer aqui. Preciso de muita calma e inspiração. E cuidado, pois receio que as musas, diante do tema a ser tratado, fugirão espavoridas. É um tema político, mas tenham paciência. É tão barra pesada que, para vos preparar o espírito, ornamentá-lo-ei com observações elegantes sobre uma das obras mais belas da arte ocidental. Refiro-me ao Autorretrato com corrente de ouro (reproduzido acima), de Rembrandt, um dos meus pintores prediletos. Hoje o blogueiro saiu de sua quitinete alugada, na Avenida Paulista, andou alguns metros e entrou no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MASP), que gentilmente não cobra ingresso às terças-feiras.

Além de uma grande exposição de Marc Chagall no primeiro andar, há uma outra no segundo ainda mais interessante, com obras-primas dos maiores nomes da arte moderna, e mesmo alguns renascentistas. Tem Van Gogh, Cézanne, Gauguin, Renoir, Degas, Manet, Monet, Toulouse-Lautrec, Delacroix, Picasso, Modigliani, Soutine, e outros grandes. Vários de cada um desses. O quadro que mais me emocionou, porém, foi o já citado autorretrato.

Fiquei quase dez minutos contemplando a obra, tentando imaginar o sentido daquela expressão facial. Nas pinturas mais modernas, que vi na mesma exposição, reparei que o humanismo não está mais no conteúdo, mas nas formas. Nas cores, nas linhas, nas tênues distorções. Em Rembrandt, porém, ainda encontramos o velho humanismo renascentista, com sua beleza narrativa, concentrada no personagem retratado, no olhar, na expressão do rosto do próprio artista. Ele olha para si mesmo com espanto, curiosidade, um deslumbramento contido, uma pitada de sarcasmo, outra de humor, e um tanto de compreensão amorosa. Na verdade, pensei, Rembrandt conseguiu reproduzir o sentimento humano perante a arte. E, o que é a mesma coisa, o sentimento do artista perante a vida.

Não fujam agora, ó Musas, quando souberem com que irei comparar os olhos tristes e inteligentes de Rembrandt! Não fujam e controlem seu riso nervoso, porque o assunto é sério, e tentarei explicar em seguida porque eu penso assim.

Comparo o olhar de Rembrandt com meu próprio olhar diante de algo de que somente hoje me inteirei: o artigo de Roberto Jefferson, publicado na Folha dias atrás, e a notícia de que se tratava de um plágio de... Olavo de Carvalho.

Durante intermináveis minutos, meus olhos pousaram imóveis e curiosos na tela do computador e meu rosto assumiu feições similares a do autorretrato de Rembrandt. O que pensar? O que sentir? Há coisas na vida que, definitivamente, fogem a qualquer compreensão, e que, inclusive, dificilmente serão jamais retratadas na ficção. Que novelista brasileiro poderia conceber algo tão incrivelmente grotesco como um artigo de Jefferson publicado na Folha - e plagiado de Olavo de Carvalho!

Uma palavrinha sobre Olavo de Carvalho. Qualquer um que participa minimamente das lides ideológicas nacionais sabe quem é a figura. Ele escreveu para a grande imprensa durante anos. Eu lia seus artigos - textos totalmente psicóticos. O cara possuía - e ainda possui, mas hoje está um pouco alquebrado pela desmoralização sistemática de suas próprias idéias - uma desenvoltura incrível, que somente o seu descompromisso com a realidade lhe permitia. Sempre o achei um idiota completo, mas me intrigava que lhe dessem tanta atenção. E li seus livros. Acreditem, ele é mais imbecil nos livros do que nos artigos. Sobre o que vocês acham que ele discorre em seus livros de filosofia? Pois é, podem acreditar, ele fala do PT... Em meio a um texto pseudo-filosófico, ele sempre dá um jeito de falar do PT, defender Collor, e demais profundidades...

Só ódio, preconceito, terrorismo ideológico.

E agora esse encontro perfeito. Jefferson e Olavo de Carvalho! Não deixa de ter um aspecto sumamente hilário! Pra ser franco, é só por esse aspecto que topei reproduzi-lo aqui juntamente com a desculpa esfarrapada de Jefferson. O criador do mensalão conseguiu se autodesmoralizar e desmoralizar o maior guru dos nazistinhas brasileiros.

*

Respirem um pouco. Podem tomar um cafezinho, porque tem mais.

*

Musas, permaneçam! Ah, fugiram. Eu entendo. Como alguém pode pretender a companhia das musas num texto sobre Roberto Jefferson e Olavão? Continuo mesmo assim.

*

Bem, agora falarei do famigerado artigo, que reproduzo abaixo, prefaciado por um pedido de desculpas pelo plágio feito, conforme está no blog do deputado. Leiam-no se puderem, ou pelo menos passem a vista. Comento em seguida.

Esclarecimento

No início deste ano, um colaborador petebista mandou-me um excelente e extenso texto para reflexão sobre o momento político pelo qual passava o Brasil. A princípio pensei em publicá-lo no site do partido, mas não o fiz, esperando uma melhor oportunidade. Acabei subscrevendo as idéias a mim enviadas - que me pareciam perfeitas -, já que se ajustavam ao meu pensamento. Mexi no texto, incluí parágrafos que julguei pertinentes, enfim, editei-o à minha maneira. Ainda me lembro que, quando mostrei as mudanças, o colaborador reclamou que eu havia mexido no seu texto. Mas acabou concordando com as alterações e com o envio do artigo por mim à "Folha de S.Paulo".

Só hoje, porém, alertado por internautas, vim a saber que o texto-base que deu origem ao artigo publicado na "Folha de S.Paulo" é de autoria do senhor Olavo de Carvalho. Peço desculpas ao autor e à "Folha", pois eu não tinha conhecimento disso.

Chancelo as idéias de Olavo de Carvalho no seu artigo, pois as minhas convivem harmonicamente com as suas. E acho, sinceramente, que o texto dele, na íntegra, ainda é melhor do que o meu, com todas as correções que fiz e aditei.

O artigo assinado por mim na "Folha":


São ideológicos, por isso corrompem

As oligarquias aliaram-se ao PT pensando que iriam dominá-lo, mas se deu o contrário, porque elas não têm projeto

Um dos traços constantes da vida brasileira é a coexistência de dois tipos heterogêneos e incomunicáveis de política: a "profissional", cuja única finalidade é o acesso a cargos públicos para a conquista de benefícios pessoais ou grupais, e a socialista (ou "capitalismo burocrático-corporativo", como define o sociólogo Fernando Henrique Cardoso), empenhada na conquista do poder total sobre a sociedade.

A segunda vale-se ocasionalmente dos instrumentos da primeira, mas, sobretudo, cria os seus próprios: os "movimentos sociais" (o adestramento de formidáveis massas militantes dispostas a tudo), a ocupação de espaços na administração federal e em áreas estrategicamente vitais e, por último, mas não menos importante, a conquista da hegemonia cultural.

As próximas eleições vão opor, numa disputa desigual, a política socialista à profissional. Esta emprega os meios usuais de propaganda, enquanto aquela utiliza todos os meios disponíveis (inclusive os heterodoxos).

O político profissional tem a seu favor somente os eleitores, que se manifestam a cada quatro anos e depois o esquecem, enquanto o socialista tem a vasta militância, pronta a matar e a morrer por quem personifica suas aspirações.

O voto, ainda que avassaladoramente majoritário, não afiança ninguém no poder. O que garante a supremacia é a massa organizada, disposta a apoiar o eleito todos os dias e por todos os meios. Vejam a situação da governadora do Rio Grande do Sul: quando a oposição se vangloriou de ter "varrido o PSDB do Estado gaúcho", não percebeu que tentara expulsá-lo apenas de um cargo público.

O maior erro que as débeis oposições cometem é não saber enfrentar o modelo político socialista.

É de acentuar que a quase totalidade do empresariado nacional já foi cooptada e aceita naturalmente o petismo, que se adonou e faz uso do histórico caráter patriarcal do Estado brasileiro -sedimentado pela ditadura militar- em seu benefício.

O estatismo foi reconfigurado. É mais fácil controlar mecanismos reguladores (em todos os níveis) e instâncias de fomento e financiamento, que tornam reféns de seus interesses os capitães da indústria privada.

Na discussão orçamentária, os políticos profissionais preocupam-se apenas com emendas que podem fortalecê-los em suas bases, proporcionando-lhes benefícios particulares. Nenhum deles confronta a tradição doutrinária de controle da máquina pública e do exercício do poder, delineada desde Maquiavel.

Seguidor de Lênin, Trótski, Stálin e Gramsci, o petismo, por meio de seu núcleo dominante, abriu mão da luta armada, mas não do objetivo revolucionário. E valem-se da União, a garantidora de empréstimos a municípios e Estados. É o clientelismo, dos quais são porta-vozes os políticos de todos os partidos, que, assim, jogam pelas regras estabelecidas por aqueles que detêm o poder decisório.

A eventual saída do PT da Presidência, porém, não mudará esse quadro. Porque os aparatos administrativo-arrecadadores (Receita Federal, INSS) e fiscalizadores senso estrito (policial e judicial), além da órbita cultural, foram aparelhados.

O PT detém controle também sobre os sindicatos, o funcionalismo público, o aparato repressivo (MPF e PF, usados para destruir seus inimigos, fazendo terrorismo e chantagem política), os estudantes, os camponeses, a igreja, a intelectualidade artística, universitária e jurídica.

Se eleito, portanto, José Serra vai comandar uma máquina estatal dominada por adversários, muitos deles indicados para atuar em tribunais superiores. Sem esquecer o MST, que mantém acampamentos ao longo das principais rodovias (e pode, a qualquer momento, paralisar o país).

No Brasil, hoje, não há mais escândalos. Ficam uma semana nos jornais e na TV, depois ninguém mais se lembra deles. Não produzem consequências judiciais, porque o sistema é pesado e dominado por uma processualística interminável, da qual decorre a impunidade. O caso do mensalão é emblemático.

O PT deu caráter rotineiro a tudo isso na vida brasileira. As oligarquias aliaram-se ao partido pensando que iriam dominá-lo, mas se deu o contrário, porque elas não têm projeto.

O PT, contudo, tem, e o põe em prática planejadamente, sistematicamente, em todos os níveis. Segue a lógica da revolução, quer construir o socialismo (quem sabe à maneira de Fidel, que Lula e sua turma tanto incensam?). Os petistas acreditam nisso. Não são apenas corruptos, são ideológicos e, por isso, corrompem. E, no processo de destruição, vale tudo.

Para combater a hidra, é preciso conhecê-la, armar-se e propor um projeto diferente de país. Não se enfrentam tanques com bodoques, mas com mísseis. E, se vierem mísseis em represália, joga-se a bomba atômica.

Quem vai fazer isso?


Entendem agora minha expressão rembrantiana? O que devo sentir? Pena? Raiva? Hilaridade? Receio? Tenho um menu completo de emoções para escolher. Acho que vou de hilaridade. É mais digno. Jefferson apóia fervorosamente José Serra, mas o governador não tem culpa disso. O patético é que o PTB em peso tende a apoiar Dilma. Ou seja, o apoio de Jefferson sequer tem utilidade para a oposição.

Voltando ao artigo, observo que li o original de Olavo de Carvalho, o que serviu de modelo. É a mesma coisa. Para dizer a verdade, o de Jefferson está inclusive mais bem escrito, por incrível que pareça. Jefferson aparou um pouco as arestas psicóticas do texto olaviano, embora tenha agregado coisas grotescas.

Vocês devem estar se perguntando: pô, Miguel, por que perder tempo com esse lixo? Daí entra o título do post. Justamente, alguém tem de ser lixeiro na blogosfera. Aliás, precisamos de muitos lixeiros, porque a coisa tá feia. Além disso, esse caso tem um aspecto suficientemente grotesco para merecer espaço nos anais deste blog. Jefferson e Olavo saltitam e fazem caretas quais personagens de Bosch (cuja obra As tentações de Santo Antão também está na exposição do MASP).

Reparem nesse trecho. Será o único que irei analisar, porque ele resume o espírito de todo o texto:

O PT detém controle também sobre os sindicatos, o funcionalismo público, o aparato repressivo (MPF e PF, usados para destruir seus inimigos, fazendo terrorismo e chantagem política), os estudantes, os camponeses, a igreja, a intelectualidade artística, universitária e jurídica.

Por Zeus! Faltou falar que o PT domina a ONU, a Casa Branca, o Mercosul, o governo da China e a União Européia!

Sabe o curioso desse tipo de raciocínio? Não dá para saber se o autor é ingênuo, louco ou imbecil. O que eu não entendo é como alguém pode achar Olavo de Carvalho inteligente (ok, o trecho é de Jefferson, mas Olavo diz coisa parecidas e até piores). Quer dizer, eu sei. Por medo. O cara é terrivelmente agressivo. E também por simplicidade. O pedantismo do Olavo assusta as pessoas. Ele chama todos de ignorantes. Só ele leu os livros. O papel aceita tudo. O papel é submisso. E Olavo se aproveita e chicoteia o papel sem pudor.

Bem, voltando ao trecho citado, tirante o evidente exagero, ele trata os grupos sociais e as instituições democráticas com um desrespeito inacreditável. É coisa de maluco mesmo. Sabe-se lá como alguém chegou a esse estado. Ele esquece, por exemplo, que os sindicatos compõem-se de seres humanos dotados de independência intelectual, e que ninguém seguirá cegamente nenhuma orientação partidária. Stálin teve que prender alguns milhões antes de conseguir algo próximo a obediência completa, e nem assim. Olavo Jefferson não vê pessoas. Seu antidemocratismo é tão acentuado, grotesco, pavoroso, que ele desumaniza as entidades sociais a que se refere.

Na verdade, o que assusta Olavo Jefferson é a militância cidadã, é a própria cidadania - e o fato desta cidadania não se comportar da forma como ele, Olavo Jefferson, pensa que ela deveria se comportar. Ou seja, ele é tão imbecil que acha que o trabalhador não deveria lutar por si mesmo, por melhores salários; que o pobre não deveria lutar para que o governo lhe oferecesse mais assistência.

Como alguém pode falar que o PT "detêm" o controle sobre os estudantes? Por acaso, o PT possui alguma fórmula mágica para dominar a mente de milhões de jovens? Bem, qualquer um percebe a estultícia e a loucura desse tipo de afirmação. Nem espanta que a Folha publique um lixo desse. Nem higiênica a Folha é mais.

Dedico este post, portanto, aos garis de todo Brasil. Afinal, após admirar a parceria literária de Jefferson e Olavo, com uma expressão facial que mescla perplexidade, bom humor e asco, é hora de botar as luvas grossas de lixeiro e fazer o que deve ser feito: lançar essas idéias doentias, antidemocráticas, pestilentas, na fossa profunda da história.


*

Abaixo o "original" de Olavo de Carvalho.

Pensem nisso

Olavo de Carvalho | 07 Janeiro 2010

Somente a política revolucionária entende o que é o poder na sua acepção substantiva. O velho tipo do político "profissional" entende apenas a disputa de cargos, confunde o mandato legal com a posse efetiva do poder.

Um dos traços constantes da vida brasileira é a coexistência de dois tipos de política heterogêneos e incomunicáveis: de um lado, a política "profissional" cuja única finalidade é o acesso a cargos públicos, compreendidos como posições privilegiadas para a conquista de benefícios pessoais ou grupais (acompanhados ou não de boas intenções de governo); de outro, a política revolucionária, empenhada na conquista do poder total sobre a sociedade e na introdução de mudanças estruturais irreversíveis. A segunda usa ocasionalmente os instrumentos da primeira, mas sobretudo cria os seus próprios, desconhecidos dela. Os "movimentos sociais", o adestramento de formidáveis massas militantes dispostas a tudo, a ocupação de espaços não só na administração federal mas em todas as áreas estrategicamente vitais e, last not least, a conquista da hegemonia cultural estão entre esses instrumentos, que para o político "profissional" são distantes e até incompreensíveis, tão obsessiva e autocastradora é a sua concentração na mera disputa de cargos eleitorais.

As próximas eleições presidenciais vão opor, numa disputa desigual, as armas da política revolucionária às da política "profissional". Estas últimas consistem apenas nos meios usuais de propaganda eleitoral, enquanto as daquela abrangem o domínio sistêmico de todos os meios disponíveis de ação sobre a sociedade: o político "profissional" tem a seu favor apenas os eleitores, que se manifestam uma vez a cada quatro anos e depois o esquecem ou passam a odiá-lo. O revolucionário tem a vasta militância organizada, devotada a uma luta diária e constante, pronta a matar e morrer por aquele que personifica as suas aspirações.

Nas últimas décadas a expansão maciça da política revolucionária colocou os políticos "profissionais" numa posição de impotência quase absoluta, que reduz a praticamente nada as vantagens de uma eventual vitória nas eleições.

Se eleito, o Sr. Jose Serra terá de comandar uma máquina estatal dominada de alto a baixo pelos seus adversários, a começar pelos oito juízes lulistas do Supremo Tribunal Federal. O PT e seus partidos aliados comandam, além disso, uma rede de organizações militantes com alguns milhões de membros devotos, prontos a ocupar as ruas gritando slogans contra o novo presidente ao primeiro chamado de seus líderes. Comandam também o operariado de todas as indústrias estratégicas e a rede de acampamentos do MST espalhados ao longo de todas as principais rodovias federais e estaduais: podem paralisar o país inteiro da noite para o dia. Reinam, ademais sobre um ambiente psicossocial inteiramente seduzido pelos seus estereótipos e palavras de ordem, a que nem mesmo seus mais enfezados inimigos ousam se opor frontalmente.

Somente a política revolucionária entende o que é o poder na sua acepção substantiva. O velho tipo do político "profissional" entende apenas a disputa de cargos, confunde o mandato legal com a posse efetiva do poder. Sem militância, sem ocupação de espaços, sem guerra cultural, não há domínio do poder. Fernando Collor de Mello pagou caro por ignorar essa distinção elementar: confiou na iniciativa espontânea de seus eleitores - massa espalhada e amorfa, incapaz de fazer face à força organizada da militância.

Não vejo no horizonte o menor sinal de que os adeptos do Sr. José Serra tenham aprendido a lição: hipnotizados pela esperança da vitória eleitoral, não vêem que tudo o que estão querendo é colocar na presidência um homem isolado, sem apoio militante, escorado tão somente na força difusa e simbólica da "opinião pública" - um homem que, à menor sombra de deslize, terá contra si o ódio da militância revolucionária explodindo nas ruas e será varrido do cenário político com a mesma facilidade com que o foi o ex-presidente Collor.

Há pelo menos vinte anos venho advertindo aos próceres antipetistas que o voto, ainda que avassaladoramente majoritário, não garante ninguém no poder: o que garante é militância, é massa organizada, disposta a apoiar o eleito não só no breve instante do voto mas todos os dias e por todos os meios. Vejam a situação da governadora do Rio Grande do Sul e entenderão o que estou dizendo: quando a oposição se vangloriou de ter "varrido o PT do Estado gaúcho", não percebeu que o expulsara somente de um cargo público.

Não desprezo as vitórias eleitorais, mas sei que, por si, elas nada decidem a longo prazo. E não vejo que, até agora, as forças de oposição tenham tomado consciência disso.

8 comentarios

jader resende disse...

Deu canseira mas consegui ler, só desta forma se entende o texto.
Votei no lula e votarei na Dilma.
Esse palavreado vai de encontro a uma conquista social inquestionável.

Abraços

Anônimo disse...

Estes são os ideólogs da burguesia brasileira,,,ainda temos o Reinaldão..

Amante da Vida

Adriano Matos disse...

Li somente o texto do Olavo. Engraçado ele maldizer a hegemonia cultural - no que concordo, e ir se exilar nos States.

Bom, sobre lixeiros tenho opinião formada faz tempo: São agentes de saúde e devem ser por isso recompensados generosamente; até porque são dispostos à trabalho insalubre. Na blogosfera da mesma forma.

Obrigado por desentupir essa latrina nazi-brasileira.

Paulo Reis disse...

Estou enganado, ou Olavo Jeferson usou Gramsci para atacar o PT? Me corrija por favor se eu estiver enganado.
Puxa é inacreditável que esses abestalhados fizeram um artigo extenso, só para atacar a democracia e a cidadania. Pior de tudo isso, acusam a PT de usar a democracia para obter o poder, isso é democracia ou não? O caras piraram ou estão se gagando de medo.
Citando Millor: democracia é quando eu mando, quando você manda é ditadura. Enquanto eles mandavam ai era democracia. Então tá. Parabéns Miguel

Peixoto/P.Prudente/sp disse...

Acabei de tomar uma decisão:Vou ignorar, nem tomar mais conhecimento dos artigos destes crápulas: Olavo Carvalho, Diogo Mainardi, R. Azevedo, Arnaldo Jabor e Augusto Nunes. Pela minha saúde e bem de meus filhos, senão acho que posso ter um AVC, infarto, sei lá, de raiva. Não posso arriscar minha saúde, por culpa de um destes nazistas, eles não merecem.

Olair Vaz disse...

Miguel, por muitos anos fiquei com a imagem dos juízes íntegros de Van Eyck após ler "A Queda" de Camus. Mas por estas voltas que a vida dá acabei chegando sem querer uma vez em Gent na Bélgica e não é que este retábulo estava numa igreja desta cidade? Sempre que vejo obras desta região (Flandres) fico com a impressão que durante um tempo este pessoal conseguia capturar da melhor forma possível a figura humana. Voltando ao Olavo Jefferson, por muitos anos e hoje mais do que ontem, tenho prá mim que o PTB é o partido mais corrupto e personalista da república. Veja só o Bob, pegou um trabalho de outra pessoa (assessor), publicou num jornal e colocou seu nome como autor. Prá começar deveria dar autoria ao assessor que disse que tinha desenvolvido o texto. Aqui no RS o PTB tem um político que quer ser candidato a governador e pasme, ele já faz campanha em carros, outdoors,.... Como é que alguém pode votar num elemento destes que não respeita o seu próprio eleitor?

Tio Drakul disse...

Quem sugere que alguém só pode seguir outro por ser coagido é porquê só consegue enxergar o mundo assim e só sabe fazer isso: coagir os outros à fazer o que ele quer.

O modo como Olavo pensa é o mesmo modo de pensar dos ditadores. E o animal ainda alega defender a democracia... sei.

Anônimo disse...

É meu caro Rosário, o tanto de lixo que se produz é uma das causas do aquecimento global. Pelo menos valeu para destacar uma tela do Rembrandt - é uma pintura muita rica! Sorte de quem viu!
Poeta Xandu

Postar um comentário