5 de fevereiro de 2009

Exportações brasileiras no último trimestre & análises



Elaborei outra tabela que pode interessar a alguém. Editei dados do Sistema Alice, um sistema estatístico federal online e gratuito, referentes à exportação brasileira no último trimestre de 2008, comparando-a ao ano anterior e à 2002.

Para variar, indexei a tabela pela coluna de variação de 2008 sobre 2007, pondo na frente os destinos que registraram maior aumento de exportação brasileira.

Em primeiro lugar, vem Cingapura, para onde o Brasil exportou US$ 970,37 milhões em Out/Dez 2008, aumento de 261% sobre igual período do ano anterior, e de 740% sobre 2002! O preço médio pago pelos importadores de Cingapura pelos produtos brasileiros ficou em US$ 567 a tonelada, acima da média geral das exportações brasileiras, que foi de US$ 449, mas mesmo assim um preço relativamente baixo, indicando que o país compra, sobretudo matérias-primas, como minério de ferro.

Os dados são positivos porque mostram a crescente relação do Brasil com países do mundo com bastante resistência à crise financeira que atingiu as economias centrais. Também merecem destaque o aumento das vendas para Arábia Saudita, Peru e Argélia.

Vale lembrar que o comércio exportador deve começar a sentir de maneira mais forte os efeitos da crise internacional a partir deste ano, visto que os contratos, em geral, são feitos com três ou mais meses de antecedência.

Para ampliar, basta clicar sobre a imagem.




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Neste link, vocês poderão encontrar a tabela do Caged, relativa às admissões, demissões e saldo, do mercado formal de trabalho, nos anos de 2008, 2007 e 2002, por unidade da federação. Observem que São Paulo participou com 44% do saldo negativo, mas esse número é compatível com o registrado em outros anos - embora nada me tire da cabeça que uma participação mais ativa do governador José Serra pudesse convencer empresários a não demitir neste momento, para não deflagrar uma onda de pessimismo na sociedade brasileira. Se ele fosse uma pessoa decente, poderia também ter pleiteado, junto à mídia, que desse um tratamento menos sensacionalista aos números negativos da economia. Mas não é o que ele deseja, é o que se pode depreender do que dizem seus aliados. O bufão da revista Veja não esconde o prazer com que divulga dados negativos da economia brasileira.

Merval Pereira continua apostando que a crise irá erodir a popularidade do presidente. Não conseguiu ver o óbvio nos números do CNT, visto que não apenas a popularidade de Lula cresceu como sua candidata Dilma Roussef registrou um salto de 14 para 17% na pesquisa de intenção de voto num eventual segundo turno com José Serra, enquanto este caiu de 53 para 51%.

Com Aécio Neves, Roussef teria um desempenho ainda melhor, 24%, contra 30% do mineiro. Dilma já ultrapassou Ciro Gomes, personagem político com forte recall, em vista de sua participação em outras eleições majoritárias. Isso indica uma tendência segundo a qual, com o agravamento da crise econômica, o eleitorado deverá se voltar para o que considera mais seguro: a continuidade da gestão do presidente Lula, através de sua candidata, Dilma Roussef.

Link da ilustração.

1 comentário

Juliano Guilherme disse...

Miguel, estava certo que você iria comentar a manchete do O Globo de ontem, que diz que o governo maquiou números do Pac, e ainda colocou embaixo uma foto gigante da Dilma. Nada sei sobre isso, tampouco vou gastar 3 Reias comprando o jornal para ler a matéria. Mesmo porque teria um gasto extra ao ter que comprar remédio para azia. Mas mesmo que a matéria proceda, evidentemente que é campanha eleitoral do ilustre representante do Pig. No entanto, acho que a chance da matéria conter manipulações e distorções gira entorno assim de 110%

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