26 de fevereiro de 2009

DaMatta e a lição de sabedoria



(Sophia Loren, distraidamente espiando alguma coisa em sua companheira de mesa, Jayne Mansfield, talvez pensando em encontrar ali a sabedoria da qual fala DaMatta)

MEA CULPA! MEA CULPA! MEA CULPA! Andei falando mal do grande Roberto DaMatta. Mau sapão! Mau sapão! Como pude ser tão arrogante! Hoje, em sua coluna para o jornal O Globo, o genial daMatta publica uma notinha que desmente, categoricamente, minhas acusações de que ele seria uma "farsa antropológica". Leiam a notinha:

"Papai, porque existe segunda-feira?", perguntou-me minha filhinha Maria Celeste, cujo sono pesado tornava o acordar cedo para ir à escola um pesadelo. "Porque existe domingo!", respondi no ato, repetindo uma lição de sabedoria que estava dentro de mim.


Não, não se trata de ironia, ou de um texto descontextualizado. É uma notinha solta, entre asteriscos, no meio da coluna. Mas que brilhantismo! Imaginem as diversas formas com que podemos interpretar essas palavras profundas! De cada sílaba - que digo? de cada letra de seu texto escorre a essência de um conhecimento aguçadíssimo da realidade social e humana das civilizações modernas, passadas e futuras!

O que mais me surpreende é que DaMatta, toda semana, emite conceitos do mesmo grau de sofisticação. Como ele consegue? Eu fico quebrando a cabeça para compreender a economia, a política, a arte, a cultura, para quê? Sempre me esqueço que temos homens da ordem intelectual de um DaMatta, que aprendeu grandes coisas em universidades americanas, conforme se depreende da notinha hoje publicada, e, portanto, a sociedade não precisa de indivíduos confusos e prolixos como eu.

Reparem que riqueza linguística: "uma lição de sabedoria que estava dentro de mim". Uau!

*

Entretanto, o que mais me chamou a atenção nesta quarta-feira de cinzas, foi a inteligência do insubstituível Ricardo Noblat, cujas antenas poderosíssimas não deixam nenhum fato relevante passar despercebido.

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E já que estamos com ótimo humor, recomendo fortemente esse post do professor, onde ele mostra, com magnífica sabedoria, quão equivocado eu tenho sido ao defender um governo bolchevique e usurpador como o é do Inominável Apedeuta.

1 comentário

Juliano Guilherme disse...

DaMatta já foi um grande intelectual, sem dúvida. Mas aí virou funcionário dos Marinho, e sabe como é, essa empresa tende a nivelar o QI dos seus empregados ao da Ana Maria Braga. Não leio essa porcaria, mas de vez em quando suas "opiniões" invadem nossos computadores. Tive o desprazer de ler a coluna social com pretensões pseudo políticas do futriqueiro Anselmo Goés, e o da fofoqueira de salão de cabeleleiro, Madame Arthur Xexéo, que pelo menos não tem pretensão nenhuma, e admite sua futilidade. Era sobre carnaval, mas ambos arranjaram um jeito de mostrar seu desrespeito pelo presidente e sua esposa. A Madame Xexéo, ao escrever sobre a alegria com que a primeira dama desfilou no sambódromo, só conseguia ver o botox da mesma. Ele certamente acha que todas tem que seguir o modelo dona Ruth, intelectual da USP discreta e/ou melancólica, que só conhece samba pelos livros de antropologia, e que segue as normas uspianas, que diz que mulher inteligente não faz cirurgia plástica. Eu acho que no fundo a Madame Xexéo, é uma perua que não tem coragem de ir ao Pitangy. Já o futriqueiro, aventurou-se a uma previsão de que o Lula não vai conseguir construir 1 milhão de casas populares, conforme prometido. Previsão ou urucubaca? Aí fechou a coluna, lamentando que o Lula tenha jogado camisinhas para o público do Sambódromo, como incentivo à campanha do Ministério da Saúde. Perguntou se o Sarkosy, a Angela Merkel ou o Obama, seriam capaz de gesto tão pouco civilizado. Eita mentalidade colonizada e babaca. Só estou esperando os dois "colonistas"(PHA), chamarem o presidente e a primeira dama de pé frio, porque chegaram no Sambódromo durante o desfile do Império, e este caiu para o grupo de acesso. Evidentemente, esquecendo que a anos que a Escola sobe num ano, para descer no outro. Não importa, desrespeita-se um presidente da república, mas não se perde a piada. Mas qual é a graça, mesmo?

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