Deu trabalho, mas valeu a pena. Escaneei o livro do meu pai, José Barbosa do Rosário, intitulado Quando a policia mata, no qual ele narra seu sofrimento e da família por ocasião da tortura e morte de seu irmão, Francisco do Rosário Barbosa.
Para a família do meu pai, o regime militar, mesmo após a "abertura política", ou seja, em 1981, não foi nada "branda". O fato traumatizou profundamente todos os Barbosa. Os editores da Folha têm irmãos? Imagine descobrir que o mesmo foi barbaramente torturado, mutilado, e assassinado por aqueles que recebem salários para, supostamente, nos proteger? Não foi fácil.
Tem mais. Apesar do meu pai ser um jornalista, e ter denunciado o crime na tv e nos jornais (era 1981, e o regime havia se distendido), a morte de Francisco do Rosário Barbosa não figura na lista dos mortos e desaparecidos políticos. Porque Francisco não era um político. Não fazia parte de partido, organização ou qualquer coisa parecida. Foi torturado e morto quase que gratuitamente. Leia e entenda.
O livro tem 90 páginas, com letras grandes e, portanto, pode ser lido em poucas horas. Traz um belo e pungente prefácio do grande Raymundo Faoro, e meu pai, falecido precocemente de câncer em 1999, escrevia muitíssimo bem, num estilo seco e límpido, a la Graciliano.
Para ler o livro, você pode simplesmente clicar no link abaixo, ou clicar com o botão da direita do mouse sobre o link abaixo e escolher a opção Salvar Link Como e fazer um download. O arquivo pdf tem 27,3 Megabytes.
Quando a polícia mata, de José Barbosa do Rosário.
28 de fevereiro de 2009
Minha contribuição ao protesto contra a Folha: um livro
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# Escrito por
Miguel do Rosário
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sábado, fevereiro 28, 2009
# Etichette: Ditabranda, História, Política
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Vim agradecer-lhe pela visita, comentário e link, Miguel. Sempre acompanho seus artigos, inclusive através de outros sites e blogues.
O novo visual do Óleo do Diabo também ficou muito bom.
Um abraço
Caro Miguel
Vou propor, até mesmo para somar, pois percebo que esse texto infeliz da Ditabranda está nos desafiando a fazer uma verdadeira coletânea sobre o assunto, até para monstrar que a Dita foi Dura mesmo. Se você não sabe, meu pai foi perseguido pela Ditadura. Então a minha idéia, além das suas que são excelentes, seria de pegar relatos, textos e livros e colocá-los em lugares públicos ou mesmo no mínimo divulgá-los na Blosfera. Eu vou elaborar a história sobre meu pai e lhe aviso quando estiver pronta ou envio por e-mail.
Geurgetown, será uma grande honra divulgar o seu texto aqui. Pode ser do tamanho que lhe convier, muito breve ou muito longo. Abraço, Miguel. PS: Se tiver fotos do seu pai, seria legal me envia-las.
Miguel, tá valendo seu empenho. Um abraço, Eduardo Guimarães
Caro Miguel,
Gostaria de baixar o livro, mas o link está quebrado. Poderia observar se acontenceu algum problema no carrgamento para a página?.
Desde já muito obrigado
a folha
sabemos
é corrida!
e suas intenções
e pretensões
sempre foram amparadas
por um mecanismo
perverso:
propago a democracia nas tintas do jornal
e
por dentro mantenho e financio o status quo e o sistema autoritário que naturalmente o acompanha...
grande abraço meirmão!
no balaio porreta do moacy cirne tem uma sobre a putadura da folha...
prezado anonimo, testei o link e está funcionando. tenta de novo. se não conseguir, eu posto o arquivo tb em outro lugar.
abraço
Miguel, Li o livro. Nem sei explicar a revolta que senti com o sofrimento da sua familia. E estou com vc de que até hoje vemos resquícios da ditadura pelas delegacias e presídios. Muito bom o texto de seu Pai. Abs.
Miguel, olha que interessante essa gravura do Rembrandt. Chama-se "The prodigal son among de pigs (o filho pródigo com os porcos). Não seria uma boa ilustração para o livro Delenda Serra?
http://www.artbible.info/art/large/373.html
http://outraeconomiacontece.wordpress.com/2009/03/07/miguel-do-rosario-do-blogue-oleo-do-diabo-escaneia-o-livro-de-seu-pai-quando-a-policia-mata-e-libera-na-internet-como-contribuicao-ao-manisfesto-abaixo-a-ditabranda-economia-solidaria-rspos/
Olá Miguel, baixei o livro agora. Me lembro de seu pai indo almoçar com meu pai na casa da minha avó, nos anos 80, trazendo esse livro de presente. Meu pai, Leonardo Miranda, e teu pai, vieram juntos de Araguari em 1958 ou 1959, passaram por umas boas por aqui no começo, não sei se você conhece essas histórias. Meu pai me diz que resolveu vir pro Rio por influência do teu. Se possível entre em contato, leonardomiranda @globo.com. Abraço,
Leonardo Miranda Filho
Valeu, Leonardo. Vou te mandar um email. Abs.
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