6 de fevereiro de 2009
Berlusconi recria Camisas Negras
(Dançarinas brasileiras, as quais, segundo uma autoridade italiana, seriam mais famosas que nossos juristas. Concordo. Esta é talvez a única coisa em que eu e um fascista estamos de acordo. Mas eu iria mais longe. Elas também são mais bonitas. Nessa foto, elas acompanham Noemi Campbell, a modelo negra mais famosa do mundo).
Pois é, acho que os italianos têm coisa muito mais importante com que se preocupar. O parlamento de lá aprovou proposta do governo ultra-direitista de Silvio Berlusconi permitindo que cidadãos "patrulhem" as ruas, para denunciar movimentações inadequadas, do tipo "festas", "reuniões", "encontros" ou qualquer evento do gênero.
O que parece inacreditável é que a proposta original dava o direito a que esses cidadãos andassem ARMADOS. Alguns deputados mais sensatos conseguiram retirar esse item da proposta.
Outra proposta que alarmou toda Europa foi a lei que permite aos médicos denunciarem pacientes que sejam imigrantes ilegais. As associações médicas italianas reagiram horrorizadas. A classe científica explicou que a medida afastará os imigrantes dos hospitais e postos de saúde, gerando riscos de expansão de epidemias graves no país. É claro, um cara doente, não tratado, contaminará outros. A lei, porém, já foi aprovada e está em vigor.
Essa é a Itália de "longeva" justiça de Mino Carta. Enquanto o governo aprova medidas fascistas, recriando os famigerados Camisas Negras, os grupos para-militares que aterrorizaram o país na era de Mussolini, eles distraem os cidadãos com problemas diplomáticos insignificantes.
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A "democracia italiana" tão exaltada por Mino e Wálter Fagniello Maierovicth dá dando um exemplo de democracia e humanidade ao mundo. Ele não respeitam nem mesmo o sigilo médico.
Nem Mussolini foi tão longe
Lá na Itália o Estado é formado pelos poderes executivo, legislativo e judiciário. Portanto uma declaração de membro de um destes três poderes é declaração de um um representante do Estado italiano ou, no mínimo, represente do povo italiano que o elegeu. Embora Mino Carta, para tirar o dele da reta, preferiu desqualificar o Pirovatto ou Pirovano, sei lá o nome do deputado xenófobo, também concordo com que o tal deputado diz ao referir-se aos nossos juristas, os bons não aparecem, os piores estão à frente do STF
Depois dessa, definitivamente fechei questão. O Tarso foi corretíssimo ao conceder asilo ao Batistti
Eis a "grande democracia" italiana do Mino! Com certeza, a decisão do ministro Tarso Genro em conceder refúgio político a Cesare Battisti está certíssima. É evidente que esse texto do Miguel apenas esclarece ainda mais, por meio de alguns exemplos que considero dramáticos ou muito próximos disso, o que vem ocorrendo na Itália sob o governo ultra-direitista de Berlusconi.
O direito ao sigilo médico é um dos pilares do respeito a privacidade e à dignidade humana.
Fico abismado quando fico sabendo que o Estado Italiano, sob a direção de Berlusconi, quer acabar com o sigilo médico para os imigrantes e pretende transformar médicos em delatores, bem ao feitio da Era Mussolini.
Pelo andar da carruagem o próximo projeto da Liga Norte italiana será marcar os imigrantes com um sinal na testa, bem ao molde de Hitler. Prá isso, apoiadores é que não faltarão, é só ver o gestual hitlerista de jovens italianos durante os jogos de futebol.
Dá pra ver o quanto é democrática, justa e civilizada a Itália tão decantada por Mino Carta e Wáter Fagniello Maierovicth.
Caso algum médico passe por aqui sugiro que entre em contato urgente com suas Entidades de classe e denunciem o governo italiano por esta afronta contra a categoria.
A família de uma paciente que se acidentou em 1992 a considera morta desde esta época. Ela vive às custas de aparelhos e se alimenta por sondas. A família quer dar fim a tal sofrimento. Berlusconi é contra e por isso está providenciando mais uma lei conforme sua ideologia e sua vontade pessoal que, pelo visto, está acima de tudo e de todos.
Gostei Miguel, parabéns ! É aprendizado constante. Abraços Yvy
Vi na Globo a notícia sobre "a posição do Parlamento Europeu contra o Brasil no caso Battisti, inclusive com direito a 1 minuto de silêncio."
Isto é mentira. Vejam no site do PT. Na verdade foi um grupelho da direita, um grupo nazista do Parlamento Europeu.
Assim termina a nota do PT
"(...) A mensagem do pequeno grupo de parlamentares europeus diz abertamente que a decisão do governo brasileiro de não extraditar Battisti "pode ser interpretada como um sinal de desconfiança em relação à União Europeia (UE)", já que o bloco "se baseia, entre outras coisas, no respeito pelos direitos fundamentais e no estado de direito". Por sugestão da deputada Roberta Angelilli, da Alleanza Nazionale - antigo partido neofascista de Gianfranco Fini - os deputados se levantaram para um minuto de silêncio pelas supostas vítimas de Battisti, que nega o envolvimento nos crimes.
O único que se manifestou contra a resolução foi o sueco Carl Schlyter, dos Verdes. Não por defesa de Battisti, mas por um princípio: segundo ele, o Parlamento não deve se meter em questões entre dois países, quando há um processo judicial tramitando no Brasil. "
É... o Mino perdeu uma excelente chance de ficar de boca calada. Douglas Quina - Mogi Guaçu - SP
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