Minha mulher e minha mãe vivem tentando me convencer a seguir uma carreira normal, e eu mesmo, de vez em quando, acabo me convencendo disso. Mas o destino não tem batido em minha porta, e mais uma vez percebo que normalidade não é mesmo meu forte. Tudo bem. Escrevi um projeto muito "original", quiçá excessivamente original, a ponto de ninguém gostar dele, e daí que a Academia perdeu um cérebro, mas a blogosfera e meus caros leitores ganham uma boa notícia. Se o destino não bate à minha porta, toquemos o boteco do jeito que dá. Eu estou muito satisfeito nessa nova profissão que inventei. "Mas o que você não sabe por inteiro / é como ganhar dinheiro! Mas isso é fácil e você não vai parar...", cantava Raulzito.
Agora posso voltar ao Faulkner, à desesperança, à aventura. Se o Brasil atingir o quinto lugar no ranking das maiores economias do mundo, talvez sobre uns trocados para um blogueiro esforçado. O importante é o seguinte: alguém tem que botar a mão na massa, cacildis! Se todo mundo virar assessor da Petrobrás, diplomata, jornalista da Record, artista ou bolsista do Capes, quem vai trabalhar na blogosfera? Sim, porque se todos desistirem, senão desenvolvermos uma blogosfera independente, o Leviatã irá tomar conta daqui também. Ou vocês duvidam disso? Não duvidem do talento e da capacidade do monstro!
E voltaremos às lamúrias de sempre.
Por mim, confesso, estou feliz em recuperar minha liberdade. Sempre que me flagro catando tickets-refeição na lixeira do futuro, sinto uma tristeza opressiva doendo na lateral da virilha.
Tudo que eu preciso é acreditar em mim mesmo, e como isso é tão difícil, voltei a crer em Deus, para decepção de meu público, quase inteiramente ateu. Quer dizer... nem sei se acredito mesmo. Talvez seja provocação, uma tentativa de ser "diferente". Caetanices, enfim.
Eu aprendi uma coisa: disciplina é fundamental; e coragem. Como tão bem disse Péricles: "tendo em vista que felicidade é liberdade e a liberdade é coragem, não vos preocupeis exageradamente com os perigos da guerra."
E já que agora é pra valer, já que o nêgo decidiu, de uma vez por todas, lançar os dados de seu destino neste imenso mesão virtual, chegou a hora de você assinar a minha Carta Diária e ajudar, na prática, o nascimento de uma autêntica, treinada, independente, autônoma e altiva blogosfera de esquerda.
19 de novembro de 2009
O destino não bate à minha porta (mas eu gosto dele mesmo assim)
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Não é fácil, mas vale a pena, acredite.
Coragem don Miguel!E fé em Deus?...Porque não?
Um abraço
Bia
Você já é um vitorioso!
Abracetas
A gente não precisa acreditar em Deus, basta saber que, às vezes, ele existe. Acho que é isso.
Seus textos são incríveis. Sempre fico sabendo sobre novas postagens por intermédio do Google Reader.
Uma coisas confesso: independente de acreditar em Deus ou não, o nome do blog, "Óleo do Diabo", assusta um pouco, hehehehhee.
Mas eu sei que o nome faz alusão às pinturas...
É isso ai Miguel. É assim mesmo. A gente tem que dividir nossas idéias, mesmo as mais bizarras com os outros. É impossível resolver tudo sozinho. Dai, dessa troca, é que vão surgindo projetos que podem deslanchar e serem um sucesso. Quem não tem idéias fica parado, não se mexe. Ou se tem e fica na sua com medo, também. O barato é colocar em discussão. Vamos que surja um idealista apaixonado como você e tope a parada? Continue tentando, compartilhe, discuta, arrisque. Só não se meta em dívidas.; Assim começaram os grandes. E não desista nunca dos seus sonhos. Você, com seu talento, sua cultura, seus conhecimentos e sua disposição para trabalhar, só tem um caminho: o sucesso.
bjs Regina
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