A notícia de que a Folha vendeu ridículos 21,8 mil exemplares avulsos, na média diária, entre janeiro e setembro deste ano muda tudo. O foco da blogosfera, a partir de agora, deve ser uma campanha para salvar o PIG, em nome da diversão geral. Tudo bem que, sem o PIG, o país pode crescer muito mais rápido. Mas de que adianta crescer e não se divertir?
Brincadeiras à parte, o certo é que agora está explicado porque o Brasil enfrentou tão bem a crise econômica e a geração de emprego voltou a bater recordes. Os cidadãos brasileiros, sobretudo os empresários, pararam de ler jornais. Cansados do bombardeio de notícias ruins e análises furadas do qual eram vítimas diariamente, optaram por se informar pela internet, que, além de gratuita, oferece uma gama de opiniões múltipla e democrática.
Ao que parece, portanto, alguém se irritou de verdade com a mosquinha zumbindo no ouvido e esmagou-a contra a parede. Esse alguém foi o consumidor.
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Da minha parte, eu continuo ajudando o PIG. Leio a Folha, que está me dando uma assinatura grátis. E, agora que sou um blogueiro profissional, que vende assinaturas e ganha doações, compro o Globo diariamente. Ler jornal é um hábito antigo e não gostaria de perdê-lo. No fundo, não quero o fim dos jornais tradicionais, mas sim que eles enveredem por um caminho mais racional e democrático do ponto-de-vista ideológico. E sejam mais éticos também, porque muito do que eles fazem é simplesmente mau caratismo puro e simples.
No entanto, quando iniciam suas campanhas histéricas, minha atitude imediata é parar de comprá-los. Não quero nem de graça. Tenho muita coisa boa para ler. Tenho pilhas e pilhas de livros em casa que ainda não li e, quando os jornais começam a ladainha golpista conhecida, decido me concentrar em leituras mais instrutivas.
Nem sempre isso é possível, por outro lado, em virtude da pusilanimidade do Congresso Nacional, que ainda não entendeu a nova realidade midiática do Brasil. A imprensa, mesmo em decadência, consegue pautar os debates políticos em Brasília e quase aplicou um golpe branco no presidente Lula. Enquanto isso durar, a blogosfera deve fazer um combate implacável contra o golpismo da imprensa. Golpismo o qual, aliás, tornou-se marca da imprensa latino-americana como um todo.
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Hoje, por exemplo, li uma notícia no O Globo sobre a Conferência Nacional de Comunicação, a ser realizada mês que vem, em Brasília. Escrita em tom alarmista, informava a posição do PT sobre o evento. Vocês podem imaginar a ladainha, mas o que me chamou a atenção, e que denuncio aqui é uma declaração do Carlos Di Franco, representante do Opus Dei no Brasil, e colunista semanal do periódico dos Marinho. Ele falou que a imprensa brasileira é democrática e "lutou contra a ditadura". Que mentira, héin, seu Franco? Cara de pau de uma figa. Esses jornalões não só apoiaram o regime militar como foram um dos mais importantes articuladores do golpe de Estado, pois as forças políticas conservadoras conversavam através da imprensa, que, além disso, disseminava todo o tipo de calúnia sobre o governo Jango, debilitando-o severamente, sobretudo junto às instâncias políticas mais poderosas, como a Suprema Corte, o Congresso e a elite empresarial.
19 de novembro de 2009
Salvando o PIG
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Tb nao quero que os jornais acabem!!!
Fiz a assinatura da folha pro meu cachorinho;ele so faz caquinha se for na folha!!!
Ô Miguel,
Essa de não conseguir abandonar os jornais não dá! Já fiz isso há muito tempo pra não me irritar. O único lugar difícil de levar o laptop é pro banheiro de manhã mas no lugar do Globo eu vou embaixo da pia e leio o rótulo do Pinho Sol!
Abraços e contribua com o fim desse lixo!
O fim dos jornalões com suas manchetes que pretendem substituir os partidos políticos e até judiciário....isto é uma boa notícia...viva a democracia, viva o Brasil
André Rezende
eheh, vocês são engraçados, amigos. e tem razão. tenho que largar de vez essa merda.
abraço.
Eu costumo pegar jornais velhos com o porteiro do meu prédio. Eles, os jornais, servem de privada para os meus cachorrinhos. Adoro quando um caga bem na manchete.
Eu acho IM-PRE-SSI-O-NAN-TES essas 'discussões' pautadas pelo 'jornalismo' que desgraça o Brasil. A gente aqui, na Vila Vudu, não lê blogs de jornalistas que tentam 'interpretar' a sério os 'problemas' de Dona Danuza que enchem, além do saco, também as páginas do 'colunismo' dos 'jornais'. A gente, aliás, não lê jornal e, quando lê, é só pra dá risada. Por exemplo, de hoje.
Um idiota do 'jornalismo' brasileiro escreve, sentindo-se muito abalizado, que "Ahmadinejad é um crápula!" (http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/)
O tal que-diz-que-éa-balizado, há alguns anos, foi diretor de redação do Estadão e teve enorme poder. Está hoje reduzido a o idiota da revista (não)Veja, mas ainda não foi denunciado como idiota e fascista; continua a ser definido e reproduzido como se fosse jornalista, o que já não é há eras, sem que ninguém saiba explicar decadência tão rápida. E tá aí, o fdp, escrevendo frases pra tentar atrair alguma indignação, que talvez gere alguma polêmica, que talvez chame a atenção sobre a sua-dele figura abjeta, embora, verdade seja dita, em coluninhas cada vez mais confinadinhas a restos de página. Este, verdade seja também dita, tá acabado. Que descanse em paz.
Outro idiota mete-se a crítico de cinema, dos Cahiers du Cinema da Barão de Limeira e decreta que o filme sobre o presidente Lula é ruim. Quero dizer: bom, mesmo, deve ser a crítica do colunismo do cara-lá. Godard, te cuida, chê! Eric Rhomer, teus dias stão contados! Truffaut, deu pra ti! O 'crítico' é o Fernando de Barros e Silva, e o diário da sarjeta da Barão de Limeira é os Cahiers! Essa asnice 'crítica' está publicada na Folha de S.Paulo [e onde mais seria?!, e em http://gilvanmelo.blogspot.com/2009/11/fernando-de-barros-e-silva-filme-de.html]. Pra quê, diabos, ler isso?! Pior: pra que, diabos, PAGAR pra ler isso?!
Não há jornalismo, mesmo, no Brasil. Quem, por exemplo, pensou em usar o ex-FHC como caso exemplar de sujeito que não pratica sexo seguro e, por causa disso, dá-se mal na vida, desgraçou ainda mais vida da própria já desgraçada falecida mulher, joga o próprio passado na (mais) lama, vira a vergonha (também) de Higienópolis? Tá na cara, né-não?
Se Fernando Henrique Cardoso -- como o Claudio Humberto noticia hoje -- teve dois filhos, frutos de transinhas rapidinhas, uma com a atual moça do cafezinho do Senado, outra com a Rede Globo... tá na cara que o fam igerado NÃO USA CAMISINHA, né-não?!
Sujeito que não usa camisinha, vamos e venhamos, não serve nem pra síndico de prédio! Imagine se um cara que não usa camisinha pode ser usado como Farol de Alexandria? [risos, risos]. "Farol", sem camisinha, só mesmo pros trouxas da tucanaria-pefelê-uspeana: sociologia zero... e camisinha zero. MÊO! Comé que um cara como o tal de FHC enganou tanta gente, tanto tempo?!
E o outro é o Minerva lá, do STF-2009! Cumé que um Mendes daqueles pode ter "voto de Minerva"?! Que Minerva, sô?! Chama a Minerva! Acorda, Minerva! Cadê a Minerva, sô?! Mineeeeeeeeeeeeeeeeeerva, cadê você? Eu vim aki só pra te vê! Aquele Mendes?! Minerva? O Mendes?! Mêo! Mêo! Mas, só, mesmo, morreno de rir!
"Merenda Escolar na cidade de São Paulo mantém má qualidade". Pq nunca se vê o nome do Kassab ou do Serra nesse tipo de reportagem, a não ser quando ele aparece dizendo que vai resolver tudo e vai pagar idenizações às vítimas no dia de São Nunca?
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u656226.shtml
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