Não é que eu seja um cândido otimista, mas toda vez que lembro que nós éramos, há poucos milhões de anos, simples amebas deixando a vida nos levar, sinto-me revigorado. Nem preciso ir tão longe. Imaginem o estrago e o pavor causados no Brasil pela crash da bolsa de NY em 1929. Pessoas saltando de prédios em Wall Street, o mundo capitalista ruindo, e as exportações brasileiras sendo praticamente paralisadas. Num tempo em que não tínhamos petróleo, indústrias de base, nada. E, paradoxalmente, foi aquela crise que nos despertou politicamente. Vargas liderou uma revolução, pôs fim à política do café com leite, que girava exclusivamente em torno de concessão de privilégios cambiais e empréstimos paternais a fazendeiros de Minas e São Paulo (uma espécie de era tucana pré-Vargas), e deu início a um período de rápida e intensa industrialização. Após 24 anos da chamada era Vargas (1930 a 1954), teremos um Brasil preparado para o futuro.
Sempre é bom recordar o que fez Vargas. A ideologia neoliberal, na sua eterna tentativa de desmerecer o papel do Estado na economia, procura, há décadas, descontruir a importância de Vargas para a história brasileira. Vargas criou a Eletrobrás, a Petrobrás e a Companhia Siderúrgica Nacional. Para quem não sabe, o sistema elétrico brasileiro estava em mãos de companhias britânicas e metade do país estava às escuras, pois essas firmas não tinham interesse em ampliar a rede para regiões pouco habitadas e sem industrialização. O paradoxo é que justamente por não terem eletricidade, as regiões não se desenvolviam e perdiam população para as grandes cidades. A oposição à Vargas, com apoio irrestrito de jornais como O Globo, lutou por 7 anos contra a criação da Eletrobrás, através de obstruções parlamentares. Vargas encontraria a mesma fúria oposicionista na sua luta para criar a Petrobrás e para instituir o salário mínimo. A oposição, após ser derrotada no Congresso, e sempre apoiada por jornais conservadores como O Globo, O Estado de São Paulo e a Folha, apelou para o Supremo Tribunal Federal contra a lei do salário mínimo. Enfim, perdeu também lá.
A história de derrotas da direita no Brasil experimenta uma reviravolta em 1964, com a implantação do regime militar. A partir daí, não haveria mais lutas parlamentares, nem pressão social. As decisões impopulares e anti-trabalhistas seriam impostas brutalmente.
Mas não quero me estender sobre história. Queria falar sobre a crise. A midia, de fato, vem ampliando seus efeitos por aqui, disseminando pânico e pregando um pessimismo generalizado, sem procurar análises econômicas mais consistentes, de médio e longo prazo, que permitam ao país olhar para si mesmo com mais confiança, acima dessa ansiedade e nervosismo superficiais.
É ridículo. O Brasil acaba de encontrar as maiores reservas de petróleo do planeta. Com a perspectiva de forte aumento da demanda mundial de etanol, o Brasil será o principal beneficiado, pois é o único com disponibilidade de terras e clima, além da tecnologia e know-how, para abastecer esse mercado em ascenção. O açaí, cuja extração é totalmente ecológica, promete ser uma das grandes frutas do século. Temos café, soja, milho, carnes. A produção brasileira de trigo, setor onde ainda somos deficitários (porque somente no Rio Grande do Sul há clima favorável para esta cultura, e a Argentina nos fornece, historicamente, trigo a custo mais baixo), cresceu mais de 40% este ano.
Estou sendo otimista em demasia? Eu tenho culpa de viver num país tão grande, com tantos recursos naturais?
Como podemos ter superado a crise de 1929, em condições infinitamente mais adversas e, mais que isso, tê-la transformado num salto histórico, num período de rápida e intensa industrialização, e agora tremer diante desta outra, que nos encontra em nosso melhor momento?
Essa crise está servindo a vários propósitos interessantes. Gerou uma virada ideológica nos EUA, elegendo um negro de esquerda. Desmoralizou a ideologia neoliberal, que tanto estrago fez no mundo. E fez o mundo ver a importância do Estado como instância civilizadora dos mercados.
No meu caso, essa crise me fez pensar o seguinte: porque existem bancos privados? Tô falando sério. Estou achando que não devia existir instituições financeiras privadas, apenas estatais. Qual a contribuição do banco privado para o capitalismo? Nenhuma! O banco privado serve apenas para gerar crises períodicas. De dez em dez anos, governos são obrigados a "doar" alguns bilhões, ou trilhões, de dólares para "salvar" bancos privados. No Brasil, na época do Proer, o governo FHC "doou" aos bancos o que seria hoje, em valores atualizados, R$ 70 bilhões.
As pessoas não acreditam, mas não sou comunista. Sou capitalista. Acredito no livre mercado. Mas bancos privados, a meu ver, não são livre mercado. Eles não democratizam o crédito. Ao contrário, seus critérios são obscuros, aristocráticos, não capitalistas e não modernos. O crédito de um país deveria estar nas mãos de instituições estatais, quiçá independentes de governos, se preferirem. Mas em poder de instituições estatais reguladas pela Constituição, que estivessem proibidas de usar o crédito de um país em operações especulativas.
Essa crise tem reforçado a minha convicção de que bancos privados são nocivos à economia capitalista. Veja só. O Banco Central transferiu dezenas de bilhões de reais aos bancos privados para que estes irrigassem o sistema produtivo nacional. E os bancos privados, simplesmente, na maior cara de pau, não repassaram o dinheiro! Não, usaram para comprar títulos e, agora vemos, para comprar outros bancos! Quer dizer, temos um enorme colchão financeiro para nos proteger da crise, para não reduzir o volume de crédito circulante em nossa economia, e quando pegamos esse dinheiro, os bancos privados o sequestram! Dizem que é preciso "se capitalizar". Ora, a função do banco não é se "auto-capitalizar", e sim ajudar a sociedade a se capitalizar.
E agora, governos do primeiro mundo foram obrigados a comprar e sanar bancos privados, gastando trilhões de dólares em operações altamente obscuras. Esse dinheiro poderia ser usado para solucionar a crise econômica social da África e Oriente Médio, minorando sensivelmente o problema de imigração e criando um gigantesco mercado comprador para os próprios europeus. Mas não. Os recursos foram usados para salvar bancos privados "em crise".
Não tem lógica. Os bancos privados acumulam lucros trilionários e ninguém vê a cor do dinheiro. E quando têm crise, eles correm para a mídia para dizer que, se não forem salvos, a economia mundial irá desmoronar? Nada disso. Não engulo essa. Eu levo a minha vida, humildemente, com muita dificuldade, e nenhum governo vem me ajudar. Nem quero que me ajude. Quero que o governo ajude os que precisam mais do que eu, que tenho instrução, energia e saúde para me virar. E aí vejo governos ajudando banqueiros e magnatas da indústria automobilística? Não consigo entender. Quer dizer, entendo muito bem. É negociata. É malandragem.
Tem mais: eu podia dizer aqui que o Clovis Rossi é um estúpido. Pensando bem, ele é um escravo. A Folha esfola o coitado. Você lê matérias imensas escritas por ele, na parte de economia, e o cara ainda é obrigado a redigir, diariamente, uma notinha editorial na página 2! Deus! Na notinha editorial, ele repete, idiotamente, que não entende nada de economia, e aí é escalado para cobrir encontros internacionais de... economia!
Nosso amigo Eduardo Guimarães está certo. A mídia está fazendo terrorismo econômico, e convencendo empresários a demitir e cortar investimentos. Mas vou dizer uma coisa. Esses empresários imbecis que acreditam na mídia vão se ferrar. Essa é a beleza da história. Os empreendedores de estados que vivem momentos de forte crescimento, como os do nordeste, que apostarem no Brasil terão a sua chance agora. O efeito da crise, no Brasil, será reduzir ainda mais o peso de São Paulo na economia, já que são os empresários paulistas os mais "aterrorizados" pela crise.
A Folha, por exemplo, diz que foram cortados dezenas de milhares de postos de trabalho da indústria paulista. Mas não diz quantos foram contratados, para a gente verificar O SALDO. Nível de emprego a gente verifica no saldo, quantos saíram, quantos entraram. Num estado com mais de 40 milhões de pessoas, um corte de 40 mil empregos não quer dizer muita coisa. Existe muita mobilidade na economia paulista. Corta-se 40 mil vagas aqui, abre-se 60 mil vagas acolá. Informem direito! Por exemplo, se foram cortadas 80 mil vagas em outubro, mas criadas 50 mil. Então o saldo negativo é de 30 mil, o que minimiza e contextualiza o primeiro número.
Empresários entrevistados admitiram que as vendas não caíram. Cortam vagas porque vem perdendo "a confiança". Ou seja, estão lendo demais a Folha. Tenho a impressão de que a melhor medida anti-crise para o Brasil seria o fechamento de alguns jornais. Depois da internet, os jornais brasileiros não tem mais nenhuma função prática que não fazer política partidária. Até aí tudo bem. O negócio é que estão todos do mesmo lado, rebanhos obedientes tocados pelo pastor José Serra, e que esse lado representa o que há de mais atrasado ideologicamente. O pouco de prestígio que o tucanismo ainda possuía acaba de ser enterrado com essa crise. A extrema-direita, pendurada nos ombros do PSDB, agora se vè mais perdida e perplexa do que nunca, depois da vitória esmagadora de um negro de esquerda nas eleições presidenciais norte-americana.
Uma das piores sequelas da ditadura foi ter fortalecido os jornais de direita e quebrado os com perfil mais progressista. Tivéssemos ainda um Última Hora, um Correio da Manhã, um Jornal do Brasil (o original, não a versão caduca e falida de hoje), haveria um equilíbrio mais saudável e mais divertido na imprensa.
15 de novembro de 2008
Ah, essas crises!
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Amém. Interessante assistir por esses dias os documentários Zeitgeist e Zeitgeist Addendum. Explica e contextualiza toda essa crise.
Parabéns pelo blog e por compartilhar suas idéias conosco.
link para filme que o amigo roberto mencionou http://www.youtube.com/watch?v=RtIOl11GKdU
Miguel,
Muito bom!especialmente a lembrança histórica do governo Vargas que me ajudou a contextualizar a atualidade.
Na minha opinião,você deveria fazer isso mais vezes.Fico feliz de ter mais uma voz pensante e lúcida a me informar,obrigada!
Gente como o Serra e o FHC tinham que ser abatidos À tiros como traidores da pátria.
meu coração corta quando vejo esta campanha em massa contra o Brasil para favorecer Serra.
uma conjuntura que deveria ser levada a séria é objeto de ideologização e de disputa partidária
uma pena
Mesmo contra a vontade das Miria Leitoa da vida o Brasil segue adiante.
Claro que estaríamos numa situação bem melhor se esta imprensa que está mais do que envolvida com Dantas cooperasse com o Brasil
Infelizmente não é o caso
Querem o quanto pior melhor para eleger Serra.
Este larápios tem que por a mão no pré-sal
A título de reconhecimento do terreno, já podemos enumerar os nossos inimigos:
Senador Azeredo
Toda a banca de Daniel Dantas
Veja
Abril
Folha
Globo
Estadão
Diogo Mainardi
Reinaldo Azevedo
e por aí vai..
vitória fácil para este tipo de luta não existe
vitória fácil só mesmo para trambiqueiros como Daniel Dantas
Não entendi hoje na TV Brasil (??????) uma reportagem dizendo que a "crise" chegou aos catadores. Em nenhum momento foi dito o que da crise fez com que o preço da sucata e até do papelão caisse. Nenhuma contextualização, nada. A crise esse ser medonho está destruindo tudo, mas o modo, o como, o porque foi totalmente esquecido
Miguel, gostaria que vc comentasse-divulgasse sobre uma lei de 2007, lei nº 11.482, resultado da Medida Provisória nº 240/2006, que reajusta a tabela do IR de 2007 até 2010, preservando os salários de uma inflação de 4,5% em todos os anos (em 2007 a inflação foi menor do que a correção da tabela). Isso não é redução de carga tributária? Não é mais dinheiro no bolso? A mídia não divulgou e pouquíssima gente sabe.
abraço
E grande parte do pessimismo sobre a atual crise imobiliária é culpa da mídia televisiva, eu diria. É por isso que investir na blogosfera é a saída para se livrar da mídia brasileira, ao meu ver. Sem a questão da comunicação que os blogs oferecem, a TV altera as concepções pessoais do cidadão brasileiro de uma forma absurda, imediata.
E, sinceramente, esta crise não me dá tanto medo assim. Os comentários não cessam, é verdade, mas fazer o quê.
Sobre Vargas... Me recordo pelas aulas de História que ele criou também a FAB, Força Aérea Brasileira; que no seu período de governo foi importante devido a Segunda Guerra Mundial. Enfim, e a crise de 29 nem se fala, parecia até impossível, sem saída.
O seu texto é um resumo ótimo de se ler. Estava lendo e esperando que acabasse a fim de comentar logo sobre qualquer ponto que achei interessante, mas depois encontrava outro e outro, de modo que se eu falasse sobre tudo iria fazer outro texto.
Bom, estou acompanhando seu blog.
Te apóio na valorização do jovem brasileiro.
Há profissões que em sua regulamentação são exigidas um certo grau de escolaridade, para outras não,
a minha sugestão é que para a profissão de blogueiro não haja exigência de escolaridade, até mesmo para que tal profissão não vire uma atividade exclusiva de jornalistas,
importante que se fique atento para este detalhe,
claro que os jornalistas farão lobby neste sentido, o que será péssimo para a blogosfera caso haja esta reserva de mercado para quem é formado em jornalismo.
Eu sou, hoje (quando jovem não era), otimista. Está na cara que algum tipo de mudança positiva vem ocorrendo no mundo. Esta crise é um reflexo dessa mudança. O poder começa a se descentralizar. As democracias se fortalecem. Os direitos das mulheres estão na pauta do dia. Há uma beleza em tudo isso. Os que veem na crise algo ruim é porque, de alguma forma, estão perdendo privilégios. E concordo contigo Miguel, quem apostar na crise vai se ferrar.
"Tenho a impressão de que a melhor medida anti-crise para o Brasil seria o fechamento de alguns jornais."
Assino embaixo.
Sem mais.
A crise que me dá medo mesmo é a política nesta semana que se inicia, com o julgamento da suspeição, amanhã, do juiz De Sanctis no CNJ e o resultado do julgamento pelo juiz, se ainda o for, do DD no dia 19. Aí é que a porca torce o rabo. O Lula já voltou da viagem ao exterior?
Vera, me diz uma coisa. O que o Lula tem a ver com isso? Não é um caso julgado na Justiça? Não existe separação total de poderes? Não seria uma interferência inconstitucional se Lula resolvesse interferir numa decisão que é de absoluta competência de desembargadores? Pelo que sei, o Brasil é presidente temporário do G-20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, e Lula está em Washington participando de decisões que afetam a vida em todo planeta. Não quero que ele pare tudo que vem fazendo, para dar maior regulação aos mercados mundiais, para fazer uma interferência em outra instância que seria um precedente perigoso. Porque, neste caso, Lula poderia até ajudar a prender Dantas, que é um malfeitor; mas abriria um precedente perigoso: presidentes da república agindo ao arrepio da Constituição, usando seu poder e popularidade, para prejudicar seus desafetos.
Miguel, eu sei perfeitamente que o Lula não pode fazer nada, institucionalmente. Mas de todo esse governo, a única pessoa que me passa confiança quando se pronuncia é o Lula. Não dá para negar que há uma crise dentro da PF/ABIN e entre instituições da República. Seus mentores conhecemos bem. Também sabemos que estão tentando jogar no colo de Lula a responsabilidade pelos confrontos, ou sua cumplicidade. Mas não é possível que só lhe reste a alternativa de ficar mudo ou de assistir impassivel à conduta instável do seu ministro da Justiça. Explicar é uma coisa que Lula sabe fazer muito bem. E é bastante inteligente e cauteloso para fazê-lo sem se meter onde não lhe cabe.
Veja só um exemplo no comentário de um colega meu no blog do Nassif: "Abin é proibida de acompanhar perícia na Polícia Federal
A Justiça Federal proibiu a Agência Brasileira de Inteligência de acompanhar os trabalhos de perícia da Polícia Federal nos computadores e equipamentos apreendidos há 12 dias no Centro de Operações da Abin no Rio. A medida é extensiva aos exames em celulares, mídias, HDs, pendrives e notebooks recolhidos com arapongas da agência e com o delegado Protógenes Queiroz, todos sob suspeita no inquérito que investiga o vazamento da Satiagraha, operação federal contra o banqueiro Daniel Dantas.
[...] O veto à participação da Abin na análise técnica, que é de responsabilidade de peritos da PF, foi decretado pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo.[...]
A intervenção de Mazloum desautoriza o general [Jorge Félix], que havia mandado escalar uma equipe de oficiais de inteligência para fiscalizar de perto a abertura de peças e documentos levados pela PF, sob alegação de que haveria material sigiloso não relacionado à investigação.
Comentário: em que outro país do mundo se permite à polícia vasculhar material sigiloso dos órgãos de inteligência estratégica da nação? É "evidente" que o juiz Mazloum está comandando, *no mínimo*, uma operação de vingança pessoal por ter sido indiciado pela PF." O Ministério da Justiça não poderá fazer nada? A Abin e os segredos de Estado não são incumbência em última instância do Ministério da Justiça? Ministro não pode negociar por trás dos panos? Não há nada a fazer? Se for assim, ninguém faz nada, nada, e ficamos todos rezando a Deus para que a bomba não exploda afinal nas mãos do povo, este sim incapacitado de fazer qualquer coisa.
não sei, vera. acho que trabalhamos com suposições demais e informações demais neste caso. e nem podemos fazer nada, já que, neste caso, há obrigação de sigilo nas investigações. melhor nos preocuparmos com outra coisa e deixar que os órgãos competentes resolvam a situação. e deixar de acreditar que lula é o sal da terra que irá purificar todos os males do país. se há corrupção, inveja e vingança entre pf, abin e justiça, trata-se, por mais que isso doa, um problema interno, e há órgãos internos que podem resolver isso. vivemos uma democracia, onde há inúmeros instrumentos democráticos para dar solução a essas questões internas. se o tal juiz está fazendo isso apenas como vendeta, ele terá seu troco mais tarde. dê tempo ao tempo.
O CNJ E A GRANDE MARMELADA
17.11.2008
Nesta segunda-feira, o Conselho Nacional de Justiça julga o pedido de suspeição do juiz De Sanctis, atendendo a uma solicitação do Deputado Raul Jungman, ou seria do Heráclito Fortes? São todos iguais.
Toda essa movimentação desses dias, juntando toda sorte de factóides contra Protógenes e De Sanctis não é casual. Faz parte do jogo criar o clima favorável à decisão do CNJ contra o juiz.
Em outros tempos, esse festival de factóides seria fulminante; nos tempos da Internet, meramente ridículos.
Por exemplo:
1. Acusar o Delegado de ter espionado o STF pelo fato de ele ter dito que o trabalho de inteligência descobriu que estavam sendo armados dois HCs no Supremo. Tem-se duas hipóteses: ou Protógenes espionou o STF; ou espionou advogados que sabiam, antecipadamente, o voto do STF. Se o exercício do jornalismo não tivesse sido abandonado, a segunda hipótese seria alvo de investigações. Não seria um baita prato jornalístico levantar como advogados souberam antecipadamente do voto do Supremo? Nesse jogo viciado, a hipótese sequer foi considerada. O delegado, Paulo Lacerda e o juiz De Sanctis estiveram na CPI, e nenhum dos argutos deputados se lembrou dessa questãozinha básica.
2. A acusação de que De Sacntis mencionou autores alemães que, mais tarde, foram acusados de simpatia com o nazismo. Vários comentários no post já demonstraram, à exaustão, o ridículo dessa acusação. Esse é o ponto.
Íntegra: Blog do Nassif
Boa anlise, criteriosa consistente.
A preocupação paulista com o sucesso do torneiro,é mais oito anos fora do poder,vendo seu quadro minguar inexoravelmente,como esta acontecendo com o pfl/dem
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