12 de fevereiro de 2008

Nassif, um jornalista de coragem

Há uma cena antológica no Grande Sertão Veredas. Diadorim, ainda adolescente atravessa um gigantesco e temível São Francisco numa canoa frágil, ao lado de um Riobaldo tímido e medroso. Diadorim é uma figurinha altiva e misteriosa, e repete para seu novo amigo, para lhe injetar ânimo, a sua filosofia mais importante: "carece coragem, carece muita coragem". É a força desse romance, que idolatro como uma bíblia, que invoco para proteger o jornalista Luis Nassif, que decidiu, como um Dom Quixote tupi, enfrentar sozinho um dragão de cinismo, covardia e falta de ética: a revista Veja. Estou contigo, Nassif.

Leia os artigos de Nassif sobre a revista Veja. Acompanhe a série no blog dele.

A Veja, na próxima semana, possivelmente virá com nova calúnia contra Nassif e contra os jornalistas que ainda são independentes no país. Provavelmente, as calúnias virão da língua venenosa de Diogo Mainardi, pelo fato de seu para-jornalismo prescindir de qualquer escrúpulo com a verdade ou com a ética. Dedura suas fontes, acusa falsamente colegas jornalistas, dá suporte a toda mentira escabrosa e inventa outras. Tem gente que o considera um bom cronista, e que zomba do ódio por ele suscitado. Mas ele não é um bom cronista. Sua linguagem é previsível. Sua abordagem dos fatos, repetitiva. É um grotesco sem originalidade, uma consequência melancólica de uma elite que, há séculos, trabalha contra o Brasil e se acha muito chique por agir assim. O ódio por ele suscitado há tempos virou desprezo e indiferença.

Enfim, cada um tem sua hora e sua vez.

1 comentário

Anônimo disse...

Acompanho toda a denúncia do Luis Nassif sobre a VEJA e estou contigo neste apoio. A escola em que atuo (Geografia/Ensino Médio) é uma das tantas da rede pública paulista que recebe exemplares atrasados da revista a titulo de sobras de tiragem. Muitos professores os usam em suas aulas, mas não raro não despertam nos alunos o senso crítico. Devo confessar que também faço uso delas, mas também uso a Revista do Brasil, para mim, a melhor alternativa se se quer uma publicação realmente independente. Os professores em geral são avessos em enxergar (ou não sabem mesmo...) o que "há por trás" de certas notas ou matérias da VEJA, bem como da grande mídia em geral. Daí a grande importância desse esforço de Luis Nassif, que tem também o meu apoio. Quanto ao Mainardi, já ouvi gente dizer em tom de deboche que ele "psicografa" Paulo Francis. Brincadeira injusta com o falecido. Não concordava com quase nada do que dizia, mas inegavelmente, escrevia bem. É isso.

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