O link com a íntegra da coluna de Cora Rónai publicada hoje (14/02/2008) no jornal O Globo está aqui. Mas também reproduzo abaixo, por questão de segurança nacional (não é ironia), pois trata-se de uma pérola do jornalismo de opinião cínico, inconsistente e infectado de lugares-comuns. Vamos atacar ponto por ponto. O texto dela fica em negrito, o meu em fonte normal.
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Não há ideologia que justifique
Por mais que rosnem os jornalistas amestrados, roubo é roubo
Cora Rónai
Eu ainda acredito, como diz o Millôr, que imprensa é oposição, o resto, armazém de secos e molhados (para quem chegou ontem: pequena loja de bairro, precursora dos supermercados). Acho o jornalismo uma das mais nobres profissões, sobretudo em sua filosofia básica; o mesmo eu poderia dizer da filosofia da profissão médica, por exemplo, embora, numa e noutra profissão, muitos nem percebam a glória do que fazem, tornando-se indignos da "missão" que exercem.
Pode ser efeito colateral do joelho quebrado, pode ser ataque de saudosismo, mas o fato é que já vivi um tempo em que o, digamos, “ecossistema”, me dava mais alegrias. É claro que havia, como sempre houve, jornalistas a favor – há quem diga a soldo -- do governo. Bajular os poderosos dá lucro, quando não prestígio, que tantos perseguem.
Lugares comuns e descontextualização. Não sei quando Millor inventou esse mote "imprensa é oposição", se foi durante a ditadura ou não, mas é óbvio que o sucesso dessa frase é consequência dos anos de chumbo, quando não havia democracia e, portanto, o jornalismo não influenciava eleições - não havia eleição. É um chamado, além disso, para que o jornalista lutasse contra o próprio regime. Acontece que, com o fim da ditadura, muitos jornais passaram a incentivar seus jornalistas que continuassem sendo "oposição". Transformar isso numa regra ou, pior, numa obrigação, todavia, é uma forma de violência à liberdade tão grande quanto obrigar o sujeito a ser favorável ao governo. Imprensa é oposição coisísinha nenhuma. Numa democracia, a imprensa tem liberdade de ser a favor ou contra o governo. Que espécie de liberdade de imprensa é essa que obriga o cara a ser contra o governo e, logo, a colaborar com os objetivos da oposição? O que não pode é manipular a informação. Atacar reputações sem base jurídica. Desestabilizar o país para beneficiar um grupo político. Como a nossa imprensa faz, sem preocupação com as consequências sociais e econômicas de suas campanhas. Imagina se, na Índia, toda a imprensa fosse contra Ghandi? Seguramente, faltaram amigos na imprensa para Salvador Allende, e ele foi morto com uma bomba lançada por um caça-americano - e a imprensa quietinha.
Imagina se Nelson Mandela não tivesse apoio de uma parte da imprensa da África do Sul? O presidente F.D.Roosevelt, tão atacado pela imprensa, tinha jornalistas amigos, sobretudo os intelectuais judeus e o apoio explícito e corajoso de inúmeros escritores, artistas, músicos, etc. E todos foram presidentes cuja importância foi crucial não apenas para a história de seus países como para todo mundo. Se Roosevelt não tivesse ganhado as eleições, talvez os EUA não tivessem entrado de forma tão firme na II Guerra Mundial, e Hitler teria causado mais estragos que causou. Da mesma forma, as forças políticas que levaram Lula ao poder têm colaborado com a evolução política e econômica de toda a América do Sul, com resultados extraordinariamente positivos para as camadas mais humildes do continente.
Ademais, vai enganar outro, Cora. Não foi o Globo que fez campanha contra o governo legítimo em prol do golpe militar? Que festejou a ditadura? Que se tornou o império que é durante a ditadura? Que foi o sustentáculo midiático da ditadura? Por acaso, Millôr apoiava a campanha suja que o Globo fez contra o governo João Goulart, e que culminou com um sequestro de vinte anos da democracia brasileira, deixando um rastro de devastação política, social e econômica? A imprensa brasileira foi oposição ao governo militar? Tentou ser? Quis ser? Não, ao contrário. Estadão, Folha e Globo apoiaram o governo militar. Então não me venha falar em "imprensa é oposição". Desde a época do Império, há imprensa oposicionista e imprensa governista, e os vendidos nem sempre são os governistas. Pensar isso é um reducionismo imbecil, pois que há, obviamente, interesses escusos ou legítimos, inclusive partidários, dos dois lados.
O fato é que, quando o regime militar termina, a política brasileira estava semi-morta. Milhares de lideranças camponesas haviam sido assassinadas, portanto os campos estavam quietos. À exceção dos centros de vanguarda industrial, cuja visibilidade internacional lhes conferiam certa segurança, como era o caso do ABC paulista, as lideranças sindicais de outras regiões também foram silenciadas, pelo homícidio, pela prisão ou pela mais bárbara tortura. É evidente que o tal "ecossistema", como você diz, estava mais calmo.
O jornalista é um cidadão que vota. Ao fazer isso, ele necessariamente terá um lado. O jornalista vem de uma classe social, tem amigos que por sua vez votam e têm opiniões e mesmo paixões políticas. O jornalista tem uma história de vida e uma trajetória intelectual particular. É inevitável que tenha afinidades com algum campo político. Não se deve proibir que, em alguns momentos da alternância democrática, seja com os que estão no poder. O que acontece hoje é que as empresas de comunicação violentam ideologicamente o profissional, obrigando ele a "pensar" em linha com seus donos. Sempre foi um pouco assim, vá lá, mas segundo o relato de vários jornalistas que passaram, recentemente, pelas redações dos grandes jornais, a situação vem piorando muito. Há pressão para os jornalistas serem tendenciosos contra o governo Lula, escrevendo matérias ou editoriais de uma forma que reforce uma visão negativa pré-concebida. O exemplo da CPI dos Cartões é excelente. Antes o governo brigava para abafar a CPI. Em pouquíssimo tempo, houve uma avalanche de notícias sobre os cartões, listando inclusive os gastos mais insignificantes. Só havia um sentido para o leitor, já que não haveria lógica jornalística que se publicasse gastos tão mixurucas. Trata-se de desvio de dinheiro público. O governo decide também apoiar a CPI. O discurso muda automaticamente: é acordão, manobra esperta para controlar a CPI. Isso não é política. É criminalizar a política, já que não permite a uma das partes, no caso o governo, a fazer qualquer movimento: se é contra, quer é abafar e logo é ladrão; se é a favor, quer controlar e logo é ladrão.
Quanto à bajular "os poderosos", há uma esperteza. Quem são os poderosos? Seguramente, há vários poderosos. Cora Ronái é maliciosa: "sempre houve jornalistas a favor - há quem diga a soldo - do governo. Bajular os poderosos dá lucro, quando não prestígio, que tanto perseguem". O que dá lucro atualmente? Com o macarthismo de jornais e revistas, certamente não é "bajular" o governo Lula, e sim os interesses dos grandes meios de comunicação, que se confundem com o da oposição partidária ao governo federal. Os "poderosos" não incluiriam as famílias Frias, Marinho, Civita e Mesquita, que têm um poder midiático concentrado em suas mãos que existe em poucos países do mundo? Bajular esses poderosos não dá lucro? Na verdade, o que dá mais lucro: bajular o governo Lula ou os donos da mídia? Ganha uma tapioca quem responder mais rápido. O próprio uso do termo "bajular" é uma maneira maquiavélica de denegrir a opinião daqueles que não participam da cruzada santa contra o Lula.
Esse é mais um caso de manipulação descarada da verdade. Uma tentativa de impor a ditadura de opinião. Para Cora Ronái, os jornalistas não teriam a liberdade de serem a favor ou contra. Tem que ser contra. Contra quem? Contra os mesmos adversários de seus patrões? Contra o Lula? Claro. Jornalista tem que ser contra o Lula. É o tipo de pensamento de quem ainda não compreendeu como funciona uma democracia. Uma democracia é uma competição política. Os candidatos a representantes do povo disputam os cargos políticos, e ganham os que convencem o povo, através de palavras e promessas, quando ainda não exerceram o poder, ou através da publicidade do que realizaram, quando já o exerceram, de que são a melhor opção para o país, estado ou município.
A imprensa entra como um quarto poder, na medida em que ela tem condição de denegrir ou valorizar a imagem de um político. Portanto, a imprensa, queira ou não, participa do jogo eleitoral. O dilema, que existe em todo mundo, é fazer isso da forma mais transparente, ética e honesta possível. Uns preferem não declarar suas preferências: têm o direito. Assim como têm o direito contrário, de afirmarem sua preferência neste ou naquele candidato. Cora Ronái quer circunscrever a liberdade de opinião. Liberdade não é ser contra o governo. É ser livre para ser o que quiser: contra ou a favor. Porque, no jogo democrático, quando a imprensa é contra uma força política, automaticamente alinha-se ao adversário. Portanto, a questão de ser contra ou a favor também é relativa e confusa. O que não pode é cercear a liberdade, conforme Cora Ronái pretende. Mas Cora vai ainda mais longe...
Mas as águas de então estavam bem divididas: eles eram “eles”, nós éramos “nós”. Havia um inimigo comum. Além do que, e não é pouco!, tínhamos menos de 30 anos, às vezes pouco mais de 20. “Eles” tinham colunas e empregos públicos, candidatavam-se, enveredavam pela política sem constrangimento. “Nós” acreditávamos, sem duvidar, que o papel da imprensa era combater a ditadura, e que, derrotada esta, estariam derrotadas também a corrupção e a impunidade. Ganhávamos pouco, às vezes ridiculamente pouco. Não chegávamos, como a Amélia, a achar bonito não ter o que comer -- mas não faltava muito para isso.
Até que, um dia, apareceu um agrupamento político chamado PT, e o meio de campo começou a embolar. Isso não ficou claro à primeira vista, pelo menos não para aqueles de nós que ou éramos mais ingênuos, ou já não andávamos diretamente envolvidos em política. Eu me enquadrava nas duas categorias, e ia em frente. Mas minha ficha caiu quando, um dia, voltando de uma feira de tecnologia, com a jaqueta enfeitada com lindos pins e buttons de sistemas operacionais e de chips, levei um dedo no nariz de uma estagiária do JB que, até então, me parecera boa pessoa:
-- Por que não está usando o button do PT?!
Levei um susto. Aquele gesto e aquela voz autoritária podiam ter saído de qualquer zona histórica "alienígena", sinistra.
-- Exatamente por causa disso, -- respondi, mas acho que ela não entendeu. Eu, porém, entendi. Não havia mais "nós" e "eles". Havia patrulha e rancor, também entre "nós". Não havia mais o bom combate ou o livre pensar; havia apenas uma ideologia, como todas muito cômoda, construída com bloquinhos de lugares comuns que não exigiam grande raciocínio de ninguém. Ai de quem não compactuasse.
Que isenção maravilhosa! A culpa, claro, é do PT. Aliá, Cora podia apagar o texto todo e deixar só esta frase, que resumiria todo seu complexo pensamento: "a culpa de tudo é do PT!" Tudo ia muito bem, no Brasil e nas redações, até que surge "um agrupamento político" chamado PT. Vejam bem. Não foi um partido político, surgido em 1981, antes do fim da ditadura militar, reunindo as melhores cabeças do país, como Sérgio Buarque Holanda, Darcy Ribeiro, Antônio Candido, além dos novos sindicalistas. Foi um agrupamento político. Não tinha como reduzir mais? Aí ela pega um caso isolado, uma estagiária do "JB" (claro, do jornal concorrente...) que lhe aponta o dedo no nariz e lhe pergunta sobre o tal button do PT? A tal estagiária é uma "voz autoritária". Tínhamos acabado de sair de uma ditadura militar, onde milhares foram mortos e torturados, onde os partidos políticos foram extintos ou perseguidos e autoritarismo para Cora é o dedinho da estagiária. Que crime terrível! Perguntar sobre um button! Cuidado, gente, isso aí é o prelúdio de um novo stalinismo! Aliás, dizem que os pogroms stalinistas começavam assim: com perguntas sobre buttons. O cara chegava para outro e perguntava: "onde está seu button do partido?". Se o sujeito não respondesse rapidamente: "esqueci em casa", ou "caiu há pouco e nem reparei", era rapidamente encaminhado para um campo de concentração, onde era obrigado a andar para lá e para cá com 5.250 buttons pregados por todo corpo, no sapato, nas meias, calças, cuecas, chapeu, colarinho, etc. Cora, pergunta para a Dilma Roussef, que foi torturada desumanamente pelos órgãos de repressão, qual é o autoritarismo pior: dedinho de estagiária ou pau de arara...
A crítica de Córa, essa sim, é fascista. Por isso me irrito quando chamam o Tropa de Elite de fascista. Ora, é só um filme. Um filme muito bom e ainda vou escrever muito sobre isso. Fascista é fazer como a Cora Rónai, que pretende condenar os fundamentos de um partido político que tão importante foi para o processo de redemocratização do país. Ninguém nos EUA ataca a própria existência do Partido Democrata. Discute-se política. E o reducionismo de Cora, de julgar um partido político que hoje tem mais de 1 milhão de filiados, que evoluiu, que amadureceu, que conquistou o poder, através da observação do comportamento de uma estagiária nos anos 80, é má fé, ignorância, preconceito ou magnífica estupidez. Calma que tem mais.
* * *
Quando Lula ganhou as eleições, achei que o mundo das redações voltaria à normalidade. Poder é poder. Imaginar que existe poder "de esquerda" é de uma ingenuidade que não combina com o cinismo e a desconfiança que, em tese, andam de mãos dadas com o jornalismo. Mas, obviamente, maior ingenuidade ainda é supor que quem se ajeita a uma bitola ideológica, por interesse ou por idealismo, guarda alguma capacidade de pensar por conta própria. Sobretudo quando a tal bitola começa a se mostrar lucrativa.
* * *
Neste parágrafo, Cora extrapola seus conhecimentos e arrisca altos vôos teóricos no campo das Ciências Políticas. Cuidado, Wanderley Guilherme dos Santos, vem aí Cora Ronái! Ela diz que "imaginar que existe poder de esquerda é de uma ingenuidade que não combina com o cinismo e a desconfiança que, em tese, andam de mãos dadas com o jornalismo". Bem, é difícil entender, mas eu sou bom nisso, eu consigo entrar no cérebro de alguns, mesmo sendo tão diminuto. Cora tem uma visão absolutamente estereotipada de "esquerda". Algo como "esquerda" disneylândia. Ao mesmo tempo, Cora reforça o lugar-comum de que o poder é "do mal". Ou seja, a política é um assunto para gente do mal. Ela só condescende a falar de política porque não consegue controlar a raiva que sente do PT - em virtude do terrível trauma que sofreu há anos, com o dedo daquela estagiária em seu nariz. Sempre quis saber a quem os missivistas do Globo se referiam quando repetem o bordão: "cidadãos de bem desse país". Agora eu sei. São pessoas como Cora Rónai, que se considera "do bem", ela que durante meses escreveu sobre sua perna quebrada, seu gatinho e seu ursinho de pelúcia. Ou seja, Cora sempre seguiu à risca a máxima de Millôr Fernandes, sobre ser imprensa de oposição. Por fim, Cora lança seu julgamento final, o mais terrível de todos: "Mas, obviamente, maior ingenuidade ainda é supor que quem se ajeita a uma bitola ideológica, por interesse ou por idealismo, guarda alguma capacidade de pensar por conta própria. Sobretudo quando a tal bitola começa a se mostrar lucrativa." Hum, vamos ver. Não falarei do estilo sofrível da colunista, porque deixo esses preciosismos linguísticos para nossa direita cult. Também nem me referi ao tal "cinismo" que, "em tese", seria uma "qualidade" a ser cultivada pelos jornalistas. Grande moralista, essa Cora, pregando o jornalismo cínico... Cora, naturalmente, como manda o manual de redação do Globo, condena a ideologia ao fogo eterno. Não se trata nem de atualizar ou modernizar ou temperar as ideologias. Ideologia é uma coisa "do mal". Ao Aurélio:
ideologia(ìd) [De ideo- + -logia.] Substantivo feminino. 1.Ciência da formação das idéias; tratado das idéias em abstrato; sistema de idéias. 2.Filos. Conjunto articulado de idéias, valores, opiniões, crenças, etc., que expressam e reforçam as relações que conferem unidade a determinado grupo social (classe, partido político, seita religiosa, etc.) seja qual for o grau de consciência que disso tenham seus portadores. 3.Polít. Sistema de idéias dogmaticamente organizado como um instrumento de luta política. 4.Conjunto de idéias próprias de um grupo, de uma época, e que traduzem uma situação histórica: ideologia burguesa. [Cf. edeologia.]
Ela usa ideologia no sentido 3, naturalmente. Eu prefiro pensar idelogia no sentido 1, que é o mais abrangente e inclusive dá uma alfinetada na Cora: "conjunto de idéias (...) que expressam idéias, valores, opiniões (..) seja qual o for o grau de consciência que disso tenham seus portadores".
Acho que a ideologia da Cora tem a ver com o neo-lacerdismo ultra liberal burguês, mas vamos deixar para lá, já que essa categoria ainda está sendo estudada. Continuemos nossa análise do texto da Cora.
Já me prometi mil vezes não falar mais nisso e esquecer que hay gobierno soy contra, até porque o governo não está nem aí para o que nós, imbecis também conhecidos como contribuintes, achamos ou deixamos de achar. Quando o sangue me ferve nas veias (vale dizer todos os dias, quando pego o jornal), brinco de faz-de-conta: tento acompanhar o noticiário como se morasse em outra galáxia. O diabo é que há coisas que não há Star Trek que resolva. Agora mesmo, não sei o que me deixa mais perplexa e indignada na farra dos cartões corporativos, se o roubo descarado do nosso dinheiro, ou o contorcionismo mental de colegas, que já considerei gente de boa reflexão, tentando defender essa nojeira.
Os argumentos são espantosos. Aquela ex-ministra racista, que acha tão normal negros odiarem brancos, está, obviamente, sendo vítima de pessoas que não a conhecem; ora, se até o Zé Dirceu já garantiu que ela não agiu por má-fé! Roubou sem querer, a coitada, e a Grande Imprensa, branca e machista, lá, nos seus calcanhares. O outro comprou uma tapioca de míseros oito reais, e a Grande Imprensa, uivam os jornalistas amestrados, dá o fato em manchete. Como se o que estivesse em discussão não fosse o como, mas o quanto. Para não falar na eterna ladainha do governo, repetida como um press-release que, a essa altura, sequer tem o benefício da novidade: “na época do FhC era a mesma coisa”. Mas, perdão: não foi para isso que a atual corja foi eleita?! Para mudar tudo o que estava errado?! Para implantar um sentido ético no trato da coisa pública?!
*
O pior é que tanto faz quanto tanto fez. Enquanto o nosso dinheiro paga qualquer leviandade protegido pelo manto putrefato da “Segurança Nacional”, enquanto jornalistas arrastam a profissão na lama defendendo a corrupção, os poderosos, às nossas costas, se entendem. As famiglias ficarão a salvo.
“Eles” venceram.
(O Globo, Segundo Caderno, 14.2.2008)
Ufa, essa é a última parte. Comecemos pelo final. "Enquanto o nosso dinheiro paga qualquer leviandade protegido pelo manto putrefato da Segurança Nacional. Uau! Chamar Segurança Nacional de "manto putrefato" é ótimo! Que grand finale estupendo! Que amor pelo país! Enquanto o Brasil descobre campos gigantes de petróleo, que devem triplicar nossas reservas internacionais e nos colocar entre os 10 maiores produtores do mundo, Cora nos fala de seus ursinhos de pelúcia. Mas agora ela se redime, ao se mostrar tão preocupada com a nossa Segurança Nacional. Ora, proteger Lula e sua família lá é assunto de Segurança Nacional? E como pode Lula ousar gastar nosso dinheiro com sua segurança pessoal e de sua família? Quem é Lula? Bem, não adianta explicar para Cora que os chefes de Estado no Brasil e suas famílias têm direito à segurança e sigilo desde Dom Pedro I, passando por Deodoro da Fonseca, passando pelo decreto 200 de 1967, passando por José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e, enfim, Luiz Inácio Lula da Silva. Se existe erro, não é no governo Lula, é na Constituição Brasileira, que exige que o Estado dê toda segurança e conforto para o chefe de Estado e família. Por mim, sinceramente, não me oponho a isso. Cora não. Para ela, Lula tem que andar a pé, sem segurança, comer angu com carne moída e beber água da pia (nem cachaça pode, que ela, claro, é moralista - a coluna dela sobre o carnaval, condenando os excessos, parece escrita pela assessora do papa).
Mas vamos ao início do trecho do artigo da Cora. "Já me prometi mil vezes não falar mais nisso e esquecer que hay gobierno soy contra, até porque o governo não está nem aí para o que nós, imbecis também conhecidos como contribuintes, achamos ou deixamos de achar."
Essa frase (hay gobierno...) virou sucesso no tempo da ditadura. Pior: virou um dogma. Com a redemocratização, virou conveniente, já que aos donos da imprensa interessava chantagear governos em troca de favores. Mesmos os governantes aliados são chantageados, em troca de verbas publicitárias ou determinadas medidas de lei. Assim a imprensa pauta os governos e defende os interesses da classe dominante. Entenda: mesmo governantes de direita são forçados, por motivos eleitorais (o que não é um motivo menor, conforme prega a filosofia neo-lacerdista), a tomarem decisões em prol dos pobres. Mas a grande imprensa, porta voz dos setores mais retrógrados das classes dominantes, chantageia o governo para bloquear o mais pequeno avanço que possa ferir os privilégios históricos das elites. O que salva os jornais são os jornalistas, que em sua maioria não pertencem às classes dominantes, e que conseguem imprimir, mesmo discretamente, alguma dialética interna aos órgãos. No entanto, nos últimos anos, as redações têm sofrido uma pressão enorme, vinda de cima, que obriga os jornalistas a se violentarem ideologica e psicologicamente.
Sobre o termo "contribuintes" imbecis, aí retornamos alegremente ao neo-lacerdismo. Ou udenismo, o que preferirem (UDN era o partido do Lacerda). Os grandes sonegadores brasileiros devem ter sentido um gostoso friozinho na barriga ao lerem esse trecho. E a classe-média-pagadora-de-impostos experimentou um indescritível sentimento de catarse. O que me intriga nesses udenistas é que assim que seus representantes chegam ao poder, os impostos sobem, as tarifas públicas sobem e, à exceção de algumas cartinhas nervosas no jornal, os colunistas aceitam tudo como natural. Confiram quanto aumentou a carga tributária no governo Fernando Henrique e quanto aumentou no de Lula. O que aumentou na era Lula foi a arrecadação fiscal, e não a carga tributária, não confundam. Os setores de informática, por exemplo, eram pesadamente onerados fiscalmente nos tempos fernandista, o que atrasou em alguns anos a entrada de milhões de brasileiros na era tecnológica. Hoje é um setor quase livre de impostos, o que resultou em forte barateamento dos produtos e explosão de consumo.
Um artigo como esse da Cora é uma verdadeira ode a seus patrões. Uma coisa triste, submissa, condenatória a quem pensa diferente. Esse mote de "hay gobierno, soy contra", passou ser conveniente para a direita sempre que a esquerda assume poder. Mas é uma frase sem consistência política, filosófica ou racional. Primeiramente, foi dita por um anarquista europeu, um radical com o qual certamente Cora não tem afinidade ideológica nenhuma. É hipocrisia sem limites citar esta frase, vinda de um pensador que condenava a propriedade privada, a imprensa burguesa, o Estado, o latifúndio, enfim, que tinha uma visão totalmente revolucionária do mundo, uma visão que se mostrou, apesar de bem intencionada, bastante problemática em vários aspectos, tanto nos famosos aspectos "práticos", como nos teóricos.
Por fim, analiso o seguinte trecho: "O outro comprou uma tapioca de míseros oito reais, e a Grande Imprensa, uivam os jornalistas amestrados, dá o fato em manchete. Como se o que estivesse em discussão não fosse o como, mas o quanto. Para não falar na eterna ladainha do governo, repetida como um press-release que, a essa altura, sequer tem o benefício da novidade: “na época do FhC era a mesma coisa”. Mas, perdão: não foi para isso que a atual corja foi eleita?! Para mudar tudo o que estava errado?! Para implantar um sentido ético no trato da coisa pública?! "
Novamente a tapioca. Como a nossa mídia, seguindo a lição de Goebbels, repete mentiras tentando transformá-las em verdade, eu também repito aqui: o ministro dos esportes, Orlando Silva, restituiu os R$ 8,30, gastos com cartão corporativo numa padaria em Brasília, em outubro de 2007, muito antes de qualquer denúncia. Explicou que se enganou, e pronto. O gasto estava publicado no Portal da Transparência e o CGU detectou, enviou um informe para o ministro, e ele restituiu o dinheiro. A troco de quê, iremos pôr em dúvida a reputação de um jovem político que não possui a mais leve mancha em sua carreira (e mesmo que tivesse) por causa de R$ 8,30, que foram devolvidos antes de qualquer denúncia (e mesmo que fosse depois)? E que história é essa de "jornalistas amestrados"? É recadinho para quem? Para o Nassif? Ora, vá banhar seu gatinho, Cora, antes de acusar Luis Nassif ou Mino Carta de "jornalistas amestrados", que é um termo, aliás, que se aplica maravilhosamente a você e seus comparsas big-midiáticos.
"Roubo é roubo", diz Cora. Ora, explica direito. Se o ministro estivesse alguns quilômetros mais adiante, fora de Brasília, a legislação lhe permitiria comprar a tapioca com o cartão corporativo. Ele é um ministro, trabalha e o Estado, que é seu patrão, paga a sua alimentação. O cartão vale para isso também, apesar da imprensa ter feito, deliberadamente, uma tremenda confusão sobre o que se pode ou não gastar com o cartão. Que grande roubo é esse de comer uma tapioca? E os gastos não estão ali, transparentes, publicados na internet por iniciativa dos mesmos petistas que você condena irrevogavelmente? Desde quando comer uma tapioca é um crime? Digamos que, na hora, o ministro estivesse somente com o tal cartão corporativo em seu bolso. Você advoga que ele deveria passar fome?
E aí você vem com esse lacerdismo barato de que o governo Lula ("essa corja", diz você) foi eleito para mudar tudo e acabar com a corrupção, como se a corrupção fosse uma válvula a ser ligada ou desligada conforme os desejos de Lula. A corrupção não termina com decreto presidencial, Cora. A luta contra a corrupção é um processo e o governo Lula implantou o Portal da Transparência e reduziu o uso das Contas B (não fiscalizáveis e não transparentes). Medidas práticas que, no mínimo, deveriam ser elogiadas, e não usadas, oportunisticamente, para fragilizar o governo que as implementou. Afirmar que o governo Lula veio para mudar "tudo que está errado" é reforçar uma visão cinicamente irrealista sobre o poder de qualquer governo sobre a vida da sociedade e dos indivíduos, além de negar a realidade federativa e a separação dos poderes. Há mudanças que vêm do Executivo sim, mas há mudanças que vem do Município, do Estado, do Judiciário do Legislativo, para só ficar nos entes públicos, pois que há muitas mudanças que tem de vir da iniciativa privada, sobretudo das classes dominantes, visto que a concentração de riqueza no Brasil não tem igual no mundo. Ou seja, os ricos teriam condições, por sua força econômica, de fazer muita coisa boa pelo Brasil, financiando vastas campanhas de educação, por exemplo. Mas além de não fazerem nada, financiam campanhas para tirar verbas do Estado que seriam aplicadas na Saúde, beneficiando os pobres, como aconteceu com a CPMF.
Quanto ao seu "eles venceram", eu poderia até ficar feliz com a afirmação, já que naturalmente eu me incluo entre os "vencedores". Mas diante do poder midiático de desestabilizar a política nacional, não tenho tanta segurança assim. Somente quando houver um mínimo de equilíbrio na grande mídia, teremos a estabilidade política que o Brasil merece para avançar ao ritmo exigido pelas enormes mazelas sociais que provocam tanta violência nas cidades e sofrimento às pessoas.
14 de fevereiro de 2008
Desconstruindo Cora Rónai
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Pena que os miquinhos amestrados, quer dizer, os leitores do Globo não vão ler essa resposta.
Cara!!..parabens pelo seu raciocínio e capacidade de escrever.
muito bomo texto, parabéns,
lendo me lembrei o tempo todo de Cora, não a Ronai mas a Coralina, esta sim, a Cora que fez uma bela poesia em defesa das prostitutas.]
quanto a Ronai, a vejo todos os dias quanto ando pelos centro da cidade: no seu carrão importado comprado por causa do sucesso da economia no governo Lula.
Incrível como são malas nossos milionários que o governo Lula gerou. Deu até na Veja: este País gerou quase 200 mil milionários, acho que apenas em um ano, posso tá enganado. Só sei que, para ser manchete na Veja, tem muita gente ficando milionário por causa do governo Lula. Os ricos ficando mais ricos. Os pobres entrando na classe média, tendo direito a ter uma televisão, uma geladeira. Isto, ter uma televisão, vestir uma roupinha melhor, deve ser crime para a Cora, não a Coralina mas Ronai...
esta Ronai é uma picareta por excelência: no seu carrão comprado por causa do sucesso do governo Lula. A vagabunda cuspindo no prato que comeu.
Ei, Miguel,
vc não tem idéia do que é chegar do trabalho, sentar aqui ao pc, ir no seu blog ler uma coisa dessas!
O POST ARTIGO, está muuuuuuito bom, eu não tenho palavras para definir a alegria que senti, por vc ter dito a essa cora ronái tudo que ela precisava ouvir a muuito tempo. Dei muita risada tmb, vc foi fino!
Ela me parece cheia de rancores, raciocínio e intelecto esmagados na prensa dos jornalões de esgoto.
É da velha guarda de blogueiros reaças, que postam gatinhos etc, são super organizados entre si, e a la derecha, sempre!
Que aula de jornalismo, sobretudo de história! Parábens!
Abraço.
Desconstruindo a tal da Cora e destruindo seu (dela) discurso chinfrim. Caramba! A sujeitinha é ridícula demais. Seu "causo" com a tal estagiária e a besteira em relação ao PT resume seu caráter rasteiro de sabujo da direita enrustida. É possível perceber em seu (dela) texto o preconceito disfarçado na satisfação de chamar os ministros de ladrões.
zejustino@gmail.com
Ao ler o portal Folha/UOL vejo estampada a manchete "TESOUREIROS DO PT USAM CARTÃO CORPORATIVO DO GOVERNO FEDERAL."
Ao ler a reportagem conclui que isso seria grave, que o PT haveria pisado na bola, que a mídia teria razão. Ao contrário do que costuma fazer a maioria dos leitores, como achei a manchete muito grave, fui ver ler a matéria.
Tive uma grande supresa ao constatar, na matéria, que os tais "tesoureiros do PT" era de fato ocupantes de cargos de confiança no serviço público federal e, portanto, aptos sim, a usar o cartão corporativo.
Ao contrário do que sugeriu a manchete para o Brasil que acaba de abrir os olhos e ler somente as manchetes, nada de errado!!!
Quanto a mais este crime cometido por esta mídia criminosa e vagabunda, fica por isso mesmo? Fica o dito pelo não dito? Aonde vamos parar?
Confira:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u372586.shtml
Nem sei o que dizer desse artigo Miguel. Tem coisas que basta apenas um dizer.
Wilson Cunha Junior
Essa Cora Rónai se julga a dona da verdade e como escreve bem, consegue embutir num curto texto sofismas e outros recursos para induzir o leitor a falsas conclusões. Muito bem articulado seu comentário, e é bom constatar que a nova geração não está órfã de cabeças pensantes.
Essa Cora Rónai se julga a dona da verdade e como escreve bem, consegue embutir num curto texto sofismas e outros recursos para induzir o leitor a falsas conclusões. Muito bem articulado seu comentário, e é bom constatar que a nova geração não está órfã de cabeças pensantes.
Miguel,
Não te conheço pessoalmente e acho que isso tem pouca chance de acontecer, pois moramos em cidades diferentes, somos de gerações diferentes(tenho um filho com a tua idade)e talvez não tenhamos muitos interesses convergentes. Porém, sou um grande admirador do teu trabalho e dos teus escritos. Já afirmei outra vez que te incluo entre os melhores jornalistas do País e que os teus textos não devem nada aos publicados nos principais veículos da grande mídia. Sinto falta deles quando te permites algum "recesso". Só lamento que eles não consigam atingir um público mais numeroso, porque, na minha modesta opinião, a coerência e a capacidade de argumentação que eles transmitem poderiam ajudar muitas pessoas a refletirem melhor sobre o papel dos meios de comunicação, principalmente, no que diz respeito aos interesses defendidos por eles. Reconheço que minha opinião não deve ter muita importância, porque não sou jornalista, nem cientista político e não tenho pretensões de ser crítico literário, mas ficarei recompensado se ela servir ao menos como um incentivo para que continues fazendo o trabalho que fazes, porque acho que o País precisa de pessoas com a tua capacidade para confrontar a boçalidade dos "donos da verdade" e do poder. A não ser que o tenhas enviado ao jornal, considero pouco provável que a jornalista Cora Rónai tome conhecimento do teu comentário ao artigo dela, dê alguma atenção a ele e até que leitores da coluna acessem o teu blog, mas torço para que o poder da internete me desminta e que os hipócritas e mentirosos sejam desmacarados como foi a Eliane Catanhede, no caso do "alerta amarelo". Espero que tuas atividades permitam que continues fazendo o trabalho que fazes nesse blog, com maior freqüência.
Obs. Depois que reli meu comentário, fiquei preocupado com a possibilidade de algum leitor do blog considerar que eu estou sendo muito "babão", ou apenas puxando o teu saco, por isso, se preferir pode não publicar o comentário, mas faço questão de deixar registrada minha admiração.
Um grande abraço.
Dilson Renan de Souza
dilsonrenan@ig.com.br
Parabéns pelo artigo.
Puxou um pouquinho (de leve) para a lado do PT, mas o núcleo é muito bom.
São um bando de hipócritas, a soldo dos interesses econômicos e financeiros de ocasião, a fazer coro contra um determinado governo que não é santo, mais ao menos não lhes garante 100% de controle sobre a máquina.
Mais um(a) jornalista hipócrita desmascarada.
Vou procurar divulgar o seu blog.
Miguel
O que dizer sobre reu post?? Nada.
Pois tudo o que eu dissesse era pouco para a bela resposta a Cora.
Parabéns. Como é bom termos pessoas que escrevem com honestidade, como você, Azenha, Nassif, e outros. Lendo vocês me dá muita esperança num futuro com uma imprensa mais democrática.
Um grande abraço
Parabéns pelo postado.
Não sei dizer sé com agrado que descubro ver verdade o que sempre desconfiei, ou se com tristeza.
Mas esta mídia canalha tem que ser penalizada pela força da lei.
Abraços!
Miguel, uma obra prima. A Cora Ronai em toda sua mediocridade "Hay Globo soy a favor", jamais imaginaria que a partir de um texto dela, corriqueiramente, "anti- lulo-petismo", apenas seguindo o manual midiático de como se indignar contra as pessoas certas, alguém pudesse desnudar de uma forma tão definitiva a fragilidade do discurso moralista aparentemente descompromissado, mas absolutamente de acordo com interesses muito bem determinados.
Excelente análise Miguel! Não vou repetir o que todos aqui afirmaram e reconhecem - a sua capacidade crítica e lucidez para desmascarar esta imprensa do ´pensamento único´ anti Lula, anti PT. Parabéns. Estou sempre lendo o seu blog e vou divulgar este seu texto na minha lista.
Antonio Virgilio - Salvador Bahia
Pouca quantidade de comentários não significa poucos leitores.
Seu texto é tão bom que não fica faltando nada para comentar a não ser agradecer pela leitura fornecida.
Somente um comentário ao Paulo Santos: não subestime bons textos.Eles conseguem chegar a lugares inimagináveis.
Sara
Miguel, uma obra-prima! A Cora Rónai jamais imaginaria que um texto em que ela pensa estar dando uma palavra final à questão dos cartões, seria tão brilhantemente virado pelo avesso. Servindo para mostrar a diferença entre um pensamento analítico que se aprofunda na questão, e outro que usa e abusa de simplificações e lugares comuns para manter a discussão na superfície
Brilhante, Miguel!
Mauro Fernandes
Para vc Miguel. Obrigada por tudo que me acrescenta. Abraço.
"La lucha es contra el cinismo infame de la injusticia que cada minuto se comete en nombre de la democracia y de la sangre que corre por las esquinas pavimentadas del capitalismo.
La lucha es contra los oropeles de la guerra que tritura inocentes para refinar un barril de petróleo.
La lucha amigos es contra la carroña desquiciada del poder corrupto y criminal".
(Allan Mcdonald)
"...desencajado en una realidad cerril y desgraciada, en un mundo para gente hábil y fría con el corazón envuelto en rosas de plástico." (Allan Mcdonald) de Honduras ♥*♪
Cora Ronai deve entender de manter gato preso no apartamento e de trocar reportagens por viagens e celulares.
Note bem o conteúdo desse artigo dela e compare com os outros. A escrita é diferente, o modo de pensar é diferente.
Pareceu-me claro que ela foi "cavalgada" por alguém nesse artigo. Eis que hoje, vejo em seu blog uma resposta ao Luis Nassif onde ela coloca claramente que o diogo mainardi (escrevi em minúsculas mesmo)é seu amigo pessoal...
Outra frase lapidar: "sou contra processos contra jornalistas". Frase que dispensa comentários. Ela certamente se imagina intocável em um pedestal, junto de seus amigos mainardi, azevedo, kamel et al.
Cara, poxa, muito bom esse teu texto. Simplesmente esmerilhou o texto dela como ninguém.Pode parecer incrível, mas eu cheguei aqui no teu blog por um comentário no blog da Cora .O cara do comentário tinha falado bem do teu texto, e eu decidi vir aqui dar uma olhada. Agora teu blog virou parada certa!
Continue assim!
Até aqui pouco eu entrava para criticar a mídia de direita e apesar de ser freqüentador assíduo dos blogs e mídias alternativas que procuram contrapor o que a primeira publica, me interessava somente as matérias publicadas que utilizo como subsídios com muita frequência para defender o governo LULA, como eu defenderia qualquer governo que estivesse fazendo o que o LULA faz. Com esta minha mea-culpa, passarei a freqüentar mais sites reacionários e irei contrapô-los diretamente.
Faço referências a seu site que já está guardado nos meus favoritos, bem como uma dezena de outros que consulto quase diariamente, enxergar a má-fé do PSDB e do PFL e explicar isso aos meus conhecidos, tentando fazê-los usar do contraditório e do senso crítico trazendo-os para serem usuários da mídia alternativa, eis a minha missão.
Antonio
Serrinha-Ba
Sobre seu post "Desconstruindo Cora Rónai" quero dizer que assino embaixo. Perfeito!
A uniquinha ressalva, que acho até que foi por educação que você não foi mais fundo, é por malhar mais o termo que ela usou "esta corja", quando li, lembrei imediatamente do Jorge Bornhargen que disse que queria acabar com a raça petista. Ele são todos iguais, pensam igual, rosnam igual. Não admitem que o povo esteja no poder, eles devem estar doentes do fígado de tanto veneno que deve circular diariamente em seus organismos.
E quanto a esta Cora Ronai, antes só falava do mundo de informática, eu gostava de coluna dela, mas depois que o Lula ganhou, ela deixou cair a máscara, mostrou os dentes. A máxima dela foi quando publicou em sua coluna que era a favor do NÃO no plebiscito sobre o controle das armas, aí me desiludi definitivamente dela.
Caro, Miguel. O problema da Cora é que ela sempre foi FHCista doente e não se conforma com Lula no poder. Ela se acha poderosa por ser jornalista d'O Globo. Na verdade, ela não influencia a opinião de ninguém, apenas de meia dúzia de 3 ou 4 de seus leitores puxa-sacos do blog. Não devemos nem nos preocupar com isso.
abraços
Oi Miguel,
Estava com esse texto da Cora atravessado na garganta desde o dia que li no jornal. Aliás faz muito tempo que tenho a Cora atravessada. Essa frase "Hay gobierno, soy contra" me arrepia de nojo.
Hoje, procurando por um site dela, após ler a coluna de quinta-feira sobre os cartôes corporativos, em que Cora levanta a hipótese que o roubo dos notebooks da Petrobrás foram para desviar a atenção da CPI dos cartões ( o que prova que os pitblogs do PSDB são lidos por ela), encontrei esse texto seu.
Parabéns pela eloquência e contundência.
Perfeito!
Cora Ronai é assim:
- Hay gobierno, soy contra
- És de la Globo, soy a favor
- Hay presentes o viajes gratis, hay elogios en el jornal
:-) :-) :-)
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