"A eleição nós já perdemos, não podemos perder é o caráter". De Rodrigo Maia, presidente do DEM.
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A novela em torno da escolha do vice de José Serra ainda não acabou, mas já constitui um dos maiores vexames da história política contemporânea. Confiram abaixo algumas chamadas na imprensa de hoje. Volto em seguida.
Na capa do Globo:
No Panorama Político, do Globo:
Nunca se viu tanta incompetência. E não é possível atribuir culpa a outrem que não a José Serra. Não era ele o mais "experiente"? O mais preparado? Diante de tantos fiascos seguidos, alguém deveria perguntar a Ciro Gomes se ainda mantém sua opinião (motivada por um mesquinho espírito de rancor) sobre o "preparo" do candidato tucano.
Serra está conseguindo o que ninguém esperava. Ser ridicularizado por seus amigos na imprensa e odiado por seus próprios aliados. A razão é simples. Ele não respeita ninguém, não respeita nenhum compromisso. Suas decisões caem do céu qual mísseis, definitivas, explosivas, devastadoras. Numa hora ele tenta desarticular a candidatura de Gabeira aos 44 minutos do segundo tempo, num gesto vil, traiçoeiro, porque foi ele que persuadiu o verde a desistir de um emprego garantido no Congresso em troca da derrota quase certa para o poderosíssimo Sérgio Cabral.
E agora Serra deixa que o presidente do PTB, Roberto Jefferson, tão popular que foi cassado por seus pares no Congresso por acusar sem provas, opere como seu porta-voz, e anuncie o nome do vice através do Twitter. Resultado: seu aliado mais importante, o DEM, fica sabendo da decisão política mais importante das últimas semanas através da imprensa. E ainda é obrigado a ouvir lições de moral e ofensas de Jefferson.
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O que é mais ridículo, quase inacreditável, é que toda essa palhaçada pode resultar em nada. Ou seja, o PSDB pode recuar e desistir de lançar Álvaro Dias. Assim como recuou e desistiu de explodir o palanque de Gabeira o Rio. Caso isso aconteça, e não será surpresa, teremos um fiasco ainda mais contundente. Serra é tão dependente da mídia, que suas articulações políticas acontecem ao sabor de manchetes e notinhas plantadas.
Cúmulo da incompetência, o objetivo principal de Serra, ao escolher Álvaro Dias para vice, pode não se concretizar. Ciente da trapalhada tucana, o senador Osmar Dias, do PDT paranaense, não interrompeu seu flerte com o PT e pode ignorar o fato do irmão ser vice de Serra e aderir de vez à campanha de Dilma Rousseff. Até porque ele também está sendo prejudicado. Afinal, esperava-se que o PSDB tivesse o mínimo cuidado de obter prévia aprovação de seus dois únicos aliados, DEM e PPS, antes de bater o martelo sobre o melhor nome do vice.
Em caso de recuo, a escolha de Álvaro terá sido um fiasco triplo:
O que é mais ridículo, quase inacreditável, é que toda essa palhaçada pode resultar em nada. Ou seja, o PSDB pode recuar e desistir de lançar Álvaro Dias. Assim como recuou e desistiu de explodir o palanque de Gabeira o Rio. Caso isso aconteça, e não será surpresa, teremos um fiasco ainda mais contundente. Serra é tão dependente da mídia, que suas articulações políticas acontecem ao sabor de manchetes e notinhas plantadas.
Cúmulo da incompetência, o objetivo principal de Serra, ao escolher Álvaro Dias para vice, pode não se concretizar. Ciente da trapalhada tucana, o senador Osmar Dias, do PDT paranaense, não interrompeu seu flerte com o PT e pode ignorar o fato do irmão ser vice de Serra e aderir de vez à campanha de Dilma Rousseff. Até porque ele também está sendo prejudicado. Afinal, esperava-se que o PSDB tivesse o mínimo cuidado de obter prévia aprovação de seus dois únicos aliados, DEM e PPS, antes de bater o martelo sobre o melhor nome do vice.
Em caso de recuo, a escolha de Álvaro terá sido um fiasco triplo:
- Produziu dissidência entre seus aliados, pondo inclusive a aliança formal com o DEM em risco, o que teria o efeito de um tiro de fuzil no próprio pé, pois reduziria substancialmente o tempo de TV do candidato. E mesmo que a aliança formal não seja desfeita, o fato gerou descontentamento na militâcia demista, prejudicando o engajamento dos cabos eleitorais do DEM, partido bastante capilarizado no interior do país, na campanha de Serra.
- Não resolveu a situação do Paraná. Ao contrário, prejudicou Osmar Dias, um pedetista atucanado que sai chamuscado do episódio, com fama de oportunista, que escolhe seus aliados não por afinidade política mas por conveniência eleitoral. A exposição da chantagem dos irmãos Dias à Serra não ajudou ninguém. Afinal, Osmar Dias se aliará à Serra apenas porque seu irmão foi escolhido vice? Osmar é tão pequeno assim, a ponto de querer influenciar nos destinos do país e do mundo em virtude de um mediocre e egoísta cálculo familiar? Além disso, posicionar-se-á contra seu próprio partido, constrangendo seus militantes (se é que os tem)? E Álvaro também saiu mal na foto, por ter chantageado seu partido usando um eventual apoio de seu irmão como trunfo.
- A cúpula tucana conseguiu uma proeza: um festival de notícias negativas na mídia em plena campanha televisiva de seu partido e de seus aliados. Expôs ao mundo sua incompetência, falta de caráter e tibieza. Decisões que vão e voltam demonstram insegurança e falta de planejameto, características nada louváveis para quem almeja se tornar presidente da república.
Hoje era bom uma análise da coluna do Merval. Eu não li mas sei que de lá sai cheiro de tucano depenado.
Aí o link para a coluna do Merval, Adriano.
http://oleoclipping.blogspot.com/2010/06/2606-merval-pereira.html
Mas está fraca demais, sem novidade. E você foi preciso, exala um forte odor de tucano depenado. É um texto desanimado, mas como não podia deixar de ser, termina em tom quixotesco, vitorioso e esquizóide:
"Para quem não tinha vice nenhum, até que a confusão está de bom tamanho."
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