Bom dia, amigos! Ontem foi um dia cheio para o blogueiro, e não deu para postar nada. Mas pelo menos dormi cedo, dormi bem, e hoje acordo cheio de disposição para o batente. Ainda estou lendo os jornais de ontem, quarta-feira.
Reparem nesse gráfico publicado na coluna da urubóloga:
O segundo gráfico é autoexplicativo. Mostra o crescimento do poder aquisitivo do trabalhador brasileiro. O primeiro reflete a diferença entre o valor dos produtos exportados e os importados. A urubóloga (é injusto tratá-la assim hoje, já que ela deu o braço a torcer desta vez, mas é o costume) explica assim:
"(...) mostrando como base 100 o ano de 2006, fica claro que os termos de troca estão num ponto favorável, ou seja, o preço dos produtos brasileiros subiu muito em relação ao preço do que o país importa."
Este gráfico ajuda a derrubar a visão negativista das exportações brasileiras, segundo a qual o Brasil estaria apenas vendendo produtos primários e importando manufaturados. Esta interpretação embute um preconceito bobo contra determinados segmentos da economia brasileira. Não se deve botar tudo no mesmo balaio. O Brasil já está exportando anualmente mais de 10 bilhões de dólares em carnes, que é um produto primário, mas anos-luz do primarismo colonial do minério de ferro. A carne é vendida a preços elevados e após passar por sofisticados processos de industrialização, corte, congelamento, etc. Não acho que produzir carne seja mais fácil do que fazer brinquedinhos de plástico. José Serra, candidato do PSDB à presidência, tem feito, porém, pesadas críticas a um suposto processo de desindustrialização nacional. Seria melhor que parássemos de exportar carnes finas e passássemos a exportar guarda-chuvas de 1 dólar?
É inevitável, no contexto da globalização mundial, uma redistribuição das funções econômicas de cada país. Pode-se, naturalmente, influenciar este processo, mas o comércio internacional não é regido pela vontade doméstica, e sim pela demanda global. Se os chineses querem carne e soja, não adianta lhes oferecer guarda-chuvas.
As indústrias brasileiras devem se consolidar sobre os pilares do consumo doméstico e não da atividade exportadora, por força sempre instável. E estão se consolidando, o que é o primeiro passo para, no futuro, tornarem-se fornecedoras seguras para o mercado externo. Querer forçar a barra, através de medidas autoritárias sobre o câmbio, conforme defendem alguns economistas e o PSDB, numa espécie de neoliberalismo às avessas, significa interferir num processo delicado e poderoso. Economia tem semelhanças com a agricultura. Não adianta expor a planta 24 horas ao sol ou tacar dez vezes mais adubo que o necessário. As coisas crescem no seu devido tempo, e mesmo os tempos de seca servem a desígnios biológicos pré-determinados. A falta de chuva em agosto e setembro resseca as plantas e as prepara para uma floração mais uniforme e exuberante quando o céu começa a regá-las em outubro.
*
Em outros trechos de seu artigo, Miriam diz coisas que me deixaram perplexo. É ela mesmo? Será que um raio de sol pegou-a de jeito à tarde e, distraidamente, ela cometeu um deslize?
"(...) No Brasil, há motivos para otimismo.
Este ano o crescimento do Brasil está garantido. O país crescerá menos nos outros trimestres em relação ao primeiro, mas terminará com número exuberante. O ritmo do consumo e o nível da euforia não são garantias de vitória do governo nas eleições, mas, sem dúvida, vão ajudar a candidata governista. "
Tenho ainda outra explicação para a coluna de Miriam. Ela entregou a feitura a uma de suas assistentes. Cansada, foi descansar e deu carta branca para alguma mocinha bonita e feliz. Quando leu o jornal no dia seguinte, descabelou-se e mandou demitir a pobrecita.
E todavia a mocinha procurou satisfazer a chefe aplicando pinceladas de morbidez ao texto. O Brasil está bem, mas Europa e EUA vão se estrepar e conduzir o planeta inteiro à bancarrota. Pelo menos, rogou praga para o lado de lá. A gente ficou livre por um dia. O sol da quarta-feira brilhou mais forte e mais tranquilo.
17 de junho de 2010
Urubu dá o braço a torcer
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Hehehe, acho que, às vezes, ela faz concessões à verdade para, dentro de um certo raciocínio piguista, fazer parecer a mentira com um dos pólos de uma argumentação dialética. Mas é tudo farsa para soar imparcial. A mentira não é a antítese da verdade, é sua ausência.
Mas fiquei triste mesmo foi com a demissão da rapariga bonitinha. Que pena...mas, também, quem mandou ir trabalhar para a Madame Mim!
O gráfico mostra que são necessários cerca de 95 salários minimos para a compra de um veículo de R$25.000,00. No meu entender (com o mínimo em R$465,00, valor de 2009), seriam necessários 54 salários. Ou eu estou errado?
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