17 de setembro de 2010

Desvendando a baixaria

Depois de quase ter uma síncope nervosa ontem, devido à overdose de manipulações escroques que detectei na imprensa, e que não melhorou muito hoje depois de ler O Globo, finalmente consegui alinhavar as idéias:

  1. A mídia misturou denúncias completamente diferentes. É uma estratégia velha. 
  2. Uma coisa é a suspeita de nepotismo. Não nos esqueçamos, porém, que a lei é recente, tem apenas dois anos. E não se pode condenar Erenice sem ouvi-la, sem lhe dar direito à defesa. A filha de FHC trabalhava para o senador Heráclito Fortes sem ao menos frequentar o escritório deste, para ficar apenas em um exemplo. Não é questão de justificar um erro pelo outro, mas de apontar a hipocrisia e a indignação seletiva. 
  3. Outra coisa é a denúncia do tal ex-presidiário, uma verdadeira peça de ficção. E foi essa denúncia que derrubou Erenice. Os jornalões não tiveram nenhum escrúpulo em reproduzir as acusações de Rubnei Quícoli, que tinha notória intenção de interferir eleitoralmente. A Folha, outros jornais, e sobretudo o Jornal Nacional, conheciam o currículo de Quícoli, e mesmo assim deram cartaz ao bandido. As declarações de um bandidão serviram para dar liga e credibilidade a uma outra série de acusações também nebulosas e inconsistentes da revista Veja.
  4. O Jornal Nacional informou rapidamente e apenas ao final da edição de quinta-feira sobre a ficha criminal de Rubnei Quícoli, e não pelo próprio jornal - a informação quebrada e incompleta veio embutida na defesa resumida do presidente do PT, ou seja, da parte pretensamente envolvida. 
  5. Só hoje, sexta-feira, depois de causar prejuízo irreparável à campanha de Dilma Rousseff, o Jornal Nacional deu destaque à ficha criminal de Quícoli. Todo mundo que assistiu o JN ontem e hoje, que é sexta-feira, dia de happy hour, não assistiu, ficará com os depoimentos de Quícoli na cabeça. E mesmo assim, mesmo revelando a ficha de Quícoli, o JN aprontou uma outra: o repórter declarou que, apesar do passado de Quícoli, a Casa Civil o recebeu, como se fosse possível a funcionários subalternos do governo conhecer o histórico de cada pessoa com quem conversam.
  6. Essa foi a cachorrada. Usar Quícoli para derrubar uma ministra. O nome disso é... baixaria. 
Essa baixaria veio na forma de um ataque surpresa, maciço e devastador. Editoriais, colunas, fotos, gráficos, infográficos, tudo junto com o objetivo de criar uma imagem negativa de Erenice Guerra. Ancelmo Góes chegou a publicar, no dia 14, uma notinha nojenta, mesclando Erenice com nomes envolvidos em crimes graves:


O mais nojento dessa pérola de preconceito de Ancelmo é usar nomes ligados a crimes ocorridos durante o governo FHC. Os Vedoin, por exemplo, ligados à máfia das ambulâncias, agiram durante a gestão de Serra no ministério da Saúde. Aliás, eles acusaram Serra de envolvimento. 


Enfim, teremos duas semanas terrivelmente tensas. Neste sábado, vou para roça, para o sítio do meu irmão. Volto a postar somente no domingo.

6 comentarios

Anônimo disse...

Miguel,
também é significativo o sumiço repentino da questão do sigilo. Oras, não interessava mais esse factóide porque ele não arranhou a campanha da Dilma, então partiram para outro.
Veja o artigo da Carta Maior:
http://lotusegipcio.blogspot.com/2010/09/o-caso-do-sigilo-fiscal-e-o-bebe-diabo.html

Carlos disse...

Pior é que o Ancelmo, pelo jeito tinha pais analfas, porque a grafia correta do nome é ANSELMO,,,

Anônimo disse...

Enquanto lia alguns posts e tomava contato com a sanha furiosa da grande mídia pretendendo atingir a candidatura Dilma, me via tomado de uma desagradável sensação de impotência e desalento. Será que que esses golpistas históricos conseguirão uma vez mais atingir seus intentos mal disfarçados e inconfessáveis ? Todavia, ao tomar conhecimento da manifestação direta do Presidente Lula contra essa corja no comício de Campinas, recobrei o alento. É imperioso que o Presidente Lula os enfrente com muito vigor e acione para isso a imensa força que o sustenta. Quanto mais desabridas são as investidas midiáticas contra a candidatura Dilma e contra o futuro governo dela, mais vigorosa tem que ser a reação capitaneada pelo Presidente, agora no cargo, e depois como guardião das conquistas obtidas. De outro modo, se não o fizer, é certo que prevalecerão as forças contrárias ao progresso social e pró manutenção dos privilégios, que sempre mostraram ousadia e falta de escrúpulos ao longo da história. É preciso que estejamos muito alertas. O Presidente Lula deve ser muito vigoroso e destemido. E não vacilar em acionar a imensa força política e social que dispõe. Carlos Marques

Anônimo disse...

Ao Anônimo das 8:47 PM

O que vc quer dizer quando propõe que o lulla (explicando: escrevo o nome do lulla em minúsculas pq não o respeito como político nem como ser humano, e como dois LL como forma de lembrar que o lulla é parceiro do collor de mello) deva ser vigoroso e destemido e acionar a imensa força política e social que dispõe ?

Por acaso vc está propondo que o lulla amordaçe a imprensa por meios políticos ? Que é isso ? Uma proposta de facismo de esquerda ?

Tenho lido muitas m..... nesses tempos de campanha, a sua m..... é a campeã em fedor.

Acorde anônimo, o Brasil é maior que o lulla, a imprensa não tem feito nada mais nada menos que sua obrigação. Denunciar as maracutaias,as safadezas, sejam elas oriundas de figuras do PSDB, do PMDM, do DEM e de outros partidos. Inclusive do pt. Até porque os petralhas se diziam contra toda essa lama. Hoje vemos que eles chafurdam com mais vigor.

Salve a imprensa livre.
Salve os políticos honestos (que são poucos)
Salve os partidos politicos interessados no bem da nação Brasil.
Salve os donos de blogs que aceitam oposição

Reginaldo Gadelha

Paulo Santos disse...

Todo mundo já percebeu, há bastante tempo, que é sempre a inominável que 'descobre' todos os podres da república. Numa só capa, ela investiga, denuncia,

julga, apresenta as provas e condena. Então pra que precisamos da Polícia, do Ministério Público e do Judiciário? A inominável é muito mais célere, eficaz e,

principalmente, econômica. Sendo assim, sugiro iniciarmos uma campanha:

- Abaixo o Judiciário, viva a veja!

No twiter, poderia ser: #downJudiciarioUpVeja

Anônimo disse...

Seria muito bom fazer o ato na frente do Club Militar e depois se dirigir para o Cinema Odeon onde o idiotar Jabor estará apresentando seu novo filme. Que tal? Ato conjunto:)

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