24 de setembro de 2010

O que pensa a sra.Sandra Cureau?

Estou realmente pasmo com esta senhora Sandra Cureau, vice-procuradora eleitoral da República. Agora ela revelou-se não apenas uma pessoa com baixíssimo senso de equidade, como também não possuir nenhuma cultura. Como pode ela não perceber que existe um forte desequilíbrio no universo das revistas brasileiras, quase todas comprometidas com ideários conservadores e, portanto, com posturas duramente (às vezes histericamente) críticas aos principais eixos ideológicos do governo Lula e de sua candidata? Nem falo apenas das revistas de variedades mais conhecidas (Veja, Istoé, Época), mas de todo o universo de publicações semanais/mensais/trimestrais. Da Rolling Stones à Piauí, da Caras à Playboy, encontra-se invariavelmente um perfil editorial perfeitamente sintonizado entre si. Parecem todos frequentar os mesmos coquetéis. A Carta Capital, juntamente com outras duas ou três revistas de baixa circulação, integra um grupelho diminuto nesse enorme coro dos (des)contentes.

Considero, portanto, ignorância crassa a postura da sra.Cureau. Se ela leu algum livro que prestasse, não o assimilou. Falta-lhe totalmente a sensibilidade exigida para o cargo. Ela age como um gorila furioso entrando numa lojinha de porcelanas chinesas. Sem noção.

Assim como fez meses atrás, quando desandou a dar entrevistas diárias à grande imprensa, a senhora Cureau faz exatamente aquilo que ela teria obrigação de combater: desequilibra o processo eleitoral e converte a si mesma numa peça política em favor de um candidato.

Pior que isso, usa o seu cargo, público, para ferir a liberdade de imprensa no Brasil, danificando a democracia, além de causar um intolerável prejuízo moral (e portanto econômico) a uma das revistas mais idôneas do país, em benefício de suas concorrentes.

Eu, como cidadão brasileiro, protesto veementemente contra a injustiça praticada pela senhora Cureau, e se tivesse ferramentas jurídicas a meu alcance, eu entraria com uma ação contra ela por: 1) prejudicar o equilíbrio do processo eleitoral, ao transformar-se, mesmo que sonsamente, em ativo político dos adversários da candidata da situação; 2) por atentar contra a liberdade de imprensa no Brasil, ao abusar de sua autoridade para constranger uma revista de reputação ilibada e fundamental para trazer um mínimo de pluralidade ideológica ao universo editorial do país; 3) por ofender moralmente uma empresa privada, prejudicando-a economicamente, num mercado agressivamente competitivo como é o das revistas semanais.

A senhora Sandra Cureau é irresponsável, injusta, insensível e truculenta. Não merece, de forma alguma, exercer a função que lhe foi outorgada. A democracia brasileira não estará segura enquanto depender das arbitrariedades de pessoas incompetentes e desequilibradas como esta senhora.

9 comentarios

Anônimo disse...

esta senhora tirou a máscara ao ser solicitada por Kennedy Alencar a definir com uma palavra FHC (disse Estadista) e Lula (disse carismático)

Anônimo disse...

Algo bastante sério que ocorre no Brasil é o perfil do Ministério Público e dos Juízes, pois a grande maioria tem origem na famigerada classe média conservadora e raivosa. Raríssimo vermos alguém progressista nesse meio. No futuro, o País terá que repensar o modelo do concurso público para esses cargos, embora eficiente do ponto de vista de selecionar aqueles com maior conhecimento técnico, ou para alguns, simplesmente maior capacidade de memorização, cria um perfil muito homogênio no judiciário. A solução virá na forma da eleição de seus membros, como ocorre em alguns países. A seleção via eleição, acredito,criará um perfil mais heterogêneo no judiciário.

Miguel do Rosário disse...

boa, anonimo. concordo. esse pessoal pensa da mesma forma e isso gera uma homogeneidade pouco democrática.

Anônimo disse...

hauiahiauhaiuhaiuahiuahauihauiha, que isso, os vagabundos defendendo a democracia? hauihaiuhai

Miguel do Rosário disse...

entrou uma hiena no blog

Anônimo disse...

Compactuo plenamente com o teu protesto. Mas não me surpreende o posicionamento da digníssima vice-procuradora. Claro que é inadimisível que um cargo com tamanha relevância esteja contaminado ideológicamente. Mas diga um, apenas um, que não esteja.

Anônimo disse...

salve, miguel,

tenho pra mim que a carta capital tem bala na agulha pra seguir sua sugestão de ação jurídica.

no mais, claro que foi um avanço sem tamanho a universalição do concurso público no judiciário.
o viéis, creio, e só a iniciativa do executivo e do legislativo mudará, é que criou-se a figura do técnico operador do direito em detrimento do cidadão responsável como funcionário público pela aplicação da justiça.

carlos anselmo-fort-ce

ps: anônimos ... ah, como são corajosos digitando nos teclados. na vida real não são de nada, pois covardes. eheheheheh

Carlos Augusto disse...

Ja dei meu voto de protesto : assinei Carta! Deixei de comprar nas bancas de revista e assinei por 1 ano. Devia haver campanha de assinatura dessa excelente revista: ajude a liberdade de imprensa, assine Carta Capital! Ler Mino Carta é maravilhoso. Escutar falar da procuradora é uma tortura!

Anônimo disse...

Esquenta não, Miguel; depois do sacode que o Mino deu nela, acho que a pamonha agora desanda! Abraços! Wladimir - Sorocaba - SP

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