Lula fez um discurso na Rússia e citou a invasão soviética ao Afeganistão. É um tema delicado, doloroso para os russos, mas Lula o mencionou para fazer uma crítica à invasão americana. Foi deliberado. Estava dentro do objetivo maior desse novo périplo de Lula pelo mundo que é promover a paz mundial.
Com esse trecho, vocês poderão entender o que aconteceu:
"Eu passei parte da minha juventude sendo contra a invasão do Afeganistão pela Rússia. Agora, quero paz no Afeganistão também", disse o presidente, puxando o braço de Medvedev, que pareceu surpreso.
Jornalistas russos que presenciaram a entrevista, porém, disseram que mal entenderam a declaração, devido à má qualidade da tradução simultânea.
A confusão dos russos aumentou quando Lula disse que uma solução para o conflito no Afeganistão poderia incluir um projeto da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para a produção de alimentos no país asiático.
Medvedev começou a demonstrar impaciência. Quando Lula voltou a falar do Irã, o russo o interrompeu.
"Eu e o presidente Lula concordamos em conversar por telefone depois [da visita ao Irã]", disse Medvedev, encerrando abruptamente a entrevista.
Atentem bem no trecho a seguir, da mesma reportagem:
Jornalistas russos consultados pela Folha contaram ter ficado surpresos com a menção à fracassada presença soviética no Afeganistão, em apoio ao governo marxista contra rebeldes muçulmanos. Mas ficaram em dúvida sobre qualificar o comentário de gafe.
E agora, preparem-se. Vejam o carnaval ridículo que a Folha fez em cima disso:
A coisa é mais rídicula ainda porque, reparem bem, a suposta "gafe" não foi bem sucedida. A manchete poderia ser assim:
Que merda! Tradutor russo impede que a discurso de Lula seja um fiasco!
*
A diversão não pára aí. Lula e Medvedev tiveram uma conserva pública sobre o Irã. Em dado momento, Lula disse, sorridente e bonachão como ele é, que estava muito otimista que conseguirá chegar a uma solução pacífica para a questão. Numa escala de 1 a 10, acho que as chances de um acordo nuclear com o Irã sejam de 9,9, disse Lula.
Medvedev preferiu ser mais comedido, e falou em 30%. Uma conversa normal. Qual foi o título garrafal da matéria que abre o caderno Mundo?
Se Lula continuasse mais tempo no Kremlim, o repórter da Folha provavelmente diria que "Por culpa de Lula, Rússia ameaça lançar bombas atômicas sobre São Paulo". E isso ao mesmo tempo em que as principais publicações russas elegessem Lula o "homem do ano".
Rapaz, só quem acredita na Folha é o Juan Arias do El País.
gafe mesmo é invadir país dos outros e matar milhares de inocentes.Lula é espontãneo tal qual uma criança.
Postar um comentário