31 de agosto de 2010

Clipping de Terça

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Merval Pereira "senta na cadeira". Na ânsia de lançar um pouco de bálsamo sobre as mordidas que Lula deu na oposição nas últimas semanas, o colunista exagera no otimismo quanto aos resultados eleitorais da oposição. Mas achei válido, por uma questão terapêutica. Não é saudável botar a oposição contra a parede e tirar-lhe toda esperança, porque isso pode jogá-la no banditismo político, prejudicando a estabilidade democrática nacional.

E por falar em sentar na cadeira, o assunto rendeu mídia positiva para Dilma, que está se mostrando bastante hábil em se esquivar de bombardeios tucanos através de contra-ataques inteligentes.

(O Globo, 30/08)

O "jênio" tentou lançar uma pedrinha nas costas da Dilma, mas a pedra acabou caindo em sua própria cabeça. A troco de que Serra falou em "sentar na cadeira"? Pareceu um anão chamando outro de baixinho. Dilma respondeu com bom humor mas de maneira fulminante, porque aproveitou para associar Serra a seu mentor, FHC, um político com o dom mágico de arrastar qualquer político para o fundo do poço.

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Malucos missivistas em polvorosa

Outro dia li uma frase do Drummond: "Quem gosta de escrever cartas para os jornais não deve ter namorada". Bobeira, claro, mas com um fundo de verdade, pelo menos para um tipo de leitor. Abaixo, há duas cartas publicadas na edição impressa do Globo, uma logo acima da outra. Qual das duas se encaixa no perfil descrito pelo poeta?


Recado para Marisa Dezouzart: você tá vivendo em outro mundo.

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Antes dessa nova estratégia do Serra, de "colar" em Anastasia, eu acreditava que a eleição em Minas havia se inclinado definitivamente em favor do PSDB. Agora, sei não. Acho que Serra vai conseguir a proeza de paralisar o processo de virada tucana em Minas e revertê-lo numa onda pró-Hélio Costa. Mas eu tô brincando. Continuo achando que Anastasia ganha, em função da popularidade titânica de Aécio Neves em Minas Gerais. Mas se o vampiro insistir demais em Minas, sabe-se lá o que pode acontecer.

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Esta é outra notícia que gostaria de comentar. Bem na hora em que Serra se postou diante do "impostômetro" para ser fotografado no momento em que ele atingiria a marca de 800 bilhões de reais, o mecanismo sai do ar. Guilherme Afif, candidato a vice-governador de São Paulo, disse que havia "suspeita de ação de hackers", mas evitou responsabilizar o PT. Bem, se foram hackers que fizeram isso, eu gostaria de parabenizá-los efusivamente, porque não existe nada mais despolitizante, antinacionalista e idiota (ou "indiota") do que esse "impostômetro". Só mesmo o sem-noção do Serra para posar ao lado dessa coisa. Até entendo que um empresário tenha interesse em divulgar o impostômetro, mas um homem de Estado? Um político até pouco conhecido como "desenvolvimentista"? Esse impostômetro produz uma crítica política altamente nociva e mesquinha, porque o problema dos impostos não é o valor alcançando pela receita tributária total. O problema - e penso no ponto-de-vista dos empresários e das classes médias e altas - é a carga tributária. Que o governo arrecade mais deveria ser visto como algo positivo, porque é sinal de que o país está crescendo e que o Estado terá mais dinheiro para investir em educação, saúde, pesquisa, etc. O problema do imposto é o peso percentual no orçamento de uma empresa e a sua distribuição injusta e desorganizada entre os diferentes agentes sociais. Quanto mais o pais cresce, maior a arrecadação, ao mesmo tempo que se abre espaço para redução da carga tributária. Mas daí a protestar que o Estado brasileiro arrecade mais, é de uma estupidez somente possível num político que, pelo visto, está totalmente destrambelhado.

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Os tucanos e a mídia se acham os paladinos da democracia, mas não parecem entender que acusar sem prova é uma atitude antidemocrática. Uma das maiores conquistas do estado de direito é o respeito à inocência do cidadão e das instituições até prova em contário, sendo que o ônus da prova pertence ao acusador. A repercussão sobre quebra do sigilo de membros do PSDB exalou cheiro pútrido de golpe hondurenho. Serra, de maneira leviana e desesperada, acusou a campanha de sua adversária mesmo não dispondo de nenhuma prova para sustentar suas aleivosias. Além do mais, é burrice do ponto-de-vista estritamente político, porque joga todos os holofotes sobre Dilma, que, ao conseguir se defender satisfatoriamente, ganha a simpatia da sociedade. Está acontecendo isso agora.

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A bala nem de latão era, pelo jeito, mas de festim mesmo. Hoje os jornalões nem mais repercutem as acusações de Serra contra a campanha de Dilma, talvez com medo de prejudicar ainda mais o tucano. Serra também, ao que parece, depois de ser processado várias vezes, parece ter tomado juízo. Somente o fim-de-linha Eduardo Jorge continua chiando. Dora Kramer segura a tocha olímpica hoje, mas sem conseguir ir muito longe. Desse jeito, a tocha apaga ainda esta semana.

Entrevista de Dilma Rousseff para o Jornal da Globo

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Assista você mesmo e tire suas conclusões. Hoje tem Serra. Estou doido pra ver o tucano encarar William Waack, o vampiro contra o lobisomem.

Minha opinião é que Dilma revelou-se bem mais à vontade do que na entrevista que deu para William Bonner e Fátima Bernardes, do Jornal Nacional, talvez porque Waack não tenha se descontrolado como Bonner. O tempo era maior também: 20 minutos. Na entrevista para o JN, a petista exagerou às vezes no entusiasmo com que olhava para a câmera. Desta vez, porém, dosou bem os olhares, encarando os repórteres e olhando para a câmera na hora certa, com serenidade.

As perguntas foram difíceis. Como de praxe, a imprensa não facilita a vida de nenhum político da esquerda, o que é otimo. As entrevistas ganham um dinamismo parecido ao de uma batalha e, portanto, são muito mais emocionantes. Quando se trata de Serra, os repórteres, sem querer constrangê-lo com perguntas embaraçosas, acabam gerando um momento mais apático, prejudicando o impacto emocional da entrevista. Enfrentando repórteres incômodos, Dilma sempre termina as entrevistas com aura de heroína que superou um desafio, enquanto os entreveros com Serra transmitem ao público a sensação de serem "arranjados", não produzindo, portanto, carisma para o tucano. Refiro-me especificamente ao caso das entrevistas para o Jornal Nacional.

É a velha e linda dialética da natureza. O aço mais curtido se torna mais puro e mais forte. Os políticos de esquerda, ao enfrentarem constantemente um ambiente áspero e crítico, desenvolvem-se emocionalmente. Os tucanos, por sua vez, mimados pela mídia, infantilizam-se, desvirilizam-se, debilitam-se, vide os chiliques vergonhosos de Serra a cada vez que um repórter lhe faz uma indagação mais complicada. Ele não percebe que são as perguntas mais notoriamente "oposicionistas" as que mais valem pontos no emocional do espectador e, sobretudo, do eleitor - tanto o indeciso como o que tende para o candidato adversário. Uma pergunta "difícil", inclusive aquelas feitas deliberadamente para detonar o entrevistado (como foi o caso hoje com Dilma), é, quando bem respondida, a que mais rende votos. Soubesse disso (e não é preciso aprender em Yale; basta usar o bom senso), Serra talvez não tivesse cometido tantas violências estúpidas contra jornalista e contra si próprio.

A novidade desta entrevista é que Dilma partiu para o ataque. Com leveza, elegância, mas com munição de verdade. Ela lembrou que foram vazadas as dívidas de parlamentares com o Banco do Brasil durante os debates em torno da emenda para a reeleição. Eu não lembrava disso! Mais uma prova de que o verdadeiro mensalão foi a reeleição. Martelarei esse tema incansavelmente. O governo Lula não tinha porque "comprar" deputados durante seus primeiros anos de governo. Para votar o quê? A reforma da Previdência? Uma reforma que até hoje nem foi inteiramente regulamentada? Ou seja, não tem sentido. Já o governo FHC tinha um motivo fortíssimo para subornar deputados: precisava de votos para aprovar a reeleição e estender o mandato de Fernandinho por mais quatro anos.

Eu considero que é absolutamente injustificável que uma pessoa acuse outra sem apresentar provas. Nós temos pedido sistematicamente que apresente provas. Aliás, se essa situação for colocada dessa forma, eu queria dizer uma coisa: o partido do candidato meu adversário tem uma trajetória de vazamentos e grampos absolutamente expressiva. Por exemplo, vazamento das dívidas dos deputados federais com o Banco do Brasil nas vésperas da votação da emenda da reeleição. Os grampos que existiram no BNDES e também os grampos feitos juntos ao próprio gabinete, o secretário da Presidência da República. Eu jamais usei esses episódios pra tornar o meu adversário suspeito de qualquer coisa porque eu não acho correto.

Outra coisa que é preciso reiterar: FHC impôs restrições ao humor em época eleitoral, através da lei assinada pelo presidente da república em 1997, como parte do esforço para blindar o governo e ganhar as eleições em 1998. Esses humoristas de direita como Marcelo Madureira nunca falam disso. As críticas à lei anti-humor (que caiu há pouco por iniciativa de Ayres Brito) vem deliberadamente confundindo a opinião pública quanto a esse ponto, que é naturalmente fundamental: quem a criou e quem a assinou.

Portanto, se existiu um "chavismo" no Brasil (no sentido pejorativo pelo qual a mídia o entende, e não o chavismo real), ele foi uma realidade durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

30 de agosto de 2010

83% dos eleitores de Dilma estão "totalmente decididos"

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... e somente 74% dos eleitores de Serra dizem o mesmo. Vai ser difícil ter virada desse jeito...

Amigos, vou investir nesse post aqui, colar alguns trechos do relatório completo do Datafolha, divulgado hoje. Hum, acabei sem tempo ou esquecendo isso... Fá-lo-ei nesta terça-feira, ok?

Isso é que é virada!

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É o seguinte, o site Serra45.com.br voltou ao ar com uma mensagem bombástica: "É hora da virada."


Quem primeiro falou em virada foi o Índio, o que me inspirou, lá no Twitter, uma das minhas piadinhas sem graça e preconceituosas:


Sei que piadinhas sobre o Indio já cansaram, mas eu não consigo resistir. Não entendo como Serra pode ter sido tão burro, tão burro, a ponto de chamar um estrupício como esse Índio para vice.

Prezado Índio,  vou citar Serra agora, então preste bem atenção:

"Vou dizer uma coisa: isso é muito importante".

Não é uma frase genial? O Serra que disse ontem em seu programa eleitoral. E o mais legal é que ele a pronunciou devagar, pausadamente, enfatizando cada sílaba e com uma expressão de sabedoria estampada no rosto. Ah, acho que estou ficando implicante demais... Mas pelo menos não estou sozinho. O analista de expressão facial contratado pela Folha, David Matsumoto, também está implicando com Serra: veja meus comentários no Twitter sobre o assunto:


Falemos sério, agora. O Datafolha publicou os últimos relatórios em seu site. Estou mergulhado nos números, analisando tudo, e fiz um gráfico com base nas intenções de voto junto aos eleitores mais jovens (16 a 24 anos), porque me deparei com uma virada (ESTA SIM, ÍNDIO!) es-pe-ta-cular!


Abaixo, um pedaço da tabela original:


Como diria a operadora de telemarketing, estarei publicando análises, gráficos e tabelas, com números dos últimos relatórios do Datafolha, lá no Óleo Premium (só para assinantes da Carta Diária).

Clipping de Segunda

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Vladimir Safatle esculacha paranóia antichavista do conservadorismo e diz que plebiscito é bom e amplia a democracia.

Depois de vários anos posando de nova direita, Fernando de Barros e Silva ganha carta branca para criticar tucanato. Só ele pode. Quando nós fazemos isso, somos "blogueiros sujos". Em sua coluna de hoje, põe em dúvida a competência de Marília Gabriela. Não sei não. Achei deselegante e ofensivo. Marília Gabriela faz propaganda na TV? Silva defende que o jornalista viva apenas do salário de um patrão só. A independência de Gabriela, ganhando dinheiro de várias fontes, o incomoda.

Mesmo que Anastasia ganhe em Minas, o cenário é tranquilo para Dilma, diz colunista da Folha.

Fim de linha, tucanos apelam para Indio como salvação (na coluna da Monica Bergamo de hoje na Folha):

UM ÍNDIO DESCERÁ
Em meio aos esforços do PSDB para estimular a militância nos Estados, o deputado Walter Feldman (PSDB-SP), candidato à reeleição, promete a presença de Índio da Costa (DEM), candidato a vice-presidente na chapa de José Serra, na reunião semanal de sua campanha, hoje, no teatro Bibi Ferreira.

TV colombiana entrevista Celso Amorim

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Parte 1



Parte 2



Parte 3



(via Twitter @criteriodefalha).

Noblat segura a tocha olímpica

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Bem, o golpe ainda não acabou. Pelo jeito, diariamente, até o dia das eleições, um herói do PIG conduzirá a tocha olímpica do PSDB. Ontem Dora Kramer e Gilmar Mendes (que é praticamente um colunista de jornal, de tão previsível e midiático que ele é). Hoje é Ricardo Noblat. Enquanto o salário for pago em dia, é preciso mostrar serviço. O texto é ameaçador. Mas num ponto ele tem razão: onde está o livro do Amaury Jr? Se anunciou, tem que ir até o fim! Era palhaçada? Ou estão com medo?

O poeta russo já dizia:

Come ananás mastiga perdiz, seu dia está próximo.

29 de agosto de 2010

O que a oposição faria durante a crise se estivesse no poder?

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(Via Esquerdopata).

Globo recua do golpe

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A edição do Globo deste domingo ignora solenemente as acusações de Serra ao PT, já respondidas sob a forma de representação criminal por injúria e difamação. A bala de prata revelou-se de latão vagabundo. O PSDB até agora sequer concretizou a promessa de acionar o PT no Ministério Público por crime de abuso de poder político. Como não tem provas, deve estar com vergonha de aparecer portando apenas algumas matérias de jornal. Provavelmente, espera para ver se "sai mais coisa na mídia" que possa ajudá-lo a ir adiante.

No Estadão, temos somente um textinho meiaboca, partidário (e já derrotista e resignado) de Dora Kramer, reverberando o lacerdismo tolo dos tucanos depenados.

Na Folha, há uma entrevista com Mendes em que ele, bem a seu estilo, faz préjulgamentos pesadíssimos, sempre de forma negativa para o PT. Deixou bem claro, portanto, que se tiver um golpe, podem contar com ele.

*

Interessante essa entrevista com Luiz Gonzalez, marketeiro do Serra, que recusa qualquer culpa no cartório pela derrota humilhante que se delineia para seu cliente.

Histeria da Folha contra uma assembléia constituinte. Diz que "é perigosa" diante do chavismo ditatorial que se avizinha com a vitória de Dilma Rousseff.

Aloysio Nunes Ferreira subiu 4 pontinhos na disputa pelo Senado, de 5% para 9%, permanecendo ainda na lanterna da disputa, mas foi o suficiente para Clovis Rossi escrever uma gloriosa apologia em favor de Fernando Henrique Cardoso, porque Ferreira teve a coragem de se mostrar junto com o ex-presidente na TV. Tá bom. A maior frustração desses caras é a "incompreensão" do povo brasileiro em relação a FHC. Ninguém fala que esse cretino mudou a Constituição para se reeleger, sem consultar o povo (como fez Chávez e Morales), segurou o câmbio artificialmente, o que foi um golpe econômico usado eleitoralmente, proibiu o humor (a partir de 1997) para não ter sua imagem desgastada em época de eleição. Submeteu o país ao FMI. Aumentou a dívida pública interna e externa - com o agravante de acoplar a externa ao dólar, aumentando nossa vulnerabilidade à qualquer oscilação dos mercados internacionais. Vendeu a Vale por um centésimo do que a empresa vale hoje, patrocinou uma privatização irresponsável e mau feita da telefonia e por pouco não entrega a Petrobrás em mãos do capital estrangeiro.

Eliane Cantanhede lança confetes reginoduartinos sobre seus leitores. Um texto para repercutir suavemente pelas rodinhas da elite burra.

Datafolha: eleitor já vê Dilma como mais preparada. Serra é candidato dos ricos.

Mauro Paulino, diretor do Datafolha, chegou à conclusão que o poste tem luz própria.

Folha descobre que Dilma teve lojinha de bugigangas por 17 meses, nos anos 90.

O napoleãozinho de hospício (tem vários, eu sei, refiro-me ao principal), sem muita coragem de assumir suas próprias acusações, agora se pendura em frases de Marina:

"O governo usa a máquina para invadir a vida íntima de qualquer brasileiro. Como disse a Marina Silva [candidata à Presidência pelo PV], se estão fazendo isso na campanha, imagine como será depois da eleição", afirmou Serra.

Dilma, a magnânima, afirma que não será cruel com Serra após vitória. Ao contrário, lhe estenderá a mão.

Janio de Freitas lembra quem foram os tucanos hoje na berlinda por causa de seus sigilos quebrados.

28 de agosto de 2010

Programa eleitoral dos principais candidatos (noite 28/08/2010)

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Serra


Serra Presidente - Programa de 28/08 (noite) from Jose Serra on Vimeo.

Comentários sobre o programa de Serra

1) Mentiroso contumaz. Diz que criou o FAT. Não foi ele quem criou. Diz que criou Bolsa Família, não foi ele.

2) Só fala em mutirão da Saúde, uma solução emergencial, não estruturante. Ridículo pensar em mutirão (o termo já diz tudo) como salvação. Tem que construir hospital, contratar médico e investir em pesquisa. Pode-se até falar em mutirão, mas enfatizando que se trata de uma medida de emergência e prometendo investir em infra-estrutura hospitalar e valorizando os profissionais do setor, e não fazendo como Serra, tratando o mutirão como o suprassumo das políticas públicas de saúde.

3) Projeto de casas populares é absurdamente anacrônico, naquele estilo fascista de um bairro só de casas iguais, criando bairros-favelas estigmatizados, tipo bairro de pobre. Programa habitacional tem que dar dinheiro para o pobre construir a casa do jeito que ele gosta, com a arquitetura que ele desejar, onde ele desejar, com o número de quartos e as características que ele desejar. Esse é um ponto que eu, leigo, já li em diversos lugares. O ideal, por exemplo, é permitir que o pobre tenha uma hortinha ao redor da casa, o que o ajudaria a melhorar sua alimentação. Serra se mostra absurdamente atrasado na questão das moradias populares.

4) Já está falando mais na Dilma do que no Serra. Com isso, espicaça a curiosidade do povo sobre Dilma e a ajuda a ganhar votos. Obrigado, Serra.

5) Insiste que ele fez o Bolsa Família, que é o Bolsa Alimentação apenas com nome diferente. Não fala que Bolsa Alimentação devia representar 1% do que é o Bolsa Família hoje.

6) Coisa mais imbecil. Autoelogia a iniciativa demagógica de mandar gravar o nome em pedra dos operários que trabalharam no Rodoanel. Em vez de dar prêmio em dinheiro, em financiamentos para casa própria, laptops ou banda larga para suas famílias, grava nome em pedra! Grande conquista do trabalhador paulista, ter seu nome gravado na merda de uma pedra!

7) Insiste que as pessoas sabem quem ele é, tentando se comparar à Dilma DESCONHECIDA. Outro argumento idiota (ou melhor, "indiota") porque Fernandinho Beira Mar também é muito conhecido. Justamente por te conhecer, Serra, é que sua rejeição já empatou com suas intenções de voto (27%), sendo a maior rejeição registrada entre os candidatos. O povo te conhece, e não te compra!

8) Frases de "jênio": "Uma coisa eu digo a você: isso é muito importante!". O Serra só sabe falar essas frases bestas, redundantes, vazias. Por fim compara ser presidente do Brasil a bater um pênalti: "Não dá para chutar com o pé do outro". Das metáforas futebolísticas, essa é a mais pobre e tolinha que já vi.


Dilma



Marina



Plinio

Homenagem ao Encontro dos Blogueiros

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Outros blogs

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Confiram os links abaixo e os sugeridos nos comentários.

Castor Filho - http://redecastorphoto.blogspot.com/
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Olhos do Sertão - http://olhosdosertao.blogspot.com/
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007 Bonde Blog - http://007bondeblog.blogspot.com/

Serra tenta a última cartada: o golpe

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É um jogo de cartas marcadas e nem podemos alegar surpresa. José Serra, sem esperança de vitória, partiu para o golpe. Merval Pereira, pra variar, é um dos primeiros a aderir. Vamos ver agora se os advogados de Dilma valem a fortuna que ela gastou com eles.

Enquanto o tucano apela para o tapetão, Dilma sobe nas pesquisas e atinge 59% das intenções de voto, considerando apenas os válidos, chegando perto portanto daquela que pode vir a ser a maior vitória eleitoral da história da República brasileira.

A noite de sexta-feira foi animada, com belo comício exibido ao vivo pela internet de Lula, Dilma e o candidato ao governo de Pernambuco, Eduardo Campos.

A piada da noite veio do meu amigo Wilson Junior, que achou mensagem do Indio (de 14/08) dizendo-se animado pelas pesquisas.


Eu, sem saber que a mensagem do @indio era do dia 14, cometi uma tremenda injustiça:


Daí que, fuçando mais anedotas aborígenes, topei com essa, que também me divertiu:


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Após o périplo nos jornalões deste sábado, uma coisa me chamou a atenção. Com exceção dos latidos de Merval Pereira, não há nenhum outro editorial abordando o caso. O golpismo, ao menos neste sábado, arrefeceu. A Veja possivelmente deve aparecer com alguma bomba e dar sobrevida ao caso na semana que vem, mas, por enquanto, o caso parece estar relativamente esclarecido. É coisa grave, corrupção de funcionário da Receita, mas sem ingrediente político.

Neste sábado e domingo, estarei no sítio do meu irmão, na roça. Não sei como estará a internet por lá, mas provavelmente não blogarei nem tuitarei muito.

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Jogou a toalha ou não pagou a conta?


Fui conferir o site e, de fato, está fora do ar:


Fui no Twitter de Serra à procura de alguma informação sobre o site desaparecido e nada. Entrei no site do PSDB e, em vez de propostas de campanha, achei somente um manchetão alarmista, com acusações sem prova:




Ah, deixaram um aviso. Tomara que ajeitem logo isso e voltem pra luta. O blog Amigos do Serra foi pro saco há tempos.

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Mais uma curiosidade sobre o @indio. Fui lá conferir o tal site de 95 mil reais dele, à cata de algum filme engraçado com ele dizendo que o PT é partido de narcotraficantes, etc, e entrei na página de vídeos. Eis que, para minha grande surpresa, os vídeos registram uma quantidade monstruosa de acessos:


Observe a quantidade de exibições dos vídeos. 7 exibições. Realmente, é um sucesso! Será que tem algum parente ou assessor dele que está assistindo várias vezes?

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Sabe aqueles 4 milhões de reais que sumiram da campanha tucana? Já sei onde foram parar. Foram pagos para a mulher da foto abaixo aceitar, com um sorriso no rosto, ser torturada de maneira desumana:


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Duas notícias relevantes. Segundo o Ibope divulgado ontem à noite, Anastasia, candidato do PSDB e do Aécio Neves para o governo de Minas Gerais, ultrapassou Hélio Costa. Agora já era. Tá ruim mas tá bom. Hélio Costa não era nenhum governador dos sonhos. A outra notícia é a disparada de Mercadante em São Paulo. Talvez haja tempo de se provocar um segundo turno e, quem sabe, vencer as eleições.

SP: Mercadante passou de 14% das intenções de voto para 23%. Geraldo Alckmin está com 47%, segundo a mais recente pesquisa do Ibope.

MG: Antonio Anastasia (PSDB) cresceu 12 pontos percentuais. Está com 35% das intenções de voto. Hélio Costa (PMDB) caiu cinco pontos. Está com 33%. Tinha 38% na pesquisa anterior aplicada em meados deste mês.
(Noblat, O Globo).

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Gostei muito desse artigo do professor Venício Lima, mostrando que o excesso de informação muitas vezes leva à desinformação. O número de americanos, por exemplo, acreditando que Obama é muçulmano tem crescido ano a ano e já chega a 18% da população, ou seja, quase 60 milhões de americanos pensam que seu presidente é muçulmano. No total, 63% dos americanos desconhecem que ele é cristão. Obviamente isso gera implicações políticas e eleitorais profundas para o Partido Democrata.

Montenegro: Brasil já tem presidente, é Dilma Rousseff

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No blog do Alê, há um post com o pedido de desculpas de Carlos Montenegro, presidente do Ibope, que meses atrás falou (para a Veja, óbvio) o que talvez seja a maior barriga da história universal, a de que Lula não conseguiria fazer um sucessor. Em entrevista para a Istoé desta semana, Montenegro diz que já é matematicamente certo que a petista irá faturar esta eleição, com 80% de chance de ser no primeiro turno. Os outros 20% ele deixa para uma vitória no segundo turno.

Viva o povo brasileiro!

Agora, mudando de assunto, o Serra hoje aprontou mais uma de suas podridões. Enfiou-se no Clube da Aeronáutica, no Rio, conhecido antro de golpistas, e proibiu que a imprensa cobrisse seu debate com os militares. Aquilo é um lugar público, Serra é um candidato a cargo público, os militares são funcionários públicos, e o tucano, dias após ter louvado a liberdade de imprensa (só da grande imprensa sua amiga, claro; os blogs são "sujos"), veta a sociedade o direito de saber que conspiraçãozinha se fazia ali. A gente pode imaginar, claro! Ele deve ter apavorado os generais de pijama com as mesmas histórias de terrorismo bolchevista que Carlos Lacerda contava há quarenta anos, no mesmo lugar!

Por isso, Brizola Neto tem razão quando acusa Serra na lata:

Você não apenas matou o jovem Serra, seu “Zé” de araque, você pisoteou até a sombra do que você já foi um dia.

27 de agosto de 2010

Vídeos do Encontro dos Blogueiros

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Ver o Serra tomar uma surra: não tem preço

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A ditadura Lula

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Esta senhora aí é uma figuraça. Reparem na expressão mesclando angústia e preocupação. Não deve ser fácil a vida de uma poderosa médium, leitora do pensamento alheio. Em sua coluna de hoje, Kramer afirma que conseguiu devassar as "profundas da alma" de Lula e o que viu lá não era bonito. A jornalista nos alerta que, por trás do rostinho carismático do "cara", oculta-se um Stálin, um Hitler, um Chávez!

O presidente Lula não se segura. De vez em quando externa o que lhe vai às profundas da alma, coisas que jamais esquece: a derrota da CPMF e a impossibilidade de ter aprovada a chance de alcançar um terceiro mandato sem traumas institucionais.

O problema com o imposto do cheque não é o dinheiro. Isso não faz falta ao governo. Lula não se conforma é com a derrota política que o fez perceber a impossibilidade de aprovar a emenda do terceiro mandato no Senado.

Para a colunista, nas "profundas da alma", Lula é um chavista de terceira categoria, integrando o eixo do mal formado pelos governantes inimigos da mídia do continente.

Os caminhos são diferentes, mas o objetivo dos governos da Venezuela, da Argentina e do Brasil é o mesmo: tutelar a sociedade e assegurar trânsito livre de críticas aos respectivos projetos de poder, por intermédio do controle da informação.

O governo Lula ensaia, recua e insiste em manietar a imprensa por meio de instâncias colegiadas e sugestões corporativas. Os Kirchner alteram as leis para prejudicar os grandes grupos de comunicação.

Chávez é explícito. Hoje prende e arrebenta, mas nem sempre foi assim, embora caminhe nesse sentido desde o início. Os fascinados por "governos do povo" - os bem-intencionados, não os vendidos - é que não percebem o andar da carruagem do autoritarismo.

Só se dão conta e protestam quando suas vozes já não podem mais ser ouvidas.

O único discurso que sobrou para a oposição é vender a idéia de que Lula e Dilma são chavistas satânicos e que o Brasil é uma ditadura iraniana.

O trecho citado acima vem depois de uma crítica feroz e exagerada a uma lei que restringe o humor em período eleitoral:

Não é (só) a liberdade dos humoristas que está sendo violada com as proibições impostas pela Lei Eleitoral. São as garantias de toda a sociedade, além da Constituição como fiadora da liberdade de expressão.

Ela associa, desta forma, a lei anti-humor a Lula, quando na verdade ela foi assinada por Marco Maciel, presidente em exercício durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso, em 1997.

A alquimia da inversão continua a todo vapor. FHC muda a Constituição sem fazer plebiscito - para que saber a opinião da massa não-cheirosa? - com vistas a inventar a reeleição para si mesmo e Lula é o "chavista" e o PT é o "PRI".

Observação importante: ali havia, aí sim, interesse claro em comprar o voto de parlamentares. Dois parlamentares confessaram que venderam seus votos.

O verdadeiro mensalão foi a reeleição de FHC. Com um agravante: ele segurou o câmbio artificialmente para não perder votos, fazendo o Brasil perder bilhões de dólares. O que escandaliza a mídia, no entanto, é a tapioca que o ministro dos Esportes comprou numa lanchonete de Brasília.

O governo FHC veta o humor em campanha eleitoral para blindar sua imagem e facilitar a sua reeleição, e o PT é que é o adversário da liberdade de expressão.

FHC (e portanto Serra) é o verdadeiro "Chávez" - entendendo aqui, naturalmente, o que a mídia pensa do presidente venezuelano, não o Chávez real.

PSDB quer ganhar no tapetão?

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Ainda bem que temos o Azenha para nos dar uma luz. Esse tema de dossiê me dá nos nervos. É tudo secreto, sigiloso, obscuro, enigmático... Na verdade, nem o Azenha sabe responder, mas pelo menos procura transmitir um pouco de bom senso.

Já sabemos que a mídia não tem preocupação com a estabilidade institucional. Ao contrário, o professor Wanderley Guilherme dos Santos nos ensinou que ela se mantém ciosa de seu maior poder: o de produzir crises políticas.

Nos últimos dois dias, tenho ficado mais no Twitter. E deu para sentir que a campanha ficou bem pesada. Por um momento achei (na verdade ainda acho) que o PSDB decidiu partir para o tapetão, ou seja, tentar um golpe de Estado via Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Depois que o Jabor disse que o golpe em Honduras foi um "golpe democrático", eu acredito que eles não se pejariam de tentar algo parecido por aqui.

Alguém podia mandar um email para o Costa Gravas vir ao Brasil observar de perto a situação. Ele poderia se inspirar para filmar um thriller político de tirar o fôlego: forças conservadoras, sem condições de ganhar eleições no voto, subornam meia dúzia de ministros do Supremo Tribunal Eleitoral, mais meia dúzia do Supremo Tribunal Federal e, com apoio maciço da mídia, tomam o poder - para desilusão da grande maioria do povo brasileiro.


Assista Jabor defender o golpe em Honduras, e chamá-lo de "democrático":

26 de agosto de 2010

O Danny está por trás disso?

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Por trás dessa história de dossiês contra tucanos há uma verdade muito mais simples e muito mais sinistra. Eles tem medo porque possuem um rabo do tamanho das reservas de ferro do Pará, estendendo-se por todas as linhas telefônicas do país. O fantasma das privatizações os aterrorizam. São paranóicos. Só vão sossegar, naturalmente, quando o governo tiver na mãos DELES, a Polícia Federal dominada por ELES. Aí sim, ninguém investigará Eduardo Jorge, Ricardo Sérgio e Luis Mendonça de Barros, três figuras que nós sabemos muito bem quem são. Os três cavaleiros do Apocalipse, os operadores da privatização da Vale por 3 bilhões de dólares (hoje vale 600 bilhões de dólares) e da Telebrás por outra bagatela, e ao mesmo tempo arrecadadores de campanha do PSDB e amigaços de Danny Dantas e cotistas do Oppppportuniti. Eles tem medo que as investigações da Polícia Federal e do Ministério Público se aprofundem. Existe um velho ditado, meio besta, ainda bastante válido: quem não deve, não teme.

16 milhões de eleitores não sabem quem é o candidato de Lula

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O relatório completo do Datafolha está aqui. Eu separei apenas uma tabela para analisar.


Repare que 12% dos entrevistados afirmaram ainda não saber qual é o candidato apoiado por Lula. É um percentual alto, e corresponde a 16 milhões de eleitores (cada 1% corresponde a 1,34 milhão). Esse número sobe para 18% entre os brasileiros com apenas ensino fundamental. E fica em 15% entre as mulheres. Serra ainda tem muita gordura para perder.

Faço uma análise mais completa lá no Óleo Premium.

A bala de lata ou dejavú serrista

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Se eles acham que essa história de "Estado policial" é a bala de prata que irá aniquilar a candidatura de Dilma Rousseff, acredito que se decepcionarão mais uma vez.

Em primeiro lugar, está se fazendo uma confusão deliberada: os auditores da Receita Federal tem liberdade para acessar as contas de qualquer cidadão ou empresa. Esse é o seu trabalho. O problema não está aí, e sim no acesso "sem motivo" ou no vazamento desses dados para o público. Segundo o corregedor da Receita, houve "acesso indevido", mas lembro que alguns auditores já explicaram que os funcionários costumam fazer isso regularmente (não sei se é correto), porque uns entram nos computadores de outros.

Os dirigentes do PT observaram que, pouco antes da instalação da CPI da Petrobrás, o jornal Correio Brasiliense publicou o sigilo fiscal de vários diretores da estatal. Ninguém do PSDB ou da mídia falou em Estado policial. O fato foi usado para instalar a CPI. Mas serve para ilustrar que o sigilo fiscal não é, infelizmente, um dado inviolável. Se segredos militares do Departamento de Estado dos Estados Unidos, são vazados para a imprensa mundial, é ingenuidade querer que a Receita tenha controle absoluto sobre o sigilo fiscal de cidadãos brasileiros. Claro que a segurança deve ser reforçada, e o Estado deve cuidar para que tais vazamentos nunca ocorram, mas daí a usar um fato desse como factóide eleitoral e inventar um Estado policial, vai uma distância enorme.

A Folha continua acusando a campanha de Dilma, de maneira leviana, sem provas, de ter montado uma "equipe de inteligência" para fazer um dossiê contra Eduardo Jorge. Entretanto, qual o interesse?

Trecho da matéria principal da Folha de hoje (26/08): "As cópias das declarações do imposto de Eduardo Jorge (dos exercícios de 2005 a 2009) faziam parte de um dossiê organizado por um "grupo de inteligência" que atuou na pré-campanha da candidata a presidente Dilma Rousseff (PT) - que nega todas as acusações."

Se houve algum ilícito dentro da Receita Federal, o PSDB é tão suspeito quanto o PT. Afinal, repito, a quem interessa? O prejuízo tem sido, até aqui, todo do PT.

Como num jogo pré-arranjado, colunistas políticos da grande imprensa fizeram coro hoje:

Merval Pereira: "Agora ficamos sabendo, graças ao jornalismo da grande imprensa que o governo Lula tenta constranger justamente para que fatos como este não sejam divulgados, que o vice-presidente executivo do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, não foi o único tucano a ter o sigilo fiscal quebrado dentro da Receita Federal. Outros três personagens, ligados de alguma maneira a José Serra, candidato tucano à Presidência da República, também tiveram seus dados acessados irregularmente no dia 8 outubro, em 16 minutos de atividades através de um mesmo computador e com a utilização da mesma senha."

Editorial Globo: "Informações da declaração de Imposto de Renda de Eduardo Jorge foram retiradas dos computadores da Receita Federal e, segundo a "Folha de S.Paulo", circularam num bunker eleitoral da candidata Dilma Rousseff, onde iriam alimentar um dossiê de aloprados contra tucanos - mais um."

Dora Kramer: "Crime organizado - Quando o presidente Luiz Inácio da Silva ordena que seus correligionários criem "fatos políticos" capazes de inverter a tendência do eleitorado de São Paulo em prol do tucano Geraldo Alckmin para favorecer o petista Aloizio Mercadante, é o caso de se pôr um pé atrás. A penúltima tentativa oriunda do PT de criar um "fato" para tentar influir na direção da preferência dos eleitores foi em 2006. Um grupo de petistas foi pego pela Polícia Federal em um hotel de São Paulo quando se preparava para comprar um dossiê para ser usado contra o então candidato ao governo do Estado, José Serra."

Editorial Folha: "Delinquência estatal - Notícia de que sigilo fiscal de mais três tucanos foi violado expõe de maneira didática o aparelhamento do Estado em prol de interesses partidários. A aclamação de Lula e da candidata que inventou para lhe suceder não pode tornar cidadãos (ontem o caseiro, hoje os adversários, amanhã quem?) reféns da sanha de um Estado desvirtuado por interesses particulares. Se dependesse de alguns setores que compõem o atual grupo dominante, não há dúvida de que o país caminharia na direção de um regime de vigilância policial."

O mais engraçado é cotejar essa gritaria orquestrada com as declarações de Serra, registradas hoje pela Folha. Ele acusa Dilma impiedosamente, mesmo sem prova nenhuma:
"É um crime contra a democracia, e a Dilma Rousseff deve uma explicação ao país, porque isso foi feito pela campanha dela", disse, em Natal. "Isso foi feito por causa de campanha eleitoral, jogo sujo de campanha."

Segundo o tucano, o dossiê era "previsível", pois "o pessoal do PT faz espionagem, faz coisas gravíssimas". "Foi pura espionagem para encontrar armas eleitorais."
Entretanto, o suprassumo está no Globo, que publicou a seguinte observação de Serra:
O tucano elogiou a atuação dos jornais nesse episódio, ressaltando a importância da imprensa no Brasil:

- É a imprensa que mostra as coisas e denuncia. Não é por menos que eles (o PT) vivem querendo coagir a liberdade de imprensa no Brasil.

Não é fofo a maneira como Serra defende a grande imprensa e ataca os "blogs sujos"? E não acho que acusar sem prova e lançar pesadas suspeitas sobre as instituições brasileiras sejam atitudes republicanas ou democráticas. Ainda bem que o mundo compreende que estamos num processo eleitoral inflamado e todos já conhecem a irresponsabilidade histérica do tucanato, pois em caso contrário, tais declarações poderiam comprometer a imagem do Brasil lá fora.

Sem medo do ridículo

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Hoje tem assunto demais para escrever... Vamos lá. Olhem só essa cartinha que abre a seção dos leitores na edição impressa do Estadão...


Os caras não tem medo nenhum do ridículo, né? Nem falo do leitor, já que tem maluco para tudo, mas dos editores do Estadão, em selecionarem uma opinião assim... O Brasil crescerá 7% este ano, enquanto o desemprego só aumenta nos EUA. Além isso, os movimentos neonazistas anti-imigrantes vem se expandindo aceleradamente por lá. Como é possível que, nestas circunstâncias, o jornalão paulista publique uma carta que degrada nossa democracia e incentiva a imigração para os Estados Unidos?

A cartinha é uma entre várias publicadas pelo Estadão em sua edição impressa de hoje, reverberando o editorial de ontem, intitulado O risco de um PRI brasileiro. O editorial é uma péssima análise política, e sua maior debilidade é justamente não dar conta das razões do fracasso do PSDB. Comparar Brasil ao México de 70 ou 80 anos atrás, ignorando as mudanças profundas no mundo, na comunicação, na tecnologia, nas organizações internacionais, nas diferenças políticas, sociais, antropológicas, industriais, agrícolas, culturais, entre o Brasil de hoje e o México dos anos 30, é mais do que estupidez intelectual, é desonestidade.

25 de agosto de 2010

Alô alô TSE, façam propaganda mais simples e objetiva sobre a nova exigência de 2 documentos para votar!

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O Tribunal Superior Eleitoral tem veiculado propaganda para informar a nova exigência de dois documentos (identidade e título de eleitor), mas não é uma campanha de massa. Os comerciais entram intercalados com muitos outros mais "intelectuais", sobre como escolher bem seus representantes, numa linha paternalista idiota que beira o desrespeito à inteligência do povo. Alguns comerciais são ótimos curta-metragens, mas cumprem pessimamente a função de tirar dúvidas práticas e, sobretudo, não esclarecem a MUDANÇA, essa maldita mudança aprovada há poucos meses, que exige a apresentação de DOIS DOCUMENTOS na hora de votar, a carteira de identidade e o título do eleitor.

O que nós gostaríamos de ver é uma propaganda simples e direta, mostrando um eleitor indo votar, apresentando esses 2 documentos ao mesário, e votando.

Mandem mensagem para o TSE:

O Twitter deles é esse: @TSEjusbr

O presidente do TSE é o ministro Ricardo Lewandowski. Tô tentando encontrar seu email.. Seu email é gabinete-lewandowski@stf.gov.br. (mandei um email pra lá e voltou... será que está sobrecarregado?)

Tá vendo, Obama? Isso que dá a falta de coragem

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A coisa está feia pro Obama:



É, o leitor Joel Bueno tem razão. Obama mereceu. Enquanto ele persistir numa política externa golpista, truculenta e desrespeitosa para com o resto do mundo, vai perder prestígio. Bem feito. O leitor Thiago também deu uma contribuição importante, que peço licença para repetir aqui:

thiago disse...

Cara.. sinceramente, democratas e republicanos só fazem diferença na politica interna.. externamente continuam tentando se meter na am.latina, guantanamo tá lá funcionando, iraque, afeganistao, cagando na cabeça do irã. A verdade é q lá político não manda. Eles estão numa ditadura corporativa em estado avançado. Fizeram uma transferencia de renda inversa a do lula, tiraram do povo americano pra dar pras grandes empresas, e os CEOs continuam com bonus milionarios. L.Johnson, qndo tentou fazer as reformar sociais nos EUA, só pode fazer intensificando a porradaria no Vietnã. Ele se fudeu, e logo q saiu os EUA internamente voltaram ao q eram. O obama pra reformar a saúde teve q entregar a politica externa pra industria armamentista, e foda-se todo mundo. E nem a saúde ele tá conseguindo, q a industria farmaceutica e dos hospitais particulares não deixa... Ele é um fraco com carisma. Sinceramente, é inacreditável q um país com 300 milhoes de habitantes só tenha dois grupos politicos fortes. Parece MUITO com a situação MDB - ARENA da ditadura. Ou seja, parece q existe alguma coisa democratica aos olhos do mundo, mas é tudo fachada

Cristina K investe contra Globo

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A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enfrenta a máfia midiática que floresceu na América Latina sob os auspícios de regimes totalitários de direita. Globo, Folha, Estadão, comam ananás, mastiguem perdiz, vossa hora está próxima!

Mau caratismo de Miriam

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Nos últimos 10 anos, a Venezuela foi um dos países que mais cresceu na América Latina. A queda deste ano foi provocada pela crise financeira mundial e pela subsequente queda nos preços do petróleo. A Rússia chegou a sofrer queda superior a 10%. O recuo de 2,6% da economia venezuelana, projetado para 2010, é até leve se confrontado ao crescimento acumulado do país desde o fim das greves políticas da PDVEZA e do golpe de Estado de 2002. Miriam Leitão age como uma criança birrenta ao manipular dados de maneira tão grotescamente ideológica. Para ela, Chávez é feio, mau e bobo e nada pode dar certo na Venezuela.

Franklin Martins: "A revolução está apenas começando"

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Nesse editorial do Estadão, uma espécie de comentário blasé sobre a entrada de Lula em ninho tucano (gerando reação desesperada do PSDB de focar suas energias em São Paulo), repercute-se, ao final do texto, a interpretação mutilada das frases de Franklin Martins.

Com isso, o Estadão presta outro grande serviço à eleição de Dilma Rousseff. Segundo o Sensus, 56% dos jovens com idade até 17 anos votarão em Dilma, 35 pontos acima de seu adversário, que marcou 21%. Ou seja, não tem PSOL, não tem PSTU, os ataques da mídia à Dilma, pintando-a como terrorista de esquerda, conseguiram transformá-la num ícone da juventude. E o melhor: sem prejuízo de sua arrecadação de campanha nem arranhando sua imagem junto aos empresários e classes mais altas, porque esses segmentos tomam vacina antimídia na internet.

Pintando Franklin Martins, ministro da Comunicação Social, como um revolucionário do filme Matrix, o Estadão lhe faz o mesmo favor.

Merval Pereira também homenageou Franklin com sua indefectível verve anticomunista dos anos 60. Se ganhar uns afagos da Miriam e do Jabor, Franklin vai virar tema de camiseta punk.



(gráfico extraído do blog Fala Fera)

Análise dos números do Sensus

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Recortei algumas tabelas e fiz uma análise da pesquisa CNT/Sensus divulgada esta semana. Está no Óleo Premium. Também lá tem uma descrição detalhada de minha experiência no 1º Encontro Nacional de Blogueiros. Para ter acesso ao Óleo Premium, faça uma assinatura da Carta Diária Óleo do Diabo.

PSDB recua para São Paulo

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Essa matéria publicada no Estado de São Paulo mostra que os tucanos estão realmente assustados com a possibilidade de sofrerem uma forte derrota de seu candidato no próprio ninho. Eles acusaram o golpe. O movimento deles é previsível. Pode-se dizer que morderam a isca. Concentrando energias, imagens, programa em São Paulo, Serra vai continuar perdendo votos no resto do Brasil.

Além do mais, não adianta juntar prefeitos a esta altura do campeonato. Isso seria importante meses atrás, para fechar apoios políticos e partidários. O momento atual não está em mãos de prefeitos, e sim na propaganda eleitoral gratuita, na internet e nas ruas. Serra deixou passar o momento dos conchavos políticos (no bom sentido) quando postergou ao limite máximo o anúncio de sua candidatura. Perdeu ainda mais tempo no processo de escolha do vice, e que, aliás, resultou numa crise patética que desgastou enormemente sua imagem como "mais preparado".

Por outro lado, eu compreendo a estratégia do PSDB. Se eu fosse um tucano, talvez defenderia o mesmo. O partido não pode perder o seu último bastião, a sua fortaleza, que é o estado de São Paulo, e as investidas do presidente Lula produziram pânico entre os bicudos. Vão perder o Rio Grande do Sul. Correm o risco de perderem Minas. Se perderem São Paulo, como diria o oráculo de Delfos, em dias mais descontraídos, "fodeu".

Boa resposta de Dilma: ajuste fiscal apenas se necessário

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A Folha produziu um factóide que acabou sendo positivo para Dilma, como aconteceu tantas vezes com Lula. Na ânsia de constranger o presidente, a mídia lançou seus holofotes sobre ele e permitiu que a população comparasse a versão midiática ao fato concreto.

Considerando a euforia dos mercados e da mídia (editorial do Globo hoje) com essa notícia, já começou a pressão sobre o próximo governo para fazer uma gestão mais conservadora.

Ela conseguiu, como se diz, transformar limão em limonada. Ajuste fiscal não é virtude, explicou a candidata, e sim uma necessidade em momentos difíceis. Se tiver que ser feito, será feito, mas no momento não há porque fazer um ajuste fiscal.

- Nós fizemos ajuste fiscal também. Não vou jogar pedra em ninguém porque fez ajuste fiscal. Fizemos quando foi preciso. Nem piscamos. Isso não significa que vou transformar uma necessidade em virtude. Quando há necessidade de fazer, se faz. Quando não se tem necessidade, não se faz. Não é virtude fazer ajuste fiscal. Só é quando é necessário - disse Dilma.

Dilma também conseguiu driblar outra armadilha. A mídia quis arrancar dela a afirmação de que não haveria aumentos salariais para o funcionalismo em seu governo. Ela respondeu:

O reajuste do funcionalismo é aquele que é o merecido. Não vou discutir se será maior ou menor em relação a que, em relação a quem e a que categoria. Não existe um princípio geral. Por que eu falar em tese geral: eu não vou dar ajuste para o funcionalismo? Vocês querem que eu fale isso por quê?

Propaganda eleitoral de Dilma

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Não comento, porque ainda não assisti. Fá-lo-ei daqui a pouco e, se der tempo, falo alguma coisa por aqui mesmo.

Só tenho uma coisa a dizer (e desculpe o linguajar, mas é a maneira mais simples e precisa): do caralho.

A boca escancarada do jacaré do Sensus

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Abaixo, a tabela para o primeiro turno:


Dilma 46% X 28,1% Serra.

Repare que Marina Silva caiu de 8,5% para 8,1%. Uma observação sobre Marina: ela tenta falar difícil, como se tivesse que provar que aprendeu direitinho lá no Mobral (desculpe, não é preconceito!) e já pode  frequentar as altas rodas sem passar vergonha.

Sensus: 62% dos eleitores acreditam em vitória de Dilma

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Se em termos de intenções de voto ainda seja imprudente determinar a vitória antecipada de qualquer candidato, estes números do Sensus revelam que a sociedade brasileira já aceita Dilma Rousseff como a próxima presidente do Brasil. A diferença é por demais brutal.

Rápidas anotações sobre o programa de Serra do dia 24/08/2010

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Nessa propaganda do Serra, chamou-me a atenção os seguintes pontos:

  1. Defesa de obra eleitoreira. Serra afirma que uma obra pública não vale pelo cimento e concreto usado (jênio!) e sim pelos empregos gerados. 
  2. Mas depois ele se corrige e faz uma afirmação digna de um Pascal, de um Nietzsche, de um Confúcio: "tem que ser obra útil".
  3. Serra pergunta a uma senhora sentada num hospital: "te atenderam bem aqui?". Ela responde: "muuuito bem!". Qualquer eleitor, neste momento, dirige um olhar de enfado para seu colega de sofá, que significa: "Ah, tá bom. Querem que a gente acredite que uma afirmação de uma senhora cercada de câmeras e assessores políticos, numa fila de um hospital que não se sabe de onde é (alguém poderia pensar que é uma UPA do governo federal), deve ser considerada como juízo absoluto não apenas sobre as condições de saúde no país mas como também sobre a jestão de Serra?"
  4. Por fim, a piada é quando um sujeito abraça Serra, num ambiente fechado, e declara: "acredita, acredita que o senhor vai chegar lá". Achei tremendamente hilária essa pequena sessão de auto-ajuda, essa terapia serrista gerida com verbas públicas (a propaganda eleitoral é bancada pelo Estado, mas tudo bem, o problema não é esse). O engraçado é imaginar que Serra, de fato, pode "chegar lá": lá no fundo do poço.

Médicos deveriam fiscalizar mídia em questões de saúde pública

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Pessoalmente, sou contra o uso do termo "controle social" da mídia. Acho desastrado politicamente o uso da palavra "controle". Se não me engano, aliás, o último Programa Nacional de Direitos Humanos (que é a terceira versão) não usa o termo, ao contrário das versões anteriores, aprovadas durante a gestão FHC.

Entretanto, sou um crítico feroz da mídia. Acho que ela se tornou um estorvo ao desenvolvimento democrático. Acho que a humanidade precisa de uma mídia pública, não gerida por governos, mas pela sociedade, com seu presidente eleito direta ou indiretamente pela população. Seus jornalistas seriam concursados e teriam direito sagrado à liberdade de opinião, não podendo ser demitidos porque falaram mal deste ou daquele governante.

Mas esse é um sonho distante ainda. Por enquanto, o mínimo que podíamos fazer era regular o uso de questões de saúde pública na mídia. Os grandes teóricos de medicina tem os maiores críticos da libertinagem irresponsável da imprensa. Veiculam-se verdadeiros absurdos quando o assunto é saúde.

Eu sempre presto atenção na seção Erramos dos jornais. Hoje deparei-me com esta nota:

SAÚDE (24.AGO, PÁG. C11) Diferentemente do que deu a entender o texto e o título da nota "Estudo liga vitamina D a risco de câncer e esclerose múltipla", é a falta da vitamina D que pode causar as doenças.

Vejam só. Se um médico cometer um erro médico, ele pode perder seu registro profissional, ser processado e preso. Um jornal pode publicar que a vitamina D provoca câncer, na contramão da verdade (é o contrário, a falta de vitamina D é que pode provocar câncer), e tudo fica por isso mesmo.

Este é um exemplo bobo, mas o futuro da humanidade não é róseo no quesito saúde. Pandemias perigosas nos aguardam, e o Estado e a sociedade precisam ter instrumentos adequados para combatê-las. Um deles é a informação correta e rápida. Um errinho bobo, num momento de crise, poderia desencadear uma catástrofe.

Por isso, defendo que a sociedade exija que haja mais responsabilidade, ao menos, na questão da saúde. O Conselho Nacional de Medicina precisa ter um departamento grande e eficiente voltado exclusivamente para atender a mídia nas questões de saúde. Nenhuma matéria relativa à saúde poderia ser publicada antes de um aval de um profissional credenciado pelo Conselho, o qual seria responsabilizado por qualquer inverdade ou confusão no texto.

24 de agosto de 2010

As contradições do eleitor paulista

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Esse gráfico, mostrando Lula com 73% de Ótimo/Bom em São Paulo e somente 6% de Péssimo, não deixa dúvidas: o PT ainda tem um grande potencial de votos no estado, e refiro-me à disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Segundo o Datafolha (que uso para ser o mais conservador possível, ver tabela abaixo), Alckmin tem 54% das intenções de voto, contra 16% de Mercadante.

Não é uma contradição? Apenas 6% dos paulistas acham o governo Lula ruim ou péssimo, e mesmo assim a grande maioria vota no PSDB, principal adversário de Lula. Não faz sentido. São Paulo vive uma esquizofrenia política que precisa ser revertida.

Eu acredito que, nas próximas semanas, com a presença de Lula ao lado do candidato petista ao governo de São Paulo, a diferença entre os dois deverá cair.

Por motivos estratégicos óbvios, é preciso focar todas as energias em terras bandeirantes. Aliás, o próprio PSDB já vem perdendo a tranquilidade que apresentava na disputa estadual.

Celso Russomano, candidato ao governo de SP pelo PP, já deu sinais de que pode apoiar Dilma Rousseff. Com 11% das intenções de voto, o pepista pode ajudar Mercadante num eventual segundo turno.

Analisando a tabela abaixo, identificamos as seguintes fragilidades na candidatura Mercadante:
  1. Disparidade entre votos femininos e masculinos. O petista tem 20% dos votos masculinos, contra somente 12% das mulheres. O voto masculino costuma antecipar o voto feminino, o que é positivo, portanto. Mercadante pode chegar a 20% facilmente. 
  2. O mais impressionante, contudo, é a debilidade do petista entre os mais jovens. Ele tem somente 8% do voto jovem, entre 16 e 24 anos, contra 65% de Alckmin.  Esses números revelam um forte grau de desconhecimento por parte do eleitor paulista, que ainda não associou Mercadante ao governo Lula.
  3. Mercadante também é fraco entre os mais pobres: apenas 12% dos que ganham até 2 salários, declararam votar no petista. Nesse segmento, é grande o número de indecisos. A forte popularidade de Lula nessa faixa da população é um trunfo para Mercadante. 


Entretanto, é nessa tabela que encontramos verdadeiras aberrações:


(Clique para ampliar).

Repare que 37% dos entrevistados que declararam preferência pelo PT afirmaram que irão votar em Alckmin. Esquizofrenia pura. 40% dos entrevistados que votarão em Dilma afirmaram que preferem o candidato tucano para o governo de SP. Non sense.

Alguém poderia alegar que PT ou Mercadante têm altos índices de rejeição em São Paulo. Uma outra tabela do Datafolha mostra que isso não é verdade. Apenas 22% dos paulistas afirmaram que não votariam de jeito nenhum em Mercadante. É uma rejeição baixa, se considerarmos a diferença entre os dois candidatos.


Rejeição dos candidatos a governador em SP (Datafolha 16/08)


As eleições entram na fase final, com inevitável radicalização. Já se pode detectar isso pelo aumento das baixarias na internet. No twitter, o Encontro dos Blogueiros em SP recebeu insultos pesados, sobretudo depois que ganhou elogios da ministra Dilma Rousseff.


Era natural. A idéia do Encontro de Blogueiros Progressistas (esse nome é muito estranho mesmo, mas não encontramos nada melhor por enquanto, talvez a gente se acostume a ele com o tempo) era realizar um evento pluripartidário, como realmente aconteceu. Havia simpatizantes de vários partidos (o PT tinha mais porque é um partido maior). Mas o termo "progressista" e a posição notoriamente de esquerda dos membros da comissão organizadora deixaram bem claro que o evento de fato soprava em favor da ministra. Não tinha como ser de outro jeito. Serra tem apoio da grande mídia, e a blogosfera política de esquerda (ou seja, progressista) surgiu, proliferou e consolidou-se justamente como um contraponto ao discurso único martelado diariamente pela big press no ouvido de milhões de brasileiros. Um discurso radicalmente antilulista e, portanto, serrista. A teoria da imprensa que afirma a necessidade de criticar governos sempre omitiu, convenientemente, o outro lado desse raciocínio, que é o benefício à oposição. O leitor percebe a opção feita pelo jornal. Por mais que um colunista não declare seu voto, é possível identificar-lhe a preferência pelo tratamento que dá a esta ou aquela figura pública. Por mais que se publiquem matérias negativas sobre um espectro, o eleitor faz uma soma mental e conclui facilmente que a balança pendeu para um lado. Tudo bem, é a vida. Mas não venham reclamar do surgimento de uma blogosfera cuja posição política principal é ser contra a grande mídia. Da mesma forma, c'est la vie.

A grande batalha pelo Senado

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Com a eleição presidencial quase garantida, duas prioridades se alevantam para a esquerda brasileira: as eleições para o governo do estado de São Paulo, e a disputa para o Senado. Sobre esta última, sugerimos a análise do professor Idelber.

23 de agosto de 2010

Notas sobre o Encontro dos Blogueiros em SP

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Foi muito bom! Conheci diversos leitores deste Óleo. No domingo tomei cerveja com Eduardo Guimarães, Azenha (com quem tive uma divertida altercação política), uma moça genial da UJS chamada Luana Bonone, jornalista do Vermelho, tão novinha e tão inteligente, Serena (que de serena não tem nada, é mais enérgica que uma usina nuclear), Maria Frô (Conceição Oliveira), a dulcíssima Conceição Lemes, o amigaço Sérgio Telles, Altamiro Borges, Túlio Vianna, Raphael "eleitor do Plínio" Tsavkko e tantos outros.

De manhã, participei de uma oficina de idéias com vários blogueiros, entre eles Rodrigo Vianna (Escrevinhador), Rildo (blog do Rildo), Augusto Valente (agência T1), Lola Aronovich (escreve lola escreva), Ruth Alexandre (Fala Povo), e muitos outros. Mencionei somente os que me deram cartão.

Já compareci a muitos eventos como repórter; esse é o primeiro como protagonista. Eis o grande valor da blogosfera. Torna o jornalista um sujeito da história, uma cabeça pensante, uma pessoa livre. Com isso, deixa de ser jornalista e converte-se num... cidadão.

A blogosfera faz o jornalista descer do pedestal e pisar a terra, junto a seus leitores.

A plenária do Encontro de Blogueiros informou que o evento conseguiu se pagar e ainda sobrou dinheiro, que será usado na edição do ano que vem. Decidiu-se ainda organizar eventos regionais antes do evento nacional. Aprovou-se uma Carta dos Blogueiros. Tudo será divulgado no site Barão de Itararé.

22 de agosto de 2010

Globo lança ofensiva final & etc

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A julgar pela matéria de hoje no Globo, um ataque ridículo ao Ipea, Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), numa matéria que recende a desespero eleitoral, o periódico decidiu lançar uma nova ofensiva contra o governo, numa tentativa meio patética de estancar a sangria humilhante de seu candidato, José Serra.

Felizmente, o Ipea foi bastante inteligente para copiar a estratégia que deu certo com a Petrobrás, e publicou, em seu site, as perguntas e respostas dos repórteres platinados.

O Globo reagiu atonitamente à astúcia do Ipea, e noticiou que o instituto publicou na internet antes da matéria ser publicada no jornal. A reação do Ipea não é, com certeza, simpática, mas foi eficaz.

A reportagem é ridícula porque ignora a necessidade, no atual momento político do Brasil, de aumentar a quantidade e qualidade das pesquisas oficiais. Se estas pesquisas beneficiam Dilma, é porque os resultados são positivos. Podia muito bem se dar o contrário. Quanto mais pesquisa, melhor. O Globo não conseguiu indicar nenhum erro metodológico. Suas críticas são vagas e ofensivas.

Só agora li esse editorial da Folha dando um passa-moleque violento em José Serra, porque o tucano está tentando colar a imagem de Lula a si. Coitado.

E na edição deste domingo, Folha noticia que Lula vai focar em São Paulo. Eu já tinha comentado isso com Sergio Telles, blogueiro amigo que também participa do Encontro Nacional de Blogueiros. A guerra agora é na própria Sardes!

Fernando Rodrigues, da Folha, diz que oposição ficará encurralada na extrema-direita e prevê outras desgraças:

No caso do PSDB, o partido não está apenas prestes a perder nova chance de governar o Brasil, mas também de ficar sem dois dos mais emblemáticos Estados nos quais manda hoje: Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Se as pesquisas se confirmarem, o PSDB passará a ter como homem forte Geraldo Alckmin -favorito ao governo de São Paulo, mas rejeitado para ser presidente em 2006. Alckmin é hoje o representante principal das forças conservadoras no tucanato. É a direita da oposição.
Em Minas, mesmo se eleito, Aécio Neves vai virar um náufrago tucano no Senado se não conseguir eleger Antonio Anastasia ao governo.
No Rio Grande do Sul, Yeda Crusius sobreviveu à possibilidade de impeachment em 2009, mas aparece num constrangedor terceiro lugar ao tentar a reeleição.
Já Serra, se perder, terá sua segunda derrota numa corrida presidencial. Às vezes em política um fracasso pode representar forças para o futuro, como no caso de Lula.
Mas, para Serra, há perspectiva do inverso: ele pode ter neste ano menos votos do que na sua primeira tentativa, quando perdeu para o PT no segundo turno em 2002.

Folha descobre o óbvio. Indio da Costa ajudou Serra... a cair mais.

Desespero toma conta da campanha tucana, que resolve partir para a baixaria. Na TV, PSDB usa disfarce para atacar Dilma.

A pior, no entanto, é esta, relatada por Ilimar Franco, do Globo deste domingo:

A arriscada cartada dos tucanos
Integrantes da campanha de José Serra (PSDB) estão repassando pela internet um depoimento, atribuído aos pais do soldado Mário Kosel Filho, afirmando que a candidata Dilma Rousseff (PT) participou do atentado a bomba contra o Quartel General do II Exército, em 26 de junho de 1968, quando o soldado morreu.

Em entrevistas sobre esse período da história, Dilma costuma dizer que tem orgulho de ter lutado contra a ditadura militar, mas nega ter participado de ações armadas.

Enquanto o presidente Lula apresenta Dilma aos eleitores como uma mãe, alguns tucanos pretendem transformá-la numa perigosa terrorista.

Se segura, Serra, que o buraco é ainda mais embaixo! Folha diz que maioria dos pobres ainda não viu a propaganda eleitoral e a tendência está a favor da petista. E mais: 57% do eleitorado acredita na vitória do poste.