Nessa propaganda do Serra, chamou-me a atenção os seguintes pontos:
- Defesa de obra eleitoreira. Serra afirma que uma obra pública não vale pelo cimento e concreto usado (jênio!) e sim pelos empregos gerados.
- Mas depois ele se corrige e faz uma afirmação digna de um Pascal, de um Nietzsche, de um Confúcio: "tem que ser obra útil".
- Serra pergunta a uma senhora sentada num hospital: "te atenderam bem aqui?". Ela responde: "muuuito bem!". Qualquer eleitor, neste momento, dirige um olhar de enfado para seu colega de sofá, que significa: "Ah, tá bom. Querem que a gente acredite que uma afirmação de uma senhora cercada de câmeras e assessores políticos, numa fila de um hospital que não se sabe de onde é (alguém poderia pensar que é uma UPA do governo federal), deve ser considerada como juízo absoluto não apenas sobre as condições de saúde no país mas como também sobre a jestão de Serra?"
- Por fim, a piada é quando um sujeito abraça Serra, num ambiente fechado, e declara: "acredita, acredita que o senhor vai chegar lá". Achei tremendamente hilária essa pequena sessão de auto-ajuda, essa terapia serrista gerida com verbas públicas (a propaganda eleitoral é bancada pelo Estado, mas tudo bem, o problema não é esse). O engraçado é imaginar que Serra, de fato, pode "chegar lá": lá no fundo do poço.
Deveríamos contar quantas vezes ele usou a palavra pobre e de jeito tão forçado...não há nenhuma indentificação da população mais carente com o programa de Serra. Ninguém cai mais naqueles depoimentos pagos. E dizer que ele não tem "o nariz empinado" foi demais....
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