Pronto! Lascou-se. Quando achávamos que a crise havia esfriado, vem essa bomba. Não importa se o contador tinha filiação meramente "cartorial", conforme declarou o presidente do PT, José Eduardo Dutra, a mídia e a campanha de José Serra irão usar o fato como mais uma cena do filme de terror que vem exibindo nos últimos dias.
Os tucanos já avisaram que não desistirão da ação no TSE. Irão recorrer. Certamente acrescentarão mais algumas matérias de jornal na próxima etapa. Serra, portanto, foge da disputa política e se refugia num discurso policialesco, judicial e paranóico.
Há poucas semanas, Serra exibia-se na TV ao lado de Lula e dizia que o Brasil ia muito bem e que só ele poderia dar continuidade aos avanços ocorridos sob o governo atual. No rádio, botou-se locutor com voz muito parecida a de Lula dizendo a mesma coisa e um jingle que diz para Dilma "tirar a mão" do que é de Lula. O Brasil pode mais!
E agora, subitamente, o tucano transforma-se num carbonário oposicionista que chama o partido do governo de bandido e de pôr em risco a democracia. Não há coerência.
Além do mais, Artella
Foram divulgadas ontem e hoje as pesquisas Ibope e Datafolha, ambas mostrando uma consolidação do quadro eleitoral em favor de uma vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno. Chamo a atenção, porém, para uma nota publicada hoje na coluna de Renata Lo Prete:
Na semana em que o tucano subiu o tom das críticas à adversária, ele caiu em estratos da população normalmente mais identificados com o PSDB, como o dos eleitores com nível superior de escolaridade (queda de quatro pontos) e do Sul (três pontos).
A tática de Serra, de criminalizar o debate político, ofende a inteligência dos eleitores. Observa-se o crescimento de uma grande onda de indignação em toda parte, e não contra a violação de sigilo, mas contra a postura antidemocrática e golpista de Serra e aliados.
Quanto ao contador Artella Ferreira, podem descobrir até que é primo de Lula, não importa. O pedido feito por ele ocorreu em setembro do ano passado, e portanto não pode ser vinculado a um processo eleitoral deste ano. A tentativa de Serra de ligar os acontecimentos é forçada. Além do mais, o TSE só poderia impugnar uma candidatura se Dilma não apenas violasse o sigilo da filha de seu adversário, mas o divulgasse na televisão, e esse fato causasse mudança nas pesquisas de intenção de voto.
Ou seja, o fato só poderia se caracterizar como um crime eleitoral se Dilma estivesse perdendo e, divulgando o sigilo da filha de Serra (e partindo do pressuposto que ali há informações bombásticas que comprometam a moça), conseguisse provocar uma reviravolta no quadro eleitoral. Aí sim, estaria configurado um crime passível de impugnação da candidatura.
Toda essa história de violação de sigilo, no entanto, apenas gera mídia negativa para Dilma. Não é lógico atribuir à campanha petista ações autodestrutivas, ainda mais depois do trauma de 2006, quando idiotas do PT caíram naquela arapuca montada sabe-se lá por quem e impediram Lula de ganhar no primeiro turno.
Podem achar mil e quinhentos petistas violando sigilos fiscais em todo país, outros mil traficando drogas, mais uns quinhentos envolvidos com esquadrões da morte em Higienópolis. Se os juízes entenderem que esses crimes não influenciam o quadro eleitoral, então devem ser investigados fora do âmbito do TSE.
Os crimes podem até ter motivação política, mas não eleitoral.
O essencial neste momento, e isso a campanha de Serra não parece entender, é que o processo eleitoral transcorra normalmente, sem traumas institucionais, sem golpes jurídicos. Há uma coisa muito maior envolvida, que é a vontade soberana do povo de escolher o próximo presidente da república. É absolutamente antiético e odiosamente antidemocrático pretender usurpar essa vontade através de artifícios eleitoreiros, golpes políticos e manipulações midiáticas.
Como já dizia aquele personagem de Glauber: mais fortes são os poderes do povo! Quando sua voz retumbante for ouvida no dia 3 de outubro, silenciará a gritaria venenosa das hienas.
Exato, Miguel, o negócio ocorreu mais de um ano antes da disputa eleitoral, evidentemente, não tem relação com pleito de de daqui há um mês...a menos que Serra prove que o PT tinha uma bola de cristal prevendo que ele sairia vitorioso da sua disputa interna contra Aécio Neves para ser o candidato...Há quem argumente que isso é só o PSDB produzindo fato político para a candidatura não morrer um mês antes, mas o fato é que os tucanos estão ameaçando a democracia, fazem uma acusação ilógica para impugnar uma candidata que, segundo as pesquisas, tem algo em torno do dobro de intenções de voto do que seu candidato - e esquecem, inclusive, que existe uma figura de direito chamada de "litigância de má-fé". O PSDB poderia perder propondo e fazendo até autocrítica para se cacifar como oposição válida para daqui a quatro anos, mas prefiriu seguir a via da implosão, o que o tira do rol de partido conservador, para colocar-lhe enquanto desinteligência de direita, pronto a pôr tudo a perder.
abraço
Ontem a noite andando pelas ruas vi o povo feliz uns puxando seus filhos ainda crianças, outros comendo, outros bebendo, outros carregando sacolas
E festas no centro da cidade, orquestras e tudo mais.
Este povo feliz com certeza não votará em Serra
Esse negócio de filiação partidária é uma bagunça. Eu me desfiliei do PT em fevereiro de 2007. Ano passado, me filiei ao PMDB e recebi um ofício do TRE dizendo que eu estava com dupla filiação.
Miguel, postei no blog do Edu, e acho que a discusão deveria passar por aí: corrupto declara corrupção À RECEITA?
Edu, o que mais me atordoa neste raciocínio do PIG é o seguinte: quem está envolvido em falcatruas coloca isso no imposto de renda? declara ganhos ilícitos com Decidir. com, ponto br, ponto ilhas virgens, ponto ilhas cayman, ponto qualquer outro negócio no exterior?
De que vale a declaração de IR de uma figura cujos negócios são realizados em paraísos fiscais? Só se ela fosse muito burra, o que não é o caso.
Se qualquer pessoa, eu inclusive, tivesse empresas em paraísos fiscais, declararia apenas à receita do paraíso em questão e manteria meu dinheiro no exterior.
No Brasil, faria a declaração formal, que não serve para nada em questões de fraude fiscal, e não seria vítima de golpe algum, se violada a declaração, nem de políticos, nem nem de qualquer vigaristinha que assim quisesse.
Alguém declara roubo? extorção? Favorecimentos?
Quem está trazendo a quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra e outros pro meio da disputa eleitoral é o próprio Serra. A campanha da Dilma faz referências a esse episódio apenas para se defender de ilações levianas apresentadas sem nenhuma prova.
Você está coberto de razão. Assino em baixo de tudo que você escreveu. Mas, se as coisas mudassem(no Brasil a gente nunca sabe, com essa nossa justiça) e acabassem impugnando a Dilma, o povo, atendendo a um pedido de Lula, elegeria a Marina ou o Plínio e deixaria o Vampirão em segundo. Tadinho!!!!
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